- Ana Filipa Santos e Frederico Silva eliminados

- Henrique Rocha, Gastão Elias e Maria Garcia estreiam-se esta terça-feira

Jaime Faria e Matilde Jorge assinaram as primeiras vitórias de tenistas portugueses nos quadros principais de singulares do Oeiras Open 125, o torneio combinado (WTA 125 e ATP Challenger 125) que a Federação Portuguesa de Ténis organiza no Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras, entre os dias 14 e 21 de abril.

A primeira a seguir em frente foi Matilde Jorge. A número dois nacional (556.ª classificada no ranking WTA) levou a melhor no confronto com a compatriota, colega de seleção e amiga Ana Filipa Santos (1115.ª) por 6-2 e 7-5 num encontro que espelhou o nervosismo sentido de parte a parte e que teve perto de se prolongar.

 

Apenas 48 horas depois de terem celebrado juntas a manutenção da seleção nacional feminina no Grupo I da Billie Jean King Cup by Gainbridge, as duas tenistas portuguesas tiveram de mudar o guião e abraçar a estreia em torneios do circuito WTA — afinal, este é o primeiro evento com esse estatuto a acontecer em Portugal nos últimos 10 anos.

 

A tensão foi evidente do início ao fim e no final foi a vimaranense, com 20 anos recém-celebrados, quem lidou melhor com a ocasião. Mas a alentejana (sete anos mais velha) ainda reagiu a tempo de transformar um 6-2 e 3-0 de desvantagem em quatro oportunidades para levar o primeiro mano-a-mano internacional a um terceiro parcial, missão que foi complicada pelas dificuldades que sentiu em gerir a ocasião do ponto de vista emocional.

 

“Nunca é fácil jogar contra uma amiga e, ainda por cima, eu e a Pipa estivemos muito unidas a semana passada. Mas assim que soube do sorteio encarei-a como uma adversária. Tentei imaginar que estava num nacional e não que estava para ganhar 15 pontos”, explicou Jorge depois de celebrar a primeira vitória a este nível. Santos admitiu não ter nada a perder nem ao ir a jogo em torneios desta dimensão, nem ao defrontar uma compatriota com melhor classificação, mas também reconheceu que "na minha cabeça há uma barreira que eu tenho de enfrentar e que um dia vou conseguir superar.”

 

A diferença passou, em grande parte, pela abordagem e no final valeu a Matilde Jorge o apuramento para a segunda ronda, sendo esta a primeira vitória de uma tenista portuguesa em quadros principais de torneios do circuito WTA desde que Michelle Larcher de Brito o fez em Nottingham no ano de 2016.

 

Na segunda ronda, a vimaranense pode enfrentar mais uma compatriota, mas para isso Maria Garcia (de apenas 17 anos e 1343.ª do ranking) terá de surpreender a britânica Harriet Dart (88.º), quinta cabeça de série. A número um nacional, Francisca Jorge (190.ª), é a outra portuguesa ainda à espera da estreia em singulares, mas só irá a jogo contra Anastasia Zakharova (154.ª) na quarta-feira.

Logo a seguir, Jaime Faria assinou o segundo triunfo luso do dia ao derrotar o segundo cabeça de série, Thiago Monteiro, com os parciais de 6-2, 3-6 e 7-6(2).

 

O ranking do brasileiro (113.º) fez desta a melhor vitória da carreira do lisboeta de 20 anos, superando a que assinou há apenas duas semanas no Millennium Estoril Open, contra o eslovaco Lukas Klein (então 116.º), para chegar ao quadro principal.

 

E em conferência de imprensa encaixou as sensações nos factos: “Hoje fiz mais um grande encontro e acho que esta é a minha melhor vitória. Senti-me a jogar melhor do que contra o Klein e até mesmo do que contra o Skatov ou o Grenier no ano passado. Esta é sem dúvida a minha melhor vitória, até pelas sensações que passei no encontro.”

 

“Ele apertou-me bastante e eu tentei focar-me muito em mim", explicou o novo número três nacional, que depois de um primeiro parcial irrepreensível encontrou a expectável reação do favorito. Monteiro chegou, aliás, a recuperar de um break em atraso no set decisivo e adiou a decisão até ao tie-break, onde Faria esteve irrepreensível.

 

“De um modo geral foi um encontro muito positivo. No primeiro set fui muito sólido, no segundo ele teve mérito e no terceiro acho que fui superior, apesar de lhe ter dado algumas abébias que o trouxeram de volta. Tive mais coragem do que ele no final e assumi bem no tie-break”, disse durante uma análise em que também assinalou a confiança cada vez mais reforçada no golpe de saída (neste encontro fez 14 ases e ganhou 77% dos pontos com o primeiro serviço).

 

Com o sétimo triunfo em quadros principais do ATP Challenger Tour, todos desde o Porto Open em agosto de 2023, Jaime Faria chegou às 25 vitórias só este ano e ficou com uma das primeiras vagas na segunda ronda deste Oeiras Open 125, que jogará ou contra Quentin Halys (169.º) — semifinalista do Millennium Estoril Open em 2023 — ou contra Chun-hsin Tseng (250.º), vencedor do Maia Open em 2021.

A jornada de terça-feira começa às 10h, com o encontro entre Clara Tauson e Carole Monnet a inaugurar as transmissões televisivas. A dinamarquesa venceu o ITF W15 de Oeiras em 2020 (o primeiro torneio internacional feminino a acontecer em todo o mundo depois da pausa causada pela pandemia) e a francesa conquistou o ITF W25 do CIF em 2022 e foi finalista do ITF W100 da Figueira da Foz em 2023.

 

Depois, Henrique Rocha fará a estreia neste Oeiras Open 125 contra o francês Ugo Blanchet e logo a seguir Gastão Elias cumprirá o regresso a um palco de muito boas memórias — venceu os últimos 15 encontros que disputou no Court Central do Jamor — contra o polaco Maks Kasnikowski, que em janeiro o derrotou na final de um Challenger neste mesmo complexo, mas nos campos cobertos de piso rápido. O encontro de Maria Garcia com Harriet Dart acontecerá no Court 1 (terceiro das 10h).

 

Fotografias: Beatriz Ruivo e Sara Falcão/Federação Portuguesa de Ténis