19 anos ao serviço do Desporto em Portugal

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Paulo Espírito Santo (Ténis)

 
 
 
 
 
Paulo Espírito Santo
 
Portugal
 
 
Ténis
 
 
 
 
Quem é Paulo Espírito Santo
Nasci em Faro a 12 de Dezembro de 1947 onde fiz os meus estudos e onde vivi até os 18 anos. Fui então para a Força Aérea Portuguesa onde obtive qualificação como Controlador de Tráfego Aéreo e Radar de Tráfego.
Depois de desmobilizado, e após ter desempenhado algumas funções numa agência de Viagens entrei para a TAP como Despachante de Tráfego o depois passei para o Voo como Comissário de Bordo.
Em 1989, concretamente no dia 11 de Dezembro de 1989 sofri um acidente de moto de que resultou a bi-amputação.
Em termos desportivos pratiquei os mais diversos desportos desde o hipismo ao Tenis passando pelo inevitável futebol , pelo andebol, pelo hóquei em patins, pelo windsurf, logo no nascimento da modalidade em Portugal.
No entanto foi ao Tenis que dediquei mais tempo e, por ser um desporto individual, por pode-lo praticar por todos os locais onde me deslocava profissionalmente.
No ténis em cadeira de rodas comecei, obviamente, após o acidente, tendo iniciado a sua prática em Lisboa no Lisbon Racket Center com o Prof. Fred Marx.
Convirá dizer que resido em Alpiarça, para onde fui em 1987.
Em termos de torneios esta prática inicia-se em 2003 num torneio em ATH – Bélgica onde fui finalista .
Outros Torneios no estrangeiro:
Albarela (Veneza) 2004 – Finalista
Sardenha – 2004 – Quartos de final
ATH – 2005 – Vencedor
Grenoble – 2005 – Meias finais 
Torneios em Portugal Disputei todos os Torneios tendo vencido todos com excepção de Pombal em 2009 onde fui finalista. 
Campeonatos Nacionais:
2008 – Carcavelos - Finalista
2007 – Ponta Delgada - Vencedor
2006 – Ponta Delgada - Vencedor
2005 – Évora - Vencedor
2004 – Porto Santo - Vencedor
2003 – Espinho - Vencedor
2002 – Espinho - Vencedor
 
É portador de deficiência física desde sempre?
Eu sou bi-amputado dos membros inferiores no terço superior. Esta foi consequência de um acidente de viação ocorrido no dia 11 de Dezembro de 1989.
 
Se não, já praticava ténis, antes de passar a locomover-se numa cadeira de rodas?
Já praticava ténis. Era mesmo o desporto ao qual dedicava mais importância e dedicação.
 
Como e quando foi a sua primeira experiência no ténis sentado?
A primeira experiência, sentado foi quando, no quintal da minha casa o meu filho brincava  com um amigo com as minhas antigas raquetes. Pedi-lhes uma das raquetes e, com eles, bati uns voleis. Fiquei admirado com a agradável sensação de ainda conseguir fazer aquelas pancadas. Naquele momento, seria por volta de 1990, ainda não fazia a mínima ideia de que se poderia praticar ténis na cadeira de rodas. Somente bastante mais tarde,  já rondando 2001/2002 é que, por intermédio do meu amigo Basílio Pinto Basto, na altura vice-presidente da FPT, tive conhecimento de que se jogava Tenis “sentado” e que em Portugal tínhamos um técnico o Fred Marx que estava a impulsionar a modalidade e que prontificou para me ensinar a jogar Tenis sentado.
 
O que mudou, desde essa altura, até à presente data?
Em mim mudou imenso. Eu sempre pratiquei desporto ao longo de toda a minha vida. Era uma das limitações que mais me constrangia era não puder praticar um desporto que me fosse “prazeiroso”como dizem os nossos amigos brasileiros. Somente tinha conhecimento de que se praticava Basketball e Atletismo em cadeira de Rodas, e, para essas áreas eu não me sentia com apetência. Assim o Tenis veio ocupar um espaço “vital”na minha vida, proporcionando-me mais um objectivo. No Ténis o objectivo, como todos os praticantes sabem, é a melhoria contínua. Umas vezes são as pancadas outras a condição física outras nós próprios. Foi esse objectivo o da satisfação que se vai obtendo pela superação das diferentes barreiras que se nos vão apresentando. No Tenis, como na vida, sendo ou não portador de deficiência.
 
No seu ponto de vista, qual a situação do ténis em cadeira de rodas, em Portugal?
O Tenis em Cadeira de Rodas começou de forma muito incipiente e com escassos apoios. A sua evolução foi suportada pelos praticantes e por um ou dois clubes que, por “carolice”dos seus dirigentes, se dedicaram à modalidade. Nestes ter-se-á sempre de distinguir o Clube de Tenis de Pombal e o seu infatigável Sr. Faria e, num plano diferente o Clube de Tenis de Ponta Delgada que, com o apoio do Governo da Região Autónoma dos Açores, deram um impulso muito importante para o arranque da modalidade nos Açores o qual teve reflexos no Continente.
Agora a FPT em colaboração com a Fundação EDP, conseguiram um importante contributo para a divulgação e  promoção da modalidade. Com isto não se pense que a Federação Portuguesa de Tenis foi uma entidade ausente. Antes pelo contrário, sempre se encontrou nela um apoio, na medida das possibilidades de FPT, que são sempre exíguas, este apoio muitas vezes prestado pelos membros da Federação, quer dirigentes quer corpo técnico, foi e é a mola impulsionadora da modalidade.
 
