O mapa de Rovisco Pais, na Tocha, é sem sombra de dúvida um local onde eu já fui imensamente…infeliz. A recordação da célebre etapa de distância longa, em Fevereiro passado, não me dá sossego (pesadelos à brava). Só para relembrar, nesse dia terei porventura, efectuado a prova mais equilibrada da minha ainda curta experiência na modalidade, mas um malfadado “mp” sem qualquer justificação racional, deitou por terra um sonho tão “glorioso”.
Ninguém, no seu perfeito juízo, encontraria um bom motivo para lá voltar. Apenas o “espécie” conseguiria arranjar uma razão, por mais esfarrapada que fosse. Seja para esquecer o passado ou dignificar o presente, tinha de haver alguma coragem e muita inconsciência, para um regresso a estas paragens de má memória.
Diz a minha mulher e a sua filosofia “especial”, que o importante é estarmos presentes em mais uma prova. Se essa participação ajudar a limpar as asneiras do passado, tanto melhor. “Quem assim fala não é gago” – digo eu!
Apresentei-me no XVI Troféu do Ori-Estarreja, com a maior vontade do mundo, para conseguir uma prestação que me permitisse exclamar no final – “estou vingado!”. Dois percursos traçados sobre distância média (à volta de três quilómetros e meio), num terreno quase plano de pinhal e areia, não deveriam ser obstáculo de monta aos meus objectivos.
O “Rovisco” não mostrou argumentos, capazes de contrariar a dupla “cavalgada” empreendida pelo espécie (qual cruzada), no intuito de branquear o passado. Quarenta e quatro minutos na jornada inicial e trinta e nove na seguinte, foram suficientes para me retirar o enorme peso que carregava desde o Carnaval (que alívio, até pensei que tinha engordado).
Não julguem que foi tudo um “mar de rosas”, só porque obtive uns tempos razoáveis. É certo que não há nenhuma cena rocambolesca para vos contar (ohhhhh…que pena), nem tão pouco referência a altas pastorícias, mas não me livrei de um ou outro susto (ainda vou sofrer de arritmias).
Logo ao arrancar para o primeiro ponto, na etapa de sábado, apliquei um azimute “marado”, que duma linha recta originou uma parábola ou hipérbole (hehe), tal foi a curva. Tive a pontinha de sorte, que por vezes é tão necessária e “embati” noutro ponto, que por feliz acaso era o sétimo do meu percurso, desviado uns 50 metros daquele que eu pretendia. Desbaratei alguns segundos, mas nada que não pudesse ser recuperado (pois, pois…engana-te).
Há coincidências de difícil explicação. No trajecto para a sexta baliza, já no regresso, quem me aparece pela frente com um aflitivo pedido de auxílio? Claro…só podia…a minha desorientada parceira. Perseguia um ponto que, coisas do diabo, era o dito “7” de há pouco. Fiquei todo desconcentrado, que perdi o fio à meada e o meu ponto seis “fugiu-me”. Para a poder ajudar tinha de dar primeiro com o meu, não é? Acabei por andar neste “namorico ocasional” uns dois ou três minutos. Vou propor um corte de relações durante as provas (se calhar vou ficar a perder, mas enfim).
Na etapa de domingo precisei de accionar os “detectores”, de forma que o “38” não passasse à “istória”. Optaram por colocar o ponto numa clareira, completamente cercada de vegetação bastante cerrada, que só com o apoio do mapa não chegaria lá facilmente; houve necessidade de recorrer à “alta tecnologia” (o primeiro a “detectar” avisou os restantes “exploradores”, hehe, pensavam nalguma serra eléctrica, não?).
Mais adiante, na progressão para o ponto 5, ao transpor um ribeiro, fui obrigado a utilizar um tronco suspenso, perigosamente “visgoso” (continua a saga do Indiana). Um pé em falso seria a “morte do artista”, tal era o aspecto pantanoso da água (nhac!...que nojo), onde algum “crocodilo” transviado ou uma qualquer esverdeada “seita” de sapos poderiam estar de atalaia (só de imaginar fico todo arrepiadinho).
Na realidade, a jornada decorreu sem grandes incidências (para variar), mas sobressaiu pela negativa e uma vez mais, a reduzida afluência de concorrentes (nem a oferta dum saboroso “caldo” incentivou). Este cenário começa a ser preocupante e tenho sérias dúvidas que alguém descubra a solução para o modificar. Analisando o perfil dos participantes, pelo menos dá para perceber, que prevaleceu a qualidade (ou não estivesse o “espécie” presente) sobre a quantidade.