Tarde de loucos no CDC, com o 5.º lugar garantido após a vitória frente à Hungria. Nunca Portugal se tinha apurado antes para um Mundial da categoria.
Esta vai para os livros. Em 2025, Portugal vai participar pela primeira vez num Mundial de Sub19. Depois da arrebatadora vitória frente à Hungria, num esforço glorioso em que esteve 22 minutos atrás do marcador, a Seleção Nacional de Sub18 Femininos está entre as cinco melhoras da Europa - e leva no bolso o passaporte para a Chéquia, em 2025, um feito inédito no Basquetebol Português.
A verdade é que, a três minutos do fim, o coletivo de Agostinho Pinto perdia 63-55. Mas, a partir daí, a garra lusa - com o apoio estrondoso de quase 2000 fãs, que fizeram do CDC um verdadeiro inferno - foi gigante e inquebrável. Foi “na raça”, como se diz na gíria. Posse de bola atrás de posse de bola, ponto atrás de ponto, o público nunca se calou, as “nossas meninas” nunca baixaram os braços, e voltou a fazer-se história em Matosinhos.
Resultado final: 63-69 e 5.º lugar no Campeonato da Europa - a chegada aos quartos-de-final já era a melhor classificação de sempre, mas assim sabe ainda melhor. Está cumprido o “sonho” de que falou Agostinho Pinto. Está concluído o objetivo a que se propõs a equipa de Carolina Silva, Clara Silva (cuja brilhante perfomance lhe garantiu um lugar no Cinco Ideal da prova), Ema Karim, Gabriela Fernandes, Leonor Peixinho, Magda Silva, Madalena Amaro, Maria Andorinho, Marta