- Tenista sérvio “imita” Carlos Alcaraz e entra na elite em Portugal
- Indoor Oeiras Open 2 começa já este domingo
Hamad Medjedovic viveu uma semana inesquecível na nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor e garantiu a estreia no top 100 do ranking mundial com a conquista do primeiro de três Indoor Oeiras Open organizados, de forma consecutiva, pela Federação Portuguesa de Ténis.
Com uma exibição de gala, o primeiro cabeça de série (esta semana no 112.º posto da hierarquia mundial) só precisou de 69 minutos para vencer o canadiano Liam Draxl (246.º) por 6-1 e 6-3.
A final deste sábado teve apenas um sentido e até podia ter sido decidida mais cedo, pois Medjedovic serviu para a vitória a 6-1, 5-2.
Esse foi o único momento em que o protegido de Novak Djokovic (o mais velho dos tenistas de Belgrado é uma espécie de mentor e o apoio transcende a questão financeira) sentiu o peso da ocasião, dado que além da conquista do quinto título Challenger — em apenas seis finais — tinha em cima da mesa a sempre marcante chegada ao top 100 pela primeira vez.
Ao contrário do que aconteceu na véspera, em que precisou de três horas para vencer o melhor embate da semana, e sobretudo na primeira ronda, quando viu o adversário servir para a vitória em duas partidas, Medjedovic fez o que quis de um oponente que acusou a energia gasta nos dias anteriores. Além do poder de fogo acima da média com as duas pancadas do fundo do campo, o sérvio usou e abusou do amortie para levar Draxl ao desespero e até ases no segundo serviço fez (não um, mas dois) para rubricar uma exibição próxima da perfeição.
“Não podia pedir uma melhor entrada no novo ano. Estou feliz por ter decidido com a minha equipa não ir à Austrália. Foi arriscado, mas acreditei e sabia que seria uma boa ideia. Estou contente por ter dado imediamente frutos”, começou por dizer o sérvio de 21 anos na conferência de imprensa, recordando a opção de não disputar o qualifying do Australian Open.
Acerca da final, Medjedovic deixou escapar um enorme sorriso: "Espero que todas as finais que venha a jogar sejam como esta. Foi um encontro muito bom, acho que joguei muito bem do início ao fim. Estava com ritmo, a sentir a bola perfeitamente e a sentir-me bem no court. Tinha algum receio porque ontem acabei o encontro bastante tarde e foi muito duro, mas recuperei bem e estava pronto para jogar hoje."
Quatro anos depois de Carlos Alcaraz ter chegado ao top 100 pela primeira vez com a conquista do Oeiras Open 125, nos campos de terra batida deste mesmo complexo, Hamad Medjedovic celebrou o mesmo feito e garantiu que “Oeiras vai ser sempre especial para mim a partir de agora.”
Afinal, este era um objetivo que o jovem de Belgrado perseguia há algum tempo e que o deixa bem encaminhado para assegurar, muito em breve, a entrada nos quadros principais dos próximos torneios do Grand Slam.
Para já, o foco está no Indoor Oeiras Open 2, que começa este domingo e voltará a tê-lo entre os maiores favoritos ao título.
Já o título de pares foi George Goldhoff e Trey Hilderbrand. Os norte-americanos levaram a melhor sobre o japonês Kaichi Uchida e o uzbeque Denis Yevseyev, por 7-5, 2-6 e 10-5, para erguerem a taça no Jamor, onde competiram e celebraram pela primeira vez lado a lado.
Para Goldhoff, de 29 anos e no 153.º lugar do ranking mundial da especialidade, o título no Indoor Oeiras Open traduziu-se no 21.º da carreira e quarto a nível Challenger. Hilderbrand, de 24 anos e no 164.º posto, celebrou um título pela 13.ª vez, quinta no circuito secundário.
Fotografias: Beatriz Ruivo/FPT