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No dia 12 de Março, chegou à Marina de Cascais a réplica da Nau Victória. Esta embarcação com data de construção de 1991, e inaugurada em 1992, aquando da exposição universal em Sevilha. Ilustra a Nau que entre 1519 e 1522 fez a primeira viagem de circunavegação. A viagem fora idealizada, e a frota inicialmente comandada pelo navegador Português Fernão de Magalhães, ao serviço do rei de Espanha, que infelizmente foi morto numa batalha nas Filipinas, tomando então o comando da frota o navegador Espanhol Juan Sebastian Elcano. A Nau Victória foi a única da frota a regressar a Espanha, tendo inicialmente largado para a viagem 5 naus.
Esta Nau, não quis ficar atrás da original, e também já conta com uma viagem de circunavegação que durou 2 anos, entre 2004 e 2006, embora com uma rota diferente da primeira.
A réplica da Nau Victória está em Cascais visitável pelo público, com data de largada indeterminada, estando tudo dependente da meteorologia dos próximo dias. Tem como comandante uma senhora, a Comandante Rosario. A tripulação é variada, neste momento é composta por 15 elementos, todos eles com experiência de mar, tendo a bordo um biólogo e um cadete. A fundação proprietária da Nau (“Fundacion Nao Victoria” - http://www.fundacionnaovictoria.org/), pretende percorrer vários portos no mundo, e mostrar a mesma como espaço museológico, e mostrar a história da original e o enquadramento em que ela foi construída e utilizada.
Em termos de equipamento, tem instrumentos electrónicos de segurança, de localização e posicionamento, para que de terra possam saber onde a Nau está. Está também equipada com 2 motores e um gerador. Em termos de acomodação, tem tudo como uma casa, contudo em tamanho pequeno. Mesmo com este equipamento moderno, a navegação é feita como no passado, em modo manual.
Esta Nau é muito requisitada por pessoas que pretendem fazer horas de mar, por questões de certificação, por biólogos, entre outros que queiram ter uma viagem diferente.
O equipamento exposto, ilustrou o que seria a Nau no século XVI, com a mercadoria alimentar, balança, entre outros utensílios e géneros.
Para espanto de alguns visitantes, não encontraram a habitual roda de leme, mas sim uma trave ligada através de um engenho ao leme, à luz da época. Esta trave é operada pelo responsável do rumo do navio.
Na parte inferior da Proa do navio, está neste momento equipada com beliches para acomodação da tripulação, contudo no passado era uma área vazia, e levava carga para manter o peso do navio, quando regressava, trazia mercadoria, mas de resto não tinha utilização.
Na área da Comandante Rosario, está montado um cenário quinhentista com mapas e cartas náuticas, caneta de pena e tinteiro, assim como também uma armadura.
A rota da viagem desta réplica da Nau Victória está a fazer neste momento, já vem da Flórida, passou por Maiorca, Barcelona, agora Cascais, depois ruma para França para a cidade de Rochefort onde vai permanecer por dois meses em substituição de um navio napoleónico que larga para um evento. Após essa paragem segue para Alemanha, Bélgica, Holanda. O seu porto de abrigo é em Cadiz, Espanha.
Texto: Pedro MF Mestre
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