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Matilde Jorge brilha com vitória sobre top 100 rumo aos quartos de final do Oeiras Open 125

 
- Jaime Faria alcança os quartos de final mais importantes da carreira
- Francisca Jorge completa elenco da segunda ronda com reviravolta
Foi uma jornada verdadeiramente dourada aquela que se viveu esta quarta-feira no Complexo de Ténis do Jamor, onde Matilde Jorge venceu pela primeira vez uma top 100 WTA para carimbar o apuramento para os quartos de final do Oeiras Open 125. Antes, a irmã Francisca Jorge já tinha superado a estreia e depois o amigo Jaime Faria também alcançou os quartos de final mais importantes da carreira.
 
Dois dias depois de pintar a estreia em torneios do circuito WTA com uma vitória, Matilde Jorge exibiu-se com pompa e circunstância perante a britânica Harriet Dart (88.ª classificada no ranking) na estreia a defrontar jogadoras do top 100 mundial e venceu por categóricos 6-3 e 6-1.
 
A número dois nacional só precisou de 1h19 para assinar aquela que num ápice se tornou na melhor vitória pessoal, mas também na primeira vitória de uma mulher portuguesa sobre uma adversária do top 100 nos últimos sete anos.
“Estou bastante feliz, dá para ver também pelo sorriso na minha cara”, disse no início de uma conferência de imprensa em que nunca perdeu a expressão alegre. Com a lição bem estudada para enfrentar Dart, que tinha afastado a amiga Maria Garcia no dia anterior, Matilde Jorge tinha o plano de jogo bem-definido: “Sabia que ela não se mexe assim muito bem [em terra batida] e que tem dificuldades quando se abre o campo e ao meter a bola mais alta tanto na direita como na esquerda. Tentei não jogar muito à altura da cintura dela e senti que conseguia abrir bem o jogo e que quando ela estava mal posicionada eu conseguia fechar bem à rede.”
 
A vitória desta quarta-feira teve acabou por ter um triplo significado, pois ao primeiro triunfo sobre uma top 100 e os primeiros quartos de final em torneios deste nível Matilde Jorge ainda juntou a estreia no top 500 — será já na segunda-feira e fará dela apenas a 13.ª mulher portuguesa a subir a este patamar do circuito mundial.
 
Com mais história à vista, enfrentará Clara Tauson na sexta-feira. A dinamarquesa está no 87.º lugar do ranking, mas já foi 33.ª e para além de ter dois títulos WTA 250 no currículo (ambos em 2021) é a jogadora em melhor forma no Jamor, onde desde que chegou para disputar a Billie Jean King Cup by Gainbridge, na semana passada, venceu os sete encontros e 14 sets que disputou.
 
Antes, já esta quinta-feira, a irmã mais velha, Francisca Jorge, tentará seguir-lhe os passos. A melhor tenista portuguesa da atualidade (190.ª WTA) foi a última a estrear-se no torneio e recuperou da desvantagem de um set para obter a desforra da russa Anastasia Zakharova (153.ª) com os parciais de 3-6, 6-1 e 6-4.
 
10 meses após perder o primeiro frente-a-frente nos courts de piso rápido do Seixal, a número um nacional fez uso das condições mais lentas e de um ténis mais variado para criar dificuldades a Zakharova a partir da segunda partida. A adversária respondeu ao desconforto com três tomadas de iniciativa no parcial decisivo, mas para todas elas Jorge teve resposta e no final a festa foi portuguesa.
 
“Mantive-me fiel ao plano de jogo e consegui a vitória na luta e com garra. Aguentei bem a pressão na fase final do terceiro set e acho que mereci a vitória”, afirmou depois de assinar a reviravolta. Apesar de não ter ficado totalmente satisfeita, a tenista de Guimarães fez um balanço positivo da estreia num torneio que volta a dar-lhe a possibilidade de atuar num campo “especial” e que esta quarta-feira a surpreendeu pela positiva “pelo número de pessoas que vieram apoiar-me”, o que “não é habitual” nestes primeiros dias.
Se no torneio feminino brilharam as irmãs Jorge, no masculino o dia foi de Jaime Faria.
 
O lisboeta tinha sido o primeiro tenista “da casa” a avançar para a segunda ronda do quadro principal de singulares e esta quarta-feira repetiu a proeza em relação aos quartos de final — os terceiros no circuito secundário, mas primeiros na categoria Challenger 125 e, por isso, os mais importantes da carreira.
 
Se a vitória contra o brasileiro Thiago Monteiro na segunda-feira — a melhor entre todas as que já celebrou — só chegou no tie-break do terceiro set, a desta quarta-feira teve contornos bem mais tranquilos: 6-2 e 6-3 foram os parciais que assinou em apenas 83 minutos sobre Chun-Hsin Tseng (250.º), do Taipé e ex-número um mundial de juniores que como profissional já chegou ao top 100.
 
O jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis mostrou novamente um grande nível de serviço (71% de aproveitamento com os primeiros serviços, 65% com as segundas bolas) e não consentiu nenhuma quebra, anulando os quatro pontos de break que enfrentou — todos no quarto jogo do encontro e numa altura em que já liderava por 3-0.
 
Muito confortável no Court Central, juntou ao golpe de saída uma direita muito agressiva amealhou 62% de pontos no segundo serviço do campeão do Maia Open de 2021, que ficou a conhecer quando Tseng foi recebido de portas abertas no do Complexo de Ténis do Jamor para umas semanas de treino em abril desse ano e novamente em 2022.
 
“Estou muito feliz por ter conseguido uma vitória convincente. Acho que consegui fazer quase tudo perfeito em relação ao que preparei com o Pedro [Sousa] e com o Rui [Machado]. Sabia que ele joga bem com a bola à altura da cintura, que se mexe muito bem e que quando está num rally rápido é muito perigoso, por isso sabia que tinha de variar o ritmo, servir bem e focar-me nos inícios de jogada. Também tentei pressionar a esquerda dele para não o deixar confortável e ser agressivo com a direita”, contou após igualar a melhor campanha pessoal neste circuito.
 
À procura das primeiras meias-finais Challenger e também de um bilhete para o qualifying de Roland-Garros, Jaime Faria só voltará à ação na sexta-feira.
 
Quando o fizer, terá do outro lado da rede um adversário que derrotou em março, para conquistar o segundo dos quatro títulos ITF M25 que ergueu em semanas consecutivas. Será o lituano Vilius Gaubas (345.º), que treinou durante sete anos em Portugal e que esta quarta-feira despachou o francês Terence Altmane (134.º e sexto cabeça de série) através de um expressivo e surpreendente 6-1 e 6-0 em 61 minutos.
 
Fotografias: Beatriz Ruivo e Sara Falcão/Federação Portuguesa de Ténis
 

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quarta-feira, 1 de maio de 2024 – 18:24:32

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