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O fim de semana com o Boxerpa permitiu-nos também acompanhar os seus treinos. Após o sucesso da sessão da manhã no Centro de Paralisia Cerebral de Beja, temos pela frente dois treinos. Ao ouvimos o treinador, alguns dos seus alunos presentes nos treinos e também os convidados do Seven Fight & Fitness (Beja) que estão em vias de ter uma parceria com o Boxerpa no ensino e treino da modalidade.
Nada melhor que saber de alguns atletas a sua vivência ao longo do tempo que aqui treinam a modalidade do Boxe.
- Emanuel Machado (Boxe Adaptado):
AMMA: No teu caso a adesão ao Boxerpa foi para ajudar a atingir o objectivo de tirar a carta de condução. Porquê o Boxerpa e não outro desporto?
EM: Foi para provar às pessoas que sabes que me trataram como se eu não tivesse valor e que acham que eu não conseguiria, sem mesmo me terem dado uma oportunidade. Também para me superar e ficar mais forte e claro descobrir novas habilidades que eu nem imaginava que elas cá estavam. Foi uma surpresa quando eu fiz aquele Plastron onde tinha de fazer muitas coisas e isso foi onde comecei a ficar mais motivado para continuar. E também porque quando eu tomei a decisão da carta, os meus pais, os meus amigos o Gaspar até tu amigo, muito obrigado por teres, não sei como se diria, mostrado o meu sonho fora de Serpa. Muito Obrigado, diziam que um dia ia conseguir tirar carta e hoje em dia estou quase a acabar. Depois é partir para outro sonho que é ter o Honda Civic Typer R.
AMMA: Há quantos anos treinas boxe?
EM: Se não me engano acho que já lá vão 5, 6 anos mais ou menos.
AMMA: O que sentiste nos primeiros treinos?
EM: Como eu estava muito chateado da forma como me tinham tratado, como sabes, fora do Boxerpa tratam e continuam a tratar-me com muito preconceito e isso deixa-me muito em baixo, porque eu estou no Boxerpa para mostrar que sou muito mais do que aparento ser e nos primeiros treinos foram assim estava muito em baixo eu não ria, quando saia algo novo eu não conseguia ficar contente, os meus olhos não tinham brilho nenhum mas sempre acreditei que no Boxerpa ia conseguir e foi com o continuar dos treinos que o brilho voltou e quando dei por mim já fazia as coisas com mais alegria. Voltei a sorrir e hoje em dia estou no Boxerpa gosto muito de ali estar. Aprendo muitas coisas ali e também gosto porque posso ser quem sou e depois o ambiente é bom e o treinador também é boa onda o que faz com que os treinos funcionem bem é isso que eu gosto quando estou num sitio sentir que me gostam de ajudar, sentir o carinho a amizade.
AMMA: Como foi teres parado os treinos na pandemia?
EM: Foi muito complicado pois foi muito tempo parado e como eu nessa altura estava, se não me engano, a descobrir coisas novas tivemos de parar, também ficar longe da minha segunda casa o Boxerpa e da Minha Segunda Família foi muito difícil, mas agora já voltamos e é seguir em frente.
- Helder Mestre (Boxe Adaptado):
AMMA: Quando foi o inicio da prática do boxe?
HM: Penso que comecei em 2013.
AMMA: O que motiva a praticar a modalidade e que vivências são sentidas nos treinos?
HM: O boxe permite-me trabalhar o equilíbrio e a coordenação, o que é bom para mim, dada a minha condição física. O espírito de equipa e de superação nos treinos também é igualmente motivante.
- Emanuel Pica
AMMA: Treina no Boxerpa há quanto tempo?
EP: Há cerca de 5, 6 meses.
AMMA: Qual é o desenvolvimento que tem estado a notar em si?
EP: Tenho desenvolvido mais as capacidades motoras, estava a sentir-me muito preso e agora com o treino de boxe noto que me sinto mais leve, sinto-me melhor e tenho desenvolvido melhor fisicamente.
AMMA: Relativamente à parte psicológica, sente-se mais feliz?
EP: Isto é um alívio do stress do dia a dia que a gente acumula na semana, e desde que comecei a fazer este treino de boxe, uma pessoa vai daqui mais liberta, descarrego as frustrações todas que acabamos por ter no nosso dia a dia. Ou seja, saímos aqui de alma lavada e estamos serenos.
AMMA: Aproximadamente quantas vezes é que treina?