Para si, quais as vantagens, para um deficiente físico, que advêm da prática do ténis?
Permita-me recolocar a sua questão e colocá-la assim: quais as vantagens, para um qualquer pessoa, que advêm da prática do ténis? A resposta a esta questão é universal. “Mens sana in corpore sano”. Admito que para um portador de deficiência a pratica de desporto lhe dê um acréscimo de auto estima que, num mundo em que se cultiva a imagem e não o seu conteúdo, o irá ajudar a impor-se perante as múltiplas adversidade e resistências que se deparam no seu quotidiano.
 
E quais as principais dificuldades com que se depara?
As maiores dificuldades que se deparam a um praticante de Tenis em Cadeira de Rodas são de duas ordens. A primeira é a mesma de todas as modalidades amadoras.
A segunda é de natureza estrutural. Não são todos os Clubes de Tenis onde se pode praticar Tenis em Cadeira de Rodas. E não tem a ver com o tipo de  piso mas tão simplesmente com a largura das portas dos campos,
E não me refiro a apoio financeiro, se bem que este também seja importante. Mas apoio em termos de organização a patrocínio de provas. Ou seja de forma geral podemos dizer que as nossas empresas não têm em grande linha de conta as suas obrigações sociais. As empresas obtêm os seus proveitos da comercialização dos seus produtos a toda a sociedade, no entanto não têm para com ela um comportamento solidário.
 
Quais os seus objectivos futuros, enquanto jogador de ténis?
Neste momento o meu objectivo é o de conseguir obter uma forma técnica e psicológica que me permita uma prestação positiva na “World Cup”( é a equivalente à Taça Davis, mas para cadeiras de rodas) de forma a colocar o nosso ténis num patamar em que não estejamos sujeitos à atribuição, sempre subjectiva, de“Wild Card”, para podermos participar nessa competição. Os outros objectivos, em termos de resultados nacionais, virão por acréscimo.
 
Como perspectiva a participação portuguesa no próximo Campeonato do Mundo que decorrerá em Inglaterra, no próximo Verão?
A nossa participação irá sem dúvida ser empenhada e para isso estamos a treinar. No entanto é bom termos a noção de que como iremos entrar com um Wild Card iremos encontrar como nosso primeiro adversário um país que já lá está pelos resultados que obteve no ano anterior. E é aqui que poderemos ter algum problema. Na qualidade da Selecção que encontremos no primeiro encontro. Nós vamos preparados para defrontar quem nos aparecer, esperemos somente que a sorte do sorteio não nos seja madrasta.
 
E quanto à sua prestação individual?
Numa competição em que vamos integrados numa representação nacional não é a prestação individual que é importante pois que todos teremos a mesma disponibilidade para o que for entendido como mais importante para o resultado da Equipa Nacional. O objectivo de toda a Equipa Nacional é prestigiar o nosso  País, obtendo um bom resultado final, independentemente de quem o obtenha. Como é uma prova por equipas nunca é o desempenho individual que conta, mas o agrupamento dos desempenhos individuais.
 
Que conselhos deixa a um(a) deficiente físico(a) que pretenda praticar ténis?
O conselho que posso deixar para um potencial jogador de Tenis em Cadeira de Rodas é: NUNCA DESISTAS!
Mas isso todos eles já fazem na sua vida diária. O Tenis como desporto individual tem a vantagem de não ser necessário um grande conjunto de pessoas para ser praticado. Também a individualidade do desporto nos leva a melhorar a nossa auto estima, a nossa condição física e aptidão motora. Também tem a vantagem de que se fizermos asneira, e faremos muitas, somente nos podemos censurar a nós próprios o que nos leva a sempre procurar uma melhoria das nossas prestações.
Mas também tenho, por uma questão de honestidade intelectual, de avisar quem queira vir praticar Tenis de que é uma modalidade que implica uma execução técnica o que implica uma aprendizagem. Uma vez adquirida é como andar de bicicleta nunca mais se esquece pois que entra na nossa memória mecânica.
Não pensem com isto que é uma modalidade somente ao alcance de alguns. Antes pelo contrário. TODA  E QUALQUER PESSOA QUE UTILIZE CADEIRA DE RODAS PARA SE DESLOCAR O PODE FAZER e por maioria de razão outros com menores constrangimentos.
Para praticar Tenis em Cadeira de Rodas podemos faze-lo com outros que também joguem sentados e com os que jogam em pé. Que outra modalidade tens que possas praticar de  forma tão integrada.
Se queres mesmo jogar ou mesmo só experimentar contacta com a Federação Portuguesa de Tenis que te dirá como o fazer
 
      

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025 – 18:34:20

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