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A Câmara Municipal do Seixal criou e abriu ao público o Museu Municipal do Seixal em 1982, em instalações localizadas na Torre da Marinha (Arrentela). Denominando-o por Ecomuseu desde 1983, a tutela assumiu como linhas estruturantes da sua programação museológica a actividade referente ao território concelhio, a conservação dinâmica do património, sempre que possível in situ, e a interação com formas de participação da população/das comunidades na vida municipal. O alargamento territorial e o aprofundamento da estrutura orgânica e funcional do EMS foram marcantes a partir de finais de 1996. As modificações e expansão das suas actividades, nomeadamente nos campos da investigação, da documentação e da conservação, colocaram na ordem do dia uma reprogramação museológica. As atuais linhas de trabalho para a qualificação e o desenvolvimento dos recursos integrados no EMS desenvolvem-se na sequência da aprovação pela Câmara Municipal do Seixal em 2001, do documento programático de base intitulado Programa de Qualificação e de Desenvolvimento do EMS.
O Ecomuseu Municipal do Seixal (EMS) integra organicamente um conjunto de núcleos e de extensões museológicas (cinco núcleos museológicos e três extensões) e gere duas embarcações tradicionais de recreio, cuja gestão obedece a uma programação museológica comum e visa assegurar o cumprimento da missão cometida à instituição, intimamente ligada ao território, ao Património cultural e à população do Concelho do Seixal.
Núcleo da Mundet
Aberto ao público desde 1998 e instalado na antiga fábrica Mundet (1905-1988), no Seixal. Ao visitar os Edifícios das Caldeiras Babcock & Wilcox e das Caldeiras de Cozer Cortiça, ficará a conhecer melhor aspetos relacionados com a preparação e a transformação da cortiça, numa das maiores e mais importantes unidades industriais corticeiras do século XX em Portugal.
Núcleo Naval
Aberto ao público desde 1984, ocupa o sítio de um antigo estaleiro naval, em Arrentela. Neste núcleo do Ecomuseu pode explorar aspetos relacionados com as memórias dos barcos do Tejo e o seu contexto geográfico, social e cultural. Pode, ainda, visitar uma oficina de construção artesanal de modelos de barcos do Tejo, ficando a conhecer algumas particularidades da construção naval tradicional em madeira.
Núcleo do Moinho de Maré de Corroios
Aberto ao público em 1986, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público. Constitui um dos 45 moinhos de maré identificados no estuário do Tejo, sendo um dos mais antigos. Construído em 1403 por iniciativa do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, manteve-se em laboração até à década de 1980, recorrendo à energia das marés para moer cereal. Inserido numa área natural protegida, o Sapal de Corroios, o moinho de maré conserva todos os equipamentos e utensílios de trabalho e preserva o saber-fazer associado à moagem tradicional.
Núcleo da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol
O Núcleo da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol do Ecomuseu Municipal do Seixal (EMS), localizado na proximidade de Corroios, visa a preservação e musealização de sítio arqueológico classificado de Monumento Nacional.
Olaria romana que funcionou entre os séculos II e V. Identificada e alvo de escavações arqueológicas entre 1986 e 1992. No sítio preserva-se parte de alguns dos fornos de produção de loiça doméstica, materiais de construção, lucernas e, principalmente, de ânforas destinadas ao envase e transporte de preparados de peixe e, provavelmente, de vinho. Pode observar-se também o forno construído em 2010, que restitui a forma e o funcionamento das estruturas originais, com base na investigação arqueológica e etnográfica.
Núcleo da Quinta da Trindade
O Núcleo da Quinta da Trindade do Ecomuseu Municipal do Seixal (EMS) está instalado na zona residencial da antiga propriedade agrícola, situada na Azinheira, Seixal, onde se integra o edifício classificado de Imóvel de Interesse Público. A quinta, que remonta ao século XV, foi propriedade de D. Brites Pereira (sobrinha de D. Nuno Álvares Pereira) e por ela legada em testamento à Ordem da Santíssima Trindade, que a explorou até 1834. Integra o projeto museológico municipal desde 1982.
Extensão do Ecomuseu no Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal
Aberto ao público desde 2011, ocupa o espaço da antiga Tipografia Popular A. Palaio, Lda., que aqui funcionou entre 1995 e 2006. Nesta extensão do Ecomuseu ainda se utilizam as técnicas da composição manual e de impressão em máquinas como a Minerva, para proporcionar aos visitantes uma experiência única associada aos saberes e às memórias das artes gráficas tradicionais.
Extensão do Ecomuseu na Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços
Data de 1898, a instalação em Vale de Milhaços, da fábrica da Companhia Africana de Pólvora, designação mais tarde alterada para Sociedade Africana de Pólvora, Lda. Desde a sua integração como extensão do Ecomuseu, em 2001, são programadas regularmente visitas às caldeiras e à máquina a vapor centenárias e ainda em funcionamento, bem como ao conjunto de oficinas e maquinaria preservadas in situ e que constituíam o circuito de produção da pólvora negra. A Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços foi classificada como Monumento de Interesse Público, em 2012.
Extensão do Ecomuseu na Quinta de S. Pedro
Antiga quinta senhorial urbanizada na década de 1990. Quando foi identificada e escavada uma necrópole associada à respetiva capela. De 1994 a 2006, os trabalhos revelaram 115 enterramento e mais de uma centena de outros indivíduos em ossários, fornecendo dados físicos e demográficos sobre a população local e as suas práticas funerárias entre os séculos XIII e XVIII.
Embarcações tradicionais do estuário do Tejo
Cais principal de apoio: Seixal (frente ao jardim)
O varino Amoroso e bote de fragata Baía do Seixal, integram o acervo do Ecomuseu desde a década de 80 do século passado. Entre os meses de Abril e de Outubro de cada ano, realizam-se passeios no rio Tejo, utilizando as técnicas tradicionais de navegação à vela.
O acervo do Ecomuseu Municipal do Seixal é constituído por património cultural imóvel, por património flutuante e por bens móveis, incluindo coleções arqueológicas, técnicas e industriais, artísticas e etnográficas e fundos documentais, na sua maioria provenientes do território do concelho.
Destacam-se:
- as coleções arqueológicas, nomeadamente da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol;
- as coleções industriais, nomeadamente da fábrica de cortiça da Mundet & C.ª, Lda. (Seixal);
- as coleções etnográficas e de cultura flúvio-marítima, nomeadamente de estaleiros navais tradicionais do estuário do Tejo;
- as coleções de azulejaria (séculos XVI a XX);
- as coleções e fundos documentais (imprensa local, fotografia, bibliografia e documentos variados, incluindo fundo antigo da Câmara).
Para além do património material incorporado no seu acervo, o Ecomuseu Municipal do Seixal (EMS) integra e dinamiza um importante património cultural imaterial, nomeadamente através da preservação e da transmissão de técnicas e saber-fazer ligados à tipografia, à moagem, à construção naval tradicional em madeira, à navegação à vela tradicional no estuário do Tejo e à produção de energia mecânica a vapor, que no contexto do trabalho museológico estão associados respetivamente à oficina tradicional de artes gráficas no Espaço Memória –Tipografia Popular do Seixal, ao Moinho de Maré de Corroios, à oficina de modelismo naval no Núcleo Naval, às embarcações tradicionais, e ao circuito da pólvora negra, na Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços.
Conteúdos da responsabilidade do museu e editados pela DGPC
Outras Informações: http://www.cm-seixal.pt/ecomuseu