São muitos os mitos e ideias preconcebidas com que nos debatemos na área do exercício e saúde que importa continuar a esclarecer, dado que cada vez mais é dada importância ao bem-estar. Por vezes são cometidos excessos e erros que poderão ser prejudiciais à nossa saúde, simplesmente por acreditar em rumores ou boatos sobre este ou qualquer outro tema.
Eis alguns dos mitos mais comuns, relacionados com esta temática. Alguns destes mitos fomos encontrar na página “Rituais de vida saudável” que aconselhamos a consultar em www.rituais.iol.pt .
MITO 1– O Exercício localizado faz perder gordura de forma localizada!
“Ao contrário do que muitos acreditam, a premissa de que os exercícios localizados permitem perder gordura nas zonas que estão a ser trabalhadas é falsa. A realização de exercício localizado tonifica os músculos solicitados e, ao aumentar o dispêndio energético, pode contribuir para a perda de gordura corporal total. No entanto e de uma forma geral, não há uma relação directa de causa-efeito entre os locais mais estimulados e a maior mobilização de gordura destas mesmas zonas.
As actividades que mobilizem os grandes grupos musculares, como andar, correr, nadar ou andar de bicicleta, por exemplo, são as mais eficientes no aumento do dispêndio energético total. São, por isso, a variável mais importante para quem pretende diminuir peso em excesso.” (
http://www.rituais.iol.pt/)
Por isso, esqueça lá aquela quantidade infindável de abdominais que costuma fazer para perder barriga ou os inúmeros exercícios que faz para adelgaçar as nádegas e as pernas. Não lhe vão trazer o resultado pretendido. O melhor programa de exercício é aquele que promove um desenvolvimento equilibrado e que esteja adaptado à individualidade de cada um.
MITO 2– Suar muito ou fazer exercício com roupa térmica faz perder gordura e peso!
“Muitos são os que acreditam que transpirar muito durante o exercício físico é sinónimo de grande perda de calorias mas isto não é verdade. A transpiração e respiração originam unicamente uma perda de água do nosso organismo e esta água é reposta assim que forem ingeridos os indispensáveis líquidos após terminado o esforço. Por isso mesmo, quem utiliza roupa impermeável ou térmica para provocar mais transpiração no decorrer do exercício não está a produzir nenhum efeito na mobilização da gordura corporal e nem sequer está a favorecer a sua saúde, levando a uma perda excessiva de água que é fundamental ao organismo.” (
http://www.rituais.iol.pt/)
MITO 3– Fazerpouco exercício ou não fazer nada é a mesma coisa.
Muitas são as pessoas que até gostavam de estar mais em forma mas que, como têm pouco tempo, pensam que não vale a pena. Mas enganam-se porque fazer actividade física, mesmo que durante pouco tempo e poucas vezes, é melhor do que não fazer nada. Pequenos aumentos na actividade física encontram-se fortemente associados a excelentes melhorias na nossa saúde. E este aumento pode até passar por actividades informais. Este tipo de actividade, que está na base da “Pirâmide da Actividade Física”, pode ser conseguido com simples alterações de comportamentos diários. Utilizar com mais frequência as escadas em vez do elevador, lavar o carro manualmente, caminhar 15 minutos à hora de almoço ou fazer uma caminhada de 60 minutos no fim-de-semana são algumas ideias a explorar.
Mito 4– Caminhar faz perder peso.
A caminhada é um excelente exercício, recomendado para todos pelo seu baixo impacto, ideal para pessoas descondicionadas fisicamente, com excesso de peso e que tenham limitações para a prática de exercício mais vigoroso. Caminhar regularmente ajuda a controlar o colesterol, a prevenir a diabetes, tem impacto na melhoria da densidade mineral óssea (relacionada com a osteoporose) e poderá ajudar na manutenção de um peso saudável entre outros benefícios. No entanto, se o objectivo das caminhadas é perder peso então o caso muda de figura. A caminhada, devido à baixa intensidade com que normalmente é praticada, promove um dispêndio calórico baixo. Isso obriga a manter esta actividade por longos períodos de tempo para alcançar um desgaste calórico significativo no que toca à perda de peso. Só para ter uma ideia do que falamos, se quisesse perder 1kg de gordura teria de caminhar, de forma vigorosa (6km/h), mais de 25 horas. Será que está disposto(a) a isso?
Ainda assim caminhar é melhor do que não fazer nada, porque permite algumas adaptações na condição física. Com alguma dedicação e continuidade poderá evoluir positivamente, começando a alternar a marcha com corrida ligeira, até conseguir aguentar períodos de corrida mais prolongados. Aí sim poderá pensar em perder peso de forma expressiva. Não se esqueça também da importância do treino de força que tem uma relação muito preponderante no controle e perda de peso.
MITO 5– A realização regular de exercícios de força resulta num aumento de massa muscular excessivo e desproporcional em mulheres e é prejudicial às pessoas com necessidades especiais.
“Existem alguns preconceitos - especialmente em mulheres e em populações especiais, como os adultos mais velhos e as pessoas com diabetes, doença cardíaca, hipertensão arterial e osteoporose – sobre os exercícios de força, que importa desmistificar.
Muitas mulheres evitam a realização de exercícios de força com receio de ficarem muito “musculadas”, demasiado “grandes”, ou mais “masculinizadas”. Sabe-se no entanto, que tal acontecimento é muito improvável. De facto, a baixa quantidade de testosterona no corpo feminino, apesar de permitir a preservação ou um ligeiro aumento da massa muscular, não permite que o seu crescimento seja excessivo e desproporcionado.
Também indivíduos com patologias especiais receiam estes exercícios. A insegurança e a possibilidade de serem prejudiciais à saúde são as causas mais invocadas para o afastamento desta prática. No entanto, não restam dúvidas de que os exercícios de força orientados por um Fisiologista do Exercício são seguros, resultam em inúmeros benefícios para a generalidade das pessoas e prolongam a independência funcional.”