
Propriedade da Estoril Sol, a revista “Egoísta” acaba de lançar uma nova edição que celebra o bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco. “A “Egoísta - Ana e Camilo” é uma homenagem a Camilo Castelo Branco e a Ana Plácido, dois nomes que se entrelaçam numa cumplicidade literária, vivencial, amorosa”, revela a editora Patricia Reis.
“Pedimos a Ana Vidigal que pensasse uma exposição para as páginas desta edição da Egoísta e o resultado é esse: viajar na página como quem admira as paredes de um museu. Convidámos Filipa Leal para nos brindar com poesia, Luisa V Lopes com uma perspectiva amorosa do cérebro e a Rita Ferro um exercício epistolar que nos transporta para a voz do próprio Camilo. Os portfólios de artistas incluem Rita Magalhães, Nuno Nunes Ferreira, Roberto Farba. O retrato do escritor que foi tão amado quanto polémico, é tecido por Inês Pedrosa”, explica Patricia Reis.
Escreve Mário Assis Ferreira, Director da “Egoísta”, no editorial “É tempo de recordar”: Mais de um quarto de século separa este editorial daquele outro, já longínquo, que me trouxe, pela primeira vez, a estas páginas. Corriam os idos de 2000 quando a Patrícia Reis, consagrada Curadora, e Henrique Cayatte, visionário Designer, me confrontaram com um repto tão aliciante quão desmesurado: nada menos do que dar corpo a uma revista de arte e cultura que fosse mais do que um veículo, mais do que uma vitrine, mas uma entidade viva, capaz de reflectir o país e o mundo, de potenciar pensamento, de acolher talento, de resistir ao tempo, em vocação de eternidade. E eu, que resisto a tudo menos às tentações, nem sequer hesitei em fugir ao risco de abraçar tão aliciante desafio. Assim nasceu a Egoísta: bem mais que uma simples revista, ela era a crónica palpitante do seu tempo, luzeiro da liberdade opinativa, objecto de culto e desejo, qual tesouro disputado e não raro cobiçado.
“Enfim, graças à pertinácia e ao génio criativo da Patrícia Reis, foram vinte e seis anos vividos na obstinação de erguer uma Obra que se impôs pelas virtualidades do seu mérito e deixou − ouso dizê-lo – uma marca indelével na História da imprensa portuguesa. Aliás, não apenas em função dos 94 prémios outorgados em terra pátria: a Egoísta resplandeceu além-fronteiras, coroada com múltiplas distinções que a consagraram como uma incontornável publicação europeia de excelência! Perdoe-se este irreprimível exercício recordatório que a névoa das circunstâncias poderá justificar…”, sublinha Mário Assis Ferreira.
E, talvez por isso, pouco espaço me resta para abordar o tema central desta Egoísta dedicado à celebração do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco. O que, porventura, até seria redundante, pois que essa é matéria já profusamente elaborada pelos autores, nossos “cúmplices”, na feitura desta edição.
Mas, de Camilo, não resisto a evocar esse escritor sublime, tão enaltecido na Obra quão vilipendiado na vida, cuja existência foi tormento e chama, num vórtice de paixões abrasadoras, tragédias insolúveis, dívidas remidas na sombra fria da prisão… Mas nem o cárcere logrou calar-lhe a pena, nem as grades lhe detiveram o fervor de uma imaginação sem freio. Camilo soube mostrar que a criatividade é indómita, que a palavra resiste aos açoites da vida e, nesse resistir, se converte em eternidade! Assim como a Egoísta, cronista de um mundo convulso, vive suspensa entre o esplendor alcançado e a incerteza do porvir, respirando as angústias de um tempo em que se enredam as marés do seu destino. Mas, tal como Camilo, a Egoísta não abdica de si própria: ingente na libertária ânsia de imaginar, pujante no festivo devaneio da arte de recriar. Ciente, embora, de que a Cultura é travessia precária, mas pertinaz na saudade dos tempos em que era publicação trimestral… E por isso, solitária nessa evocação à saudade… Até porque a saudade é a memória vestida de solidão!… Votos de um Feliz Natal e até sempre!”, conclui Mário Assis Ferreira.
Lançada em 2000, a revista “Egoísta” foi já galardoada com 94 prémios nacionais e internacionais na área do jornalismo, design, edição, criatividade e publicidade, o que a torna na publicação mais premiada a nível europeu.
Em mais uma edição de colecionador, a “Egoísta – Ana e Camilo”, como as restantes, é para guardar.Os leitores da revista “Egoísta” podem encontrá-la à venda no Casino Estoril e Casino Lisboa.