EP: As vezes com o treinador, está disponível. Quando vem tento sempre cumprir. Quando ele cá está aproveitar os treinos ao máximo, neste caso, acaba por ser no fim-de-semana os dois dias.
- Luís Martins
AMMA: Olá quanto tempo andas no Boxerpa?
LM: Fez 5 anos.
AMMA: Já competiste alguma vez?
LM: Sim, já combati 2 vezes, ganhei um e perdi outro.
AMMA: Consideras o boxe um desporto de combate violento?
LM: Não, nunca, nada. Nada é violento, dentro das regras do boxe...
AMMA: Na pandemia, como é que foi gerir o parar do boxe e depois recomeçar?
LM: Eu tentei ao máximo manter a prática em casa sem poder sair. Em casa manter o máximo, tenho um saco, tenho algum material que consigo usar em casa, e foi a solução para conseguir manter o ritmo dentro do possível dentro das regras do Covid 19.
AMMA: Como foi o regressar?
LM: Foi quase Recomeçar do zero em relação a cárdio. A técnica, não muito, mas a cárdio a resistência muscular foi começar de novo, porque não é igual ao praticar em casa e praticar num Clube, num ginásio. É diferente. Foi começar de novo.
- João Moquenco
AMMA: Estás no Boxerpa deste ano?
JM: Desde 2016. Licenciei-me em 2015 em desporto em Beja. A assim que me licenciei, ainda dei umas aulas nos Bombeiros aos Seniores no Verão, entretanto, surgiu aqui esta oportunidade, vim falar com o Carlos e desde essa altura que estou por aqui.
AMMA: Projectos no Boxerpa?
JM: Desenvolver cada vez mais e mais, porque é aquilo que a gente está a fazer. E desde que o Carlos iniciou o projeto e eu continuei. É isso que a gente procura aqui. É óbvio que cada vez mais e a Interajuda entre colegas.
- Alexandre Coelho
AMMA: Quando entraste no Boxerpa?
AC: Bom no Boxerpa em si estou presente desde o início, ainda isto não era nestas instalações, como praticante do desporto do boxe em si. Sempre fui uma pessoa que gostou de desporto, sempre fiz desporto, depois conheci a modalidade em 2011, mais ou menos, e ainda isto não era nestas instalações e então, eu estou cá presente. Dentro da direção estou desde 2014 e há cerca de dois mandatos a mudámos aqui a estrutura e subi para vice-presidente, dada a minha presença assídua e dado todas as minhas funções burocráticas e tudo mais.
AMMA: Para além do boxe, também fazes parte do fitness?
AC: Sim, além de fazer parte da direção, faço parte também da equipa técnica. Sou, responsável, digamos assim, pela sala de musculação, e temos também os nossos atletas aqui. Como Carlos Gaspar já referiu, há pessoas que fazem atividade fitness, há aqueles que só fazem musculação, outros que só fazem fitness. Eu estou como responsável desta parte do ginásio. Não que seja a minha área de formação, mas como é certo, depois complementei minha formação nesta área, dado o meu gosto e de há uns anos para cá, tenho estado presente e faço parte de toda a equipa técnica juntamente com o João e com o Carlos, os restantes elementos actualmente da nossa equipa.
Convidados
(Rodney Santos com Carlos Gaspar no Ringue)
- Rodney Santos
AMMA: Rodney Santos tem o seu espaço em Beja.
RS: Isso isso mesmo. Seven Fight & Fitness.
AMMA: Que modalidades leciona?
RS: Lá temos aulas boxe vamos ter agora no futuro Jiu-Jitsu, Luta Livre, MMA e Muay Thai, mas por enquanto está ativo em aula é só o boxe.
AMMA: Washington Gomes, que actividades pratica?
WG: Cinturão negro pela Equipe Carioca no Brazilian Jiu-Jitsu e cinturão castanho de Luta Livre pela Equipa MMA Team.
AMMA: Vai fazer Luta Livre em Beja?
WG: Sim, isso.
AMMA: A experiência do boxe aqui no Boxserpa hoje? Já alguma vez tinha feito boxe ou algo parecido?
WG: Adorei. Não tinha feito, o mais parecido foi o Muay Thai.
- Telmo Baratizo
AMMA: A sua área desportiva centra-se basicamente no fitness?
TB: Eu sou Personal Trainer, sou licenciado em desporto e bem-estar e fui militar durante 6 anos e agora regressei à minha área. Quando regressei à minha área, houve uma procura muito grande pela parte do Fit Boxing por assim dizer, que eu não gosto muito de chamar isso, como eu fui atleta de Muay Thai, implementa essa parte com os meus clientes que querem perder algumas calorias, aliviar o stress e tudo mais. E é mais nesse intuito. Não é no intuito de criar e treinar atletas para combater é mais num para o bem-estar, para o sentimento do Wellness, Wellbeing, por aí fora. No entanto, há lá pessoas no ginásio que só querem mesmo fazer isso e que estão um nível mais acima, outros misturam musculação com os treino de plastron e tudo mais. E vão obter o objetivo deles mais. Mais físico, mais Wellness mais queima de calorias.
AMMA: Já alguma vez tinha experimentado box?
TB: Só boxe uma aula inteira sou sincero, nunca tinha feito. Havia aulas no meu Clube, que eram muito boxe e acabávamos sempre por pôr ou pontapés ou joelho ao peito dele, porque eu sou de Muay Thai lá está, não é de boxe puro, nunca fiz um combate de boxe. Fiz Kickboxing, fiz Muay Thai, mas nunca, nunca mesmo só boxe.
AMMA: O que achou da sua vinda aqui ao Boxerpa e experimentar o boxe?
TB: Foi muito interessante e limei algumas arestas, que também já não treinava algum tempo, a verdade seja dita, e é a condição física própria para isto, já não estava lá, não é? Mas acho que estive à altura do acontecimento e apanhei um bocado aquela ginga do boxe própria mais facilmente por ter vindo do Muay Thai, mas são coisas totalmente diferentes na mesma.
AMMA: Além desta parte desportiva, também é massagista.
TB: Sim sou massagista. Eu durante o tempo que estive na tropa… resumindo, eu sou de Peniche e estive três anos colocado em Mafra na Escola das Armas. Passados três anos por imposição de serviço, tive que vir aqui para o Regimento de Infantaria nº 1. Eu sou sincero, não gostei do Regimento, mas gostei da cidade de Beja, da calmaria que isso transparece. Comecei a estudar a hipótese de implementar no mercado depois de sair da tropa porque era oficial contratado. Uma delas foi começar a tirar cursos de massagem e descobri a minha a minha maior vocação. Eu adoro dar treinos, mas a massagem é mesmo, a terapêutica de relaxamento. Também comecei no relaxamento. Ainda estou a trabalhar na Herdade da Malhadinha Nova, embora agora o ginásio tem me roubado grande trabalho e tenho ficado mais por ali, não tenho lá ido, mas foi onde eu ganhei a minha maior experiência, e agora estou mesmo focado também aqui nesta parte da massagem. Ou seja, a seguindo um elo de ligação licenciado em desporto e bem-estar, ex-militar, que começou à procura do que é que é realmente o bem-estar, e no bem-estar a cereja no topo do bolo é amassar.
Há o treino, há o Boxing, há o treino da musculação também uma modalidade por excelência, todas as artes marciais também libertam a mente, mas a massagem é mesmo o topo.
AMMA: Sérgio Gabrielli, aluno de Rodney Santos, qual é a sua modalidade?
SG: Boxe neste momento.
AMMA: Então vindo ao Boxserpa, o boxe para si não é uma novidade?
SG: Não.
AMMA: O que achou aqui da aula conjunta?
SG: Maravilhoso, nunca tinha experiência de alguma coisa assim do género. Deu para aprender muita coisa e que ainda falta muito para aprender. Ainda tenho muito que aprender. É isso, daqui para frente é continuar.
AMMA: Voltando a Rodney, o que achou do boxe aqui?
RS: É fantástico. Eu tenho uma experiência no boxe Brasil, vim para cá para Portugal e assim tive portas abertas aqui no Boxserpa, o meu fantástico Gaspar é muito técnico, ele é muito detalhado, minucioso ao ensinar ao corrigir isso que a gente precisa para o boxe crescer aqui em Serpa, em Beja, em Portugal todo.
AMMA: Esta esta aula conjunta hoje veio também no objectivo de fomentar uma parceria?
RS: Sim, sim a parceria hoje está fundido então o Boxerpa com o Seven Fight & Fitness, então nós vamos estar formando atletas para estar competindo representando o Boxerpa aqui em Portugal, porque nós vemos o Gaspar como a liderança forte e algo só vem a agregar ao nosso boxe, à nossa equipe e nós temos hoje nós juntos sabemos que somos muito mais fortes.
(Grupo de Sábado)
(Grupo de Domingo)
Texto e Fotos: Pedro MF Mestre