José Barros sagrou-se este ano vencedor da Porsche Sprint Challenge Iberica na categoria Am, numa temporada que teve os seus desafios, estando o portuense focado já em 2024
O jovem piloto de dezoito anos participou na competição organizada pela P21 Motorsport aos comandos de um Porsche 991.2 GT3 Cup preparado pela Veloso Motorsport, tendo vencido seis das doze corridas da temporada, tendo sido com naturalidade que conquistou o ceptro deste ano.
Depois do sucesso deste ano, José Barros está já a planear a próxima temporada, que deverá passar por dois campeonatos de GT.
O que significou para ti este título?
José Barros: Este título foi essencial para mim. Foi uma realização pessoal e foi um motivo de orgulho para a minha família e certamente para a minha equipa, também.
Em termos desportivos, foi o primeiro título oficial conquistado no automobilismo. Com pouco mais de 18 anos venci o meu primeiro título.
Sinto que foi feita justiça, pois em 90% da época tivemos um ritmo superior aos outros pilotos da Am. Na última corrida rodei, por vezes, no 3º posto da geral, à frente de pilotos da Pro-Am.
Sinto, honestamente, que foi um bom ponto de partida para um projecto maior que queremos construir, um projecto que queremos construir de uma forma sólida de modo que consiga ter uma carreira desportiva duradoura.
Qual o maior desafio que tiveste de ultrapassar esta temporada?
José Barros: Foi precisamente a última corrida do campeonato.
Não tinha margem de erro e dependíamos do resultado de outros pilotos para vencer a competição.
Chegamos à última corrida com 8 pontos de desvantagem, chegámos a ter 40, e mesmo que vencesse não era suficiente para conquistar o título. Para eu vencer, o meu adversário teria de terminar em 3º e 4º lugar para ficarmos empatados pontualmente e eu assegurar o título através do desempate de vitórias. Efectivamente, foi isso que veio a acontecer.
Precisava de vencer a última corrida na minha categoria, o que aconteceu, ainda que tenha tido muitas dificuldades.
Naquelas circunstâncias era necessário ter ‘sangue-frio’, porém, foi extremamente difícil, dada toda a conjuntura e posso dizer, honestamente, que quando arranquei para a segunda corrida, senti um peso enorme em cima de mim, pois sabia que ali, naquela prova, o título iria cair para um dos lados, para mim ou para o Ricardo Costa.
Quando soube oficialmente que ganhara o título, já eu estava no aeroporto, pois, entretanto, houve penalizações que poderiam ter posto em causa o meu título.
Qual foi o momento mais dificil da temporada?
José Barros: Foi o evento de Motorland, foi um momento baixo nesta época, foi frustrante e ainda hoje honestamente não sei bem o que aconteceu naquela pista. Não conseguimos pontuar em nenhuma das corridas, e essa prova quase hipotecou possibilidade de vencer o título. Para além do fraco rendimento que houve, foi muito negativo, pois tivemos um problema muito grave no motor do nosso Porsche, que nos obrigou a gastar muito dinheiro e a ter de reformular completamente o orçamento que tínhamos planeado para esta época.
O que achaste da Porsche Sprint Challenge Iberica?
José Barros: Gostei de participar nesta competição. Gostei do facto de ser ibérica, de termos tanta gente a apoiar-nos, chegámos a ter 12 000 pessoas em Jerez, e fiquei espantado com a forma como os espanhóis valorizam o desporto automóvel, não é como em Portugal onde, infelizmente, só se olha para o Futebol.
Senti que o troféu teve algumas falhas, nomeadamente com o esquema de pontuação. Penso que 2 pontos de margem entre o primeiro e o segundo classificados são claramente insuficientes e o facto de não podermos anular um ou dois dos piores resultados, como em muitas competições, não favorece os melhores pilotos.
Quais são os teus planos para o futuro?
José Barros: A Porsche Sprint Challenge Iberica acabou na semana passada. Ainda há a possibilidade de fazer uma ou outra corrida aqui em Portugal este ano. Vamos ser muito ponderados e temos algumas hipóteses em cima da mesa para estudar. Não posso garantir que repita a Porsche Sprint Challenge Iberica, o que eu posso adiantar é que provavelmente vamos estar, ao contrário desta época, a disputar mais que uma competição de GT. Mas isso, naturalmente, será planeado e decidido ao longo do mês de Janeiro.