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Vera Fernandes

 
Vera Fernandes é um nome que, esta época, tem estado em foco no atletismo algarvio. Fique, agora, a conhecer melhor esta atleta.


 Em termos desportivos, o atletismo foi a sua primeira experiência, enquanto praticante?
 
O atletismo não foi a minha primeira experiência enquanto praticante. Ainda criança inscrevi-me na Associação de Karate Wado Kai Santarém, onde exerci a prática de Karate federado durante cerca de 12 anos. Participei em diversos estágios e campeonatos, obtendo, por vezes, bons resultados a nível nacional. Participei no Campeonato do Mundo de Karate em Tokio (Japão), em 2005, nas vertentes kata e kumite individuais. No entanto, não obtive nenhum resultado significativo nesta competição.

Obtive a graduação de 1º Dan, através de exame realizado com o mestre Barry Wilkinson, representante europeu da AKWK e o curso de treinadora monitora nível III, através da Federação Portuguesa de Karate.

Abandonei a modalidade em 2009, devido a mudança de residência.

 
Como, onde e quando começou a praticar esta modalidade?
 
Comecei a praticar atletismo, por acaso, em 2011, quando me inscrevi no ginásio Village Fitness em Portimão. O ginásio tem um grupo de corrida amador - Village Runners - e, como sempre gostei de correr, juntei-me a eles e comecei a treinar duas vezes por semana, ao mesmo tempo que praticava outras actividades no ginásio.
 
Através deste grupo, participei pela primeira vez numa corrida - a Mamamaratona 2011, uma corrida/marcha de 8 kms contra o cancro. Participei, também, noutras provas - Corta Mato da Nave, Corrida da Liberdade, Meia Maratona EDP ... - e, como ia conseguindo bons resultados, recebi o convite para correr pelo clube Associação Académica da Bela Vista, onde estou neste momento e que me tem ajudado a desenvolver e a melhorar o meu treino, de forma a obter melhores resultados.

 Actualmente, o que significa, para si, o atletismo?
 
Actualmente o atletismo é muito importante para mim, porque me desafia a procurar os meus limites e a estabelecer objectivos. A minha carga de treino tem vindo a aumentar gradualmente o que se reflecte também, nos resultados que tenho obtido. Neste momento, já não imagino a minha vida sem atletismo.
 

 
Fale-nos um pouco do seu percurso desportivo...
 
O ponto mais marcante para mim foi ter ganho a 1.ª Meia Maratona da Associação de Atletismo do Algarve, uma vez que não contava com isso.
 
Apesar de ter evoluído muito desde a minha primeira Meia Maratona ( EDP 2012) há 8 meses, a minha marca ainda está longe dos meus objectivos e não contava que fosse suficiente para ganhar.
 
Para além disso, esta prova decorreu numa semana em que tive de recuperar de uma lesão no gémeo interno, o que não me permitiu cumprir com todos os objectivos de treino.
 
O meu objectivo para a prova era manter a marca conseguida duas semanas antes na Meia Maratona Rock N Roll - 1h28m05s.
 
Contudo, fiquei contente por ter cortado uns segundos a essa marca  (1h27m41s) mesmo assim.
 

E desilusões, na sua carreira, já sofreu alguma?
 
Até ao momento, ainda não sofri nenhuma desilusão no atletismo, porque tenho conseguido cumprir os meus objectivos. No entanto, penso que também ainda não tive tempo para isso, uma vez que só recentemente comecei a estabelecer objectivos mais altos.

 Quais considera serem as principais diferenças, no estilo de vida que leva, relativamente à maioria das jovens da sua idade?
 
Bem, relativamente à maioria dos jovens da minha idade, penso que as principais diferenças no estilo de vida que levo, são as saídas à noite ao fim-de-semana que ultimamente tenho vindo a cortar, porque sinto a necessidade de descansar. Preciso de me deitar cedo, porque também acordo muito cedo.
 

Quantas vezes e quantos quilómetros treina por semana, quando se prepara para uma competição importante?
 
Neste momento, treino entre 53 a 93 kms de corrida por semana, dependendo dos objectivos para a semana.
 
Por exemplo, se tiver prova a carga de volume é a menor. Esta carga inclui treinos específicos.
 
Para além disso, complemento o treino com actividades no ginásio, principlamente o Yoga, Body Attack e Indoor Cycling.

  
Esta época, mudou de clube. Porquê?
 
Relativamente à mudança de clube, esta aconteceu, como já referi por ter recebido o convite para correr pela AABV, o que me introduziu no atletismo federado e me deu maiores possibilidades de evolução.

 Quais os seus objectivos para a corrente temporada?
 
Nesta temporada, vou querer melhorar a minha marca nos 10 kms (39m08s). Apesar de ainda só ter participado uma vez numa prova com esta distância, gostei bastante da experiência, porque é uma distância onde me sinto muito bem.
 
Vou também participar pela primeira vez, na Maratona, em Dezembro.
 
No Algarve, domina várias das provas em que participa. Ambiciona mudar-se para um clube maior e lutar por triunfos em Campeonatos Nacionais ou outros provas de semelhante relevância?
 
Relativamente aos Campeonatos Nacionais, com certeza que gostaria de ter a possibilidade de triunfar.
 
É isso que me faz levantar da cama as 6:00 da manha para ir treinar, pois sei que não terei qualquer hipótese se não der o melhor de mim. Também sei que, mesmo dando o melhor, posso não conseguir, mas isso não me assusta porque ao dar o melhor que posso pelo meu clube estou de consciência tranquila.

Se surgisse a oportunidade de me mudar para um clube maior, com certeza que iria equacionar essa hipótese se me permitisse evoluir mais e obter melhores resultados.
 
No entanto, independentemente disso, irei continuar a trabalhar para melhorar as minhas marcas.

 
Como encara o panorama do atletismo algarvio, na actualidade?
 
Actualmente, o atletismo algarvio, na minha opinião, precisa, sobretudo, de ser renovado, ou seja, de atrair mais jovens para as diversas modalidades.
 
Existem muitos talentos, mas, por vezes, eles perdem-se por falta de incentivo ou de apoios.
 

No desporto, quais são os seus ídolos? E na vida?
 
No desporto, tenho vários ídolos, mas, posso destacar a Rosa Mota, Dulce Félix e Jéssica Augusto.
 
Na vida, tento lembrar-me dos ensinamentos de Mahatma Gandhi, pois realmente acredito que a maior força está na razão e o maior conhecimento dentro de nós próprios.

 Que mensagem quer deixar a todo/as que lêem esta entrevista?
 
A mensagem que gostaria de deixar a todos os que lerem esta entrevista é, em primeiro lugar, obrigada pelo interesse em ler tudo isto sobre mim e para não desistirem dos objectivos quando encontram uma dificuldade, quer seja no atletismo quer seja na vida sentimental ou no trabalho, porque, no fundo, é isso que também aprendemos com o atletismo, a não desistir da nossa corrida, de qualquer que seja o nosso objectivo, em última instância, da nossa vida.  
 
Entrevista de José Duarte
 
 

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domingo, 8 de dezembro de 2024 – 12:36:06

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