O NATAL e o FIM DE ANO, período de muita alegria mas também propício a alguns abusos, o FRIO, que desmotiva uma fatia substancial de indivíduos, mais ou menos regulares na prática de exercício físico, a manterem a sua forma, e o SEDENTARISMO, são uma combinação de condições que em nada abonam a saúde.
Estes e outros factores parecem perpetuar ciclos de hábitos de vida, comuns a muitos indivíduos, que ao longo do ano alternam entre as dietas restritivas e a total ausência de regras alimentares ou entre a prática compulsiva de exercício físico e a inactividade absoluta.
Curiosamente, quanto mais informação temos ao nosso alcance sobre todos os aspectos relacionados com a saúde e o bem-estar e quanto mais variada é a panóplia de soluções proporcionadas pela indústria do wellness (bem-estar), pior vai ficando o cenário global, já classificado de globesidade por Phillip Mills, no seu livro “fighting globesity”.
(http://www.lesmills.com/westcoast/en/members/fighting-globesity/fighting-globesity.aspx.)
O mais engraçado é que, apesar desta tendência galopante para o excesso de peso, para o sedentarismo e para todos os problemas associados, a mudança pode ser tão simples e depende sobretudo de nós!
O exercício físico regular é um hábito, diríamos mesmo uma necessidade, essencial na preservação da nossa saúde e qualidade de vida. Isso quase todos sabem! Mas a perspectiva com que se encara essa necessidade pode variar bastante. Eis uma classificação muito curiosa sobre as pessoas que fazem exercício físico (Stanford e Shimer, 1990) e que reflecte bem esta afirmação.
FELIZARDOS- Pessoas que fazem exercício físico regularmente e com prazer. São pessoas pouco competitivas, que podem faltar de vez em quando a uma sessão de exercícios sem se martirizarem por isso. Estima-se que apenas 25% se enquadram nesta categoria.
CUMPRIDORES DO DEVER- Não detestam o exercício que fazem mas também não o adoram. Fazem actividade física com um objectivo mais ou menos definido (controlo do peso, melhoria da saúde, etc.). Tal como os felizardos podem faltar a uma sessão sem sentirem que o mundo desabe em cima deles. O ideal, nestes casos, é procurar passar para a categoria dos felizardos, variando as actividades (ex: aulas de grupo, treino personalizado) e compensar com actividades fora do ginásio etc.
ESFORÇADOS- Fazem exercício físico de elevada intensidade com um objectivo especifico que normalmente tem a ver com a "performance" ou competição. Fazem parte desta categoria os atletas.
COMPULSIVOS- Pessoas que perderam o controlo do exercício que executam. Não fazem actividade física porque gostem ou porque achem bom para a sua saúde, fazem-no porque são dependentes dele. Envolvem a actividade física de uma determinada superstição destruindo toda a lógica da actividade física numa perspectiva de saúde e bem-estar. Não lhes é permitido falhar a uma sessão porque a sua dependência é tal que entram em depressão.
EXORCISTAS- Subdivisão dos compulsivos e que são caracterizados pelo facto de encararem a actividade física como uma forma de limpar os "pecados" do seu estilo de vida em permanente desequilíbrio (fumo, bebida, exageros alimentares, etc.). Não abdicam dos seus vícios e encontram na actividade física uma forma de compensação.
E, é neste último grupo que provavelmente muitos se irão enquadrar em Janeiro, assim que esta época de festa e abundância acabar.
Mas será esta a categoria a que gostaria de pertencer? Será este o melhor comportamento para si e para a sua saúde?
Para terminar gostaríamos que reflectisse sobre o significado desta frase -Ser activo é algo que pessoas comuns fazem de extraordinário na sua vida.