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EHF Euro 2024: Main Round traz quatro testes de fogo a começar pela Noruega

Em Hamburgo, os próximos adversários dos Heróis do Mar na Ronda Principal do Europeu são Noruega, Eslovénia, Suécia e Países Baixos, de 17 a 23 de janeiro; Duelo com os nórdicos agendado para as 14h30 desta quarta-feira – transmissão em direto na RTP 2.
A primeira derrota no EHF Euro 2024, diante da tricampeã do Mundo, Dinamarca, em nada interferiu com as ambições de Portugal na competição, apenas impediu que os Heróis do Mar seguissem com dois pontos no Main Round. Segue-se agora um caminho com um grau de dificuldade mais elevado, no qual a armada lusa vai defrontar as congéneres da Noruega, Eslovénia, Suécia e Países Baixos (que terminaram nas duas primeiras posições dos grupos D e E, respetivamente).
 
A Seleção Nacional abandonou a cidade de Munique, onde esteve instalada durante vários dias a preparar e, posteriormente, disputar a Ronda Preliminar e já rumou a Hamburgo, a próxima cidade-sede dos Heróis do Mar, que já sabem que têm os próximos compromissos nos dias 17, 19, 21 e 23 de janeiro.
 
O primeiro duelo de Portugal no Main Round está agendado para esta quarta-feira, às 19h30, na Barclays Arena.
 
Main Round II: Dificuldade no patamar acima
À semelhança do que fez antes do arranque do Grupo F, Paulo Pereira fez uma análise dos próximos adversários de Portugal no Europeu. De forma natural, o Selecionador Nacional reconhece que este grupo encabeçado pela seleção Campeã Europeia apresenta um valor maior, com provas dadas nos grandes palcos. Começar com uma boa exibição diante da ‘velha conhecida’ Noruega poderá ser determinante para as aspirações lusas.
 
Noruega: História
 
Foi no EHF Euro 2016 que a Noruega se impôs no paradigma internacional, ao passar do 14.º lugar na edição anterior para o 4.º posto, na Polónia. Quatro anos mais tarde apareceu a primeira medalha num Campeonato da Europa para os nórdicos: o bronze, em 2020. Em 2022, ficou em 5.º lugar. Neste Europeu, chegou ao Main Round após ter vencido a Polónia, empatado com as Ilhas Faroé e perdido com a Eslovénia, líder do Grupo D.
 
Desde esse feliz ano de 2016 que a Noruega se estabeleceu firmemente entre as melhores seleções da modalidade, tendo chegado à final do Campeonato do Mundo por duas vezes consecutivas, em 2017 e 2019. Foram derrotados em ambas as ocasiões (por França e Dinamarca, respetivamente), mas essas primeiras medalhas foram motivo de celebração. Para além disso, a seleção norueguesa também se qualificou para os Jogos Olímpicos pela primeira vez, ficando em 7.º lugar, em Tóquio.
 
A Noruega está ansiosa por melhorar as classificações mais recentes e voltar a fazer parte da luta pelas medalhas no presente EHF Euro 2024 e qualificou-se para esta edição após vencer o Grupo 2 dos Qualifiers, à frente da Sérvia.
 
Noruega: Plantel
 
Apesar do plantel contar com um leque de atletas de classe Mundial e pontas letais, em particular, há um nome que se destaca dos demais no plantel da Noruega: Sander Sagosen. Aos 28 anos, o lateral-esquerdo/central já atingiu um número suficiente de internacionalizações para ser considerado como um dos mais experientes e a relação jogos disputados/golos (34/171) é quase incomparável: média de cinco golos por jogo. O principal artilheiro da Noruega em Europeus foi nomeado para a equipa All-Star Team do EHF Euro por três vezes consecutivas, foi ainda o melhor marcador da edição de 2020 e soma mais três prémios All-Star Team se incluirmos EHF Champions League e Campeonatos do Mundo. Os 65 golos apontados por Sander Sagosen em 2020, representam atualmente o recorde de mais golos marcados num só Europeu.
 
O guarda-redes Torbjørn Bergerud (Kolstad Handball) e o ponta-esquerda Sebastian Barthold (Aalborg Håndbold), para além de Magnus Gullerud (Kolstad Handball) ou Harald Reinkind (THW Kiel), são algumas peças de destaque no poderoso xadrez nórdico, comandado por Jonas Wille desde 2022.
 
Noruega: Confronto direto
 
Em jogos oficiais, em Fases Finais de grandes competições, ou nas respetivas qualificações, Portugal e Noruega defrontaram-se sete vezes. A primeira remonta ao ano de 1978, em Zurique (Suíça), no qual a Seleção Nacional venceu por 20-16 (10-8 ao intervalo), a contar para o Mundial do Grupo C, um formato já extinto. 
 
Longos anos passaram até ao reencontro e, mais uma vez, foi Portugal a levar a melhor. A 29 de janeiro de 2000, no Campeonato da Europa que decorreu na Croácia, os Lusos derrotaram os noruegueses, por 27-30, para garantirem o 7.º lugar, mas apenas no prolongamento (10-14 ao intervalo; 23-23 após 60 minutos).
 
Em 2003, no Play-Off de acesso ao Europeu do ano seguinte, Portugal perdeu o jogo da primeira mão (23-19), mas continuou com um forte apoio em Caminha, no duelo decisivo, para triunfar por 31-25 e festejar a presença na grande competição, deixando a Noruega de fora.
 
A partir daqui, nos três jogos seguintes, a Noruega venceu todos, uns mais equilibrados do que outros. Em 2006, o resultado foi de 27-37, a contar para o Grupo D do Europeu; mais recentemente, no EHF Euro 2020, os nórdicos triunfaram por 28-34 e no ano seguinte, no Egito, a derrota mais difícil de ‘engolir’ diante dos noruegueses ficou fechada por 28-29 e afastou Portugal dos Quartos de Final do Campeonato do Mundo.
 
Paulo Pereira, Selecionador Nacional, analisou o primeiro adversário do Main Round II, realçando as qualidades desta formação: “É uma seleção do top-6 do último Campeonato da Europa e Mundial e continua muito parecida à formação original que enfrentámos em 2020 e 2021. Ao falarmos desta equipa teremos que falar de Sander Sagosen, sendo que é o jogador que tem mais ações de desequilíbrio ofensivo, nomeadamente no 1×1 na zona central. Os nórdicos usam a transição ofensiva como uma das suas maiores armas, assim como os remates de primeira linha. A par de Sander Sagosen, Harald Reinkind e Gøran Johannessen são outras das armas no jogo ofensivo. A Noruega apresenta uma defesa 6:0 de características nórdicas, sem grande profundidade mas bem protegidos por Torbjørn Bergerud na baliza. Ambas as seleções têm esperanças de vitória nesta partida, até porque pode ser uma excelente “rampa de lançamento” para alcançar os melhores lugares do Main Round e teremos em mente que para alcançarmos um bom resultado teremos que anular Sagosen e ultrapassar Bergerud.”
 
Eslovénia
 
O conjunto balcânico espera voltar ao bom caminho depois de uma participação vista como dececionante no EHF Euro 2022. Até então tinha sido sempre a subir: de um 14.º lugar no Europeu de 2016, ao 8.º posto em 2018, na Croácia, até à honrosa 4.ª posição no EHF Euro 2020 (no qual Portugal foi 6.º), depois de perder a medalha de bronze contra a Espanha. Depois desta escalada, os adeptos tinham as ambições no patamar mais alto mas a Eslovénia não foi além do 16.º lugar. Como consequência, o então selecionador, Ljubomir Vranjes, foi despedido e substituído pelo então assistente e lendário ex-jogador Uros Zorman.
 
A rejuvenescida seleção eslovena mostrou a nova abordagem já nos Qualifiers do EHF Euro 2024, ao vencer o Grupo 7, terminando à frente de Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Kosovo. A Eslovénia chega ao Main Round como líder do Grupo D e só sabe vencer neste Campeonato da Europa (Polónia, Ilhas Faroé e Noruega).
 
A melhor classificação de sempre da Eslovénia em Campeonatos da Europa aconteceu em 2004, com a conquista de uma histórica medalha de prata, numa competição que organizou e na qual perdeu apenas por duas vezes (uma delas contra a Alemanha na Final). Em 2017, voltou-se a gritar ‘história!’ no andebol esloveno, quando a principal seleção venceu a primeira medalha de sempre num Campeonato do Mundo: o bronze, em França.
 
Já sobre a congénere eslovena, o técnico de 58, que enfrentou esta seleção em 2016 no apuramento para o Campeonato da Europa, acredita que Portugal tem capacidade para quebrar a congénere balcânica: “Esta formação assenta o seu jogo ofensivo na criação de ruturas de 1×1 e com muitos recursos técnicos para terminar as ações coletivas. Têm dois enormes pilares da defesa bem acompanhados pelos guardiões, numa estrutura defensiva com boa mobilidade e choque físico. No entanto, acredito bastante no potencial criativo da nossa seleção para ultrapassar algumas lacunas da Eslovénia nas zonas laterais. Uma vitória na 2ª jornada do Main Round poderá significar a lutar pelo top-6, por isso, será muito interessante este confronto e de forte esperança para todo o grupo de trabalho.”
 
Suécia
 
Desde que Glenn Solberg foi nomeado como selecionador da Suécia, em 2020, a consistência da equipa nórdica tem sido verdadeiramente espantosa. Em 2021, garantiu a medalha de prata no Campeonato do Mundo e o 5.º lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio; no ano seguinte, sagrou-se Campeã Europeia e no Mundial de 2023 foi 4.ª classificada. Esses resultados foram uma lufada de ar fresco e fizeram esquecer o desempenho dececionante no EHF Euro 2020, em que a Suécia – enquanto organizadora – ficou em 7.º lugar e, entre outros resultados negativos, perdeu por 10 golos de diferença contra Portugal.
 
Em Campeonatos da Europa, nenhuma seleção conquistou mais vezes o título do que a pentacampeã, Suécia (1994, 1998, 2000, 2002, 2022; prata em 2018). Apenas a Espanha (nove medalhas) e a Dinamarca (sete) subiram ao pódio mais vezes do que a seleção amarela e azul. Até ao momento, os suecos contabilizam seis pontos no fecho da Ronda Preliminar, após terem vencido Países Baixos, Bósnia-Herzegovina e Geórgia.
 
Pelo estatuto que adquiriu e pelo facto de se apresentar nesta edição, na Alemanha, como detentora do troféu, a Suécia é – naturalmente – uma das principais favoritas, mais uma vez, facto reconhecido pelo Selecionador Nacional: “Dependendo dos pontos obtidos até este confronto e dos outros resultados do Main Round, iremos estabelecer metas para esta partida. Será que estaremos em condições físicas e emocionais para lutar pelo top-6 do Euro? ou será conveniente preparar e antecipar cenários para o decisivo desafio com os Países Baixos para o Pré-Olímpico? Veremos. Esta Suécia também é um ‘velho conhecido’ da nossa Seleção Nacional. Temos feito boas partidas contra a atual Campeã Europeia nos últimos anos e eles sentem que a nossa equipa tem armas fortes para lhes poder ganhar. A Suécia tem um dos melhores centrais do mundo [Jim Gottfridsson] que é a base de uma equipa, possui uma excelente defesa 6:0, não muito dinâmica mas com elevado sentido posicional e de muita competência dos duelos 1×1. A qualidade técnica e eficácia considerável dos seus extremos também é uma característica perigosa à qual teremos de dar uma boa resposta na nossa defesa.”
 
Países Baixos
 
Neste Grupo II do Main Round, apenas Países Baixos e Portugal não têm qualquer medalha em grandes competições. Até 2020, aquela seleção do país onde nasceu Vincent van Gogh, nunca tinha disputado uma Fase Final de um Campeonato da Europa masculino. Em 2024, são uma força a ter em conta. Neste Europeu, os Países Baixos chegaram ao Main Round após terem deixado para trás Bósnia-Herzegovina e Geórgia, no Grupo E.
 
O EHF Euro 2024 marca a terceira participação consecutiva da equipa neerlandesa, que se qualificou em grande estilo ao vencer o Grupo 5 dos Qualifiers, à frente da Croácia. Os Países Baixos mantiveram-se invictos nos dois jogos dessa qualificação contra a potência dos Balcãs, tendo mesmo vencido em casa, por 32-27. Mas, ao mesmo tempo, a equipa orientada por Staffan Olsson também mostrou que, por vezes, ainda é vulnerável, como comprova a derrota com a Grécia (32-28) nesse torneio de qualificação.
 
Com exceção de uma breve participação no Campeonato do Mundo de 1961, a seleção dos Países Baixos não conseguiu participar em outro grande evento durante décadas. No entanto, alguns anos depois de a seleção feminina ter começado a ganhar fama a nível internacional, os ‘Homens de laranja’ seguiram o exemplo. Na primeira participação no Europeu, em 2020, os neerlandeses não passaram da Fase de Grupos (17.º lugar) mas, dois anos mais tarde, fizeram as manchetes ao derrotarem a anfitriã Hungria no jogo de abertura do EHF Euro 2022, perante mais de 20.000 pessoas na MVM Dome, em Budapeste. Terminaram no 10.º posto.
 
Portugal termina o Main Round com a formação dos Países Baixos, adversário bem conhecido dos portugueses, e contra quem os Lusos pretendem dar uma boa réplica: “Após oito dias de muita intensidade competitiva, com jogos a cada dois dias, será crucial que os atletas da Seleção Portuguesa estejam sólidos fisicamente e mentalmente para este exigente confronto. Este jogo com os Países Baixos terá, possivelmente, uma grande responsabilidade acrescida e é necessário uma regeneração rápida de todas emoções vividas até então, positivas ou negativas, para entrarmos bem estruturados a todos os níveis. Este foi o nosso adversário direto na qualificação para o último Mundial, temos boas sensações, e sabemos bem que anular Luc Steins será ponto de ordem para a nossa estrutura defensiva. Em abril de 2022 anulámos muito bem os duelos 1×1 e, no ataque, a tripla Martim Costa, Francisco Costa e Miguel Martins destruíram a defensiva neerlandesa. Temos argumentos individuais e coletivos para vencer, só precisamos de ‘ultrapassar’ ou ‘sobreviver’ aos 8 dias do Main Round com resiliência.”
 
Men’s EHF Euro 2024
Calendário – Grupo F
11.01.2024 – 17h00 – Portugal x Grécia, 31-24 (18-14)
13.01.2024 – 17h00 – Chéquia x Portugal, 27-30 (7-13)
15.01.2024 – 19h30 – Dinamarca x Portugal, xx-xx (xx-xx)
Main Round II
17.01.2024 – 14h30 – Noruega x Portugal, RTP 2
19.01.2024 – 14h30 – Eslovénia x Portugal, RTP 2
21.01.2024 – 17h00 – Suécia x Portugal, RTP 2
23.01.2024 – 14h30 – Países Baixos x Portugal, RTP 2
 

Periodicidade Diária

segunda-feira, 29 de abril de 2024 – 17:20:24

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