Uma das justificações mais utilizadas para não fazer actividade física é a falta de tempo. Pois bem, fique a saber que essa é uma justificação injustificada. Para se ser activo não é preciso perder uma hora a correr ou duas horas no ginásio, basta começar por algo bem mais simples e que se pode fazer em casa ou até no trabalho. Algo que o vai fazer sentir melhor e mais relaxado…os alongamentos.
O treino de alongamentos é sem dúvida a maneira mais simples de libertar o stress, de manter a forma e obter bem-estar.
Os alongamentos são adequados a todos, jovens e menos jovens, activos ou sedentários.
A flexibilidade está directamente ligada à amplitude do movimento das diversas articulações que compõem o aparelho músculo-esquelético.
A flexibilidade é a capacidade física, porventura, mais negligenciada, isto apesar de ser a mais fácil de treinar. A flexibilidade, talvez por ser considerada um complemento das sessões de treino de muitos desportos, é muitas vezes menosprezada e não é encarada como uma forma de treino em si.
Pois fique a saber que o treino de flexibilidade é tão importante quanto o treino de força ou da capacidade cardiorespiratória. O ACSM (American College of Sports Medicine) considera a flexibilidade como uma qualidade física determinante para a melhoria da saúde e bem-estar.
Eis alguns dos benefícios que se adquirem com o treino da flexibilidade:
Melhoria e manutenção da flexibilidade e mobilidade ao longo da vida;
Ajuda a equilibrar o comprimento dos músculos, promovendo um alinhamento correcto e a correcção de más posturas;
Reduz do risco de lesão;
Atenua dores (musculares, articulares, etc);
Ajuda a neutralizar alguns dos efeitos da velhice;
Relaxa o corpo e diminui o stress;
Aumenta a auto-estima;
Aumenta a consciência corporal;
Melhora a capacidade de concentração;
Movimentos corporais mais harmoniosos e eficazes;
Dá energia ao corpo à mente e ao espírito.
As posições rotineiras dão origem muitas vezes a más posturas. Muitas dessas posturas são adquiridas no trabalho sem que se dê conta disso. Geram-se desequilíbrios musculares que acabam muitas das vezes em situações de dor e incómodo, como por exemplo as lombalgias e as dores no pescoço (região cervical). A inclusão de alguns exercícios de alongamentos pode diminuir em muito a incidência deste tipo de problemas. Os alongamentos podem ser feitos em qualquer lugar e nem sequer é preciso estar vestido a rigor.
Há centenas de anos que os benefícios dos alongamentos são conhecidos. Tomemos como exemplo o Yoga, praticado na Índia desde tempos ancestrais.
Verificamos hoje um interesse crescente neste tipo de actividades Mind-Body, e a prová-lo está o sucesso que programas de exercício como o “Pilates”, “Yoga” e “BodyBalance” têm nos ginásios.
Quando o treino da flexibilidade não está orientado para atletas, mas para a população em geral, a periodização desse treino não faz sentido. No entanto, face à importância atribuída pelo ACSM, na sua tomada de posição sobre a quantidade e qualidade de exercício recomendadas para o desenvolvimento e manutenção da condição física ao nível cardiorespiratório, muscular e da flexibilidade em adultos saudáveis, este organismo recomenda a inclusão do treino da flexibilidade em qualquer programa de condição física, para desenvolver e manter a amplitude do movimento. Desta forma, o ACSM considera que devem ser alongados os principais grupos musculares e realizados no mínimo, exercícios de flexibilidade, em 2 ou 3 dias por semana.
Lembre-se, o treino de flexibilidade é fácil de implementar, benéfico para a saúde e é para todos.
Referências:
ACSM (2000). ACSM`s Guidelines for exercise testing and prescription – 6th edtion, Baltimore: Lippincott Williams and Wilkins.
Montserrat, X. (2006). Como motivar - Dinâmicas para o sucesso. Porto: Edições Asa.
Tavares, C., Raposo, F., Marques, R. (2005). Prescrição de exercício em health clu. Cacém: Manz.