- Tiago Pereira eliminado após brilhar no qualifying
- Henrique Rocha e Frederico Silva estreiam-se esta quarta-feira
Gastão Elias e Pedro Araújo celebraram pela primeira vez em 2025 e inscreveram os nomes na segunda ronda do Indoor Oeiras Open 2. Tiago Pereira seguiu o sentido inverso, enquanto Henrique Rocha e Frederico Silva só irão a jogo esta quarta-feira neste que é o segundo de três torneios do ATP Challenger Tour organizados de forma consecutiva pela Federação Portuguesa de Ténis na nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor.
Depois de uma entrada falsa na nova temporada, Gastão Elias (372.º) recompôs-se e assinou em grande estilo o primeiro triunfo ao passar pelo britânico Daniel Evans (167.º) numa primeira ronda de luxo graças aos parciais de 6-4, 5-7 e 7-5.
Num encontro digno até de palcos maiores (o português já foi 57.º da hierarquia, o britânico 21.º) e disputado entre dois tenistas da mesma geração (34 anos), o número cinco nacional impôs-se em 2h38 e agendou duelo com o canadiano Alexis Galarneau (198.º), que venceu o peruano Ignacio Buse (236.º) por 6-3 e 6-4.
O triunfo do tenista natural da Lourinhã foi tudo menos fácil, como aliás se perspetivava face às credenciais e favoritismo do adversário. Finalista do primeiro Indoor Open de 2024 e semifinalista do segundo, Elias precisou de inverter uma desvantagem de 4-1 no primeiro parcial e outra de 4-2 no terceiro.
Para tal, precisou de muita paciência e disciplina tática de forma a contrariar o ténis artístico e repleto de mudanças de ritmo do britânico. O slice foi muito usado para combater o fogo com o fogo, mas essencialmente a direita (inside in e também inside out) com várias variações de altura para colocar Evans em posições incómodas e dificultar o ténis clássico do vencedor de dois títulos ATP em quatro finais.
“Consegui lidar bem com as adversidades e dei a volta ao primeiro e ao terceiro sets. Nalguns momentos joguei algum do meu melhor ténis. Fui agressivo, servi melhor comparativamente à semana passada e houve mesmo momentos com um nível muito alto”, destacou o recordista luso de títulos (10) e finais (23) a este nível.
Antes desta vitória, a 300.ª de Gastão Elias em torneios do ATP Challenger Tour, já Pedro Araújo tinha celebrado a quinta em quadros principais deste circuito.
Mês e meio após fechar a contagem de 2024 com um triunfo a este nível, o lisboeta de 22 anos abriu a de 2025 de igual forma graças a uma reviravolta sobre o italiano Gianluca Mager (228.º, antigo 62.º), consumada com os parciais de 3-6, 6-4 e 6-4.
Frente a um adversário de boas memórias – no Millennium Estoril Open de 2022 já vencia quando Mager desistiu e, assim, somou o primeiro e único triunfo numa prova do circuito principal -, Pedro Araújo elevou os níveis de agressividade após um primeiro parcial no qual entrou muito mal para celebrar ao cabo de 2h02.
O pupilo de Frederico Marques ainda esteve a perder por 2-0 no parcial decisivo, mas inverteu a desvantagem com quatro jogos consecutivos no melhor período tenístico do português, sempre a apanhar a bola na subida (em especial do lado esquerdo) e a subir à rede à mínima chance.
Se olharmos para a cotação atual do opositor, o triunfo desta terça-feira só é superado pela vitória face a Mathias Bourgue (196.º na altura) no Oeiras Open 4 de 2021 e pela referida frente ao mesmo oponente (115.º) no Estoril.
“Não entrei bem e até meio do segundo set não me senti muito bem em campo. Estava um bocadinho apático, um bocadinho lento e ele estava claramente a ser superior. Depois o encontro mudou completamente. A minha atitude foi muito melhor, tornei-me mais positivo e meti-me mais no encontro. Isso fez claramente a diferença e já consegui acabar o segundo set de uma maneira muito boa e levar essas sensações para o terceiro", analisou no final de um dia duplamente positivo, dado que na parte da manhã fez um exame em álgebra (é aluno da licenciatura em gestão na NOVA SBE).
Para atingir pela primeira vez os quartos de final nesta categoria, Araújo terá de bater o suíço Alexander Ritschard (118.º e terceiro cabeça de série), que ultrapassou o norte-americano Patrick Kypson (213.º) com os parciais de 7-6(5) e 7-5 em 2h06.
Ritschard é o atual campeão do Del Monte Lisboa Belém Open, torneio que o catapultou para o top 100 aos 30 anos, e na semana passada cedeu nos quartos de final no Jamor, numa prova escolhida para contrariar a ausência por opção do qualifying do Australian Open, onde até seria cabeça de série.
Na quarta-feira, Henrique Rocha e Frederico Silva tentarão juntar-se aos dois compatriotas na segunda ronda do torneio.
Recém-chegado de Melbourne, onde chegou à última ronda do qualying do Australian Open, o portuense (174.º e sexto cabeça de série), defronta o qualifier Robin Bertrand (266.º) às 12h55, encontro seguido do braço de ferro do caldense (307.º) contra o cazaque Denis Yevseyev (249.º).
Fotografias: Beatriz Ruivo/FPT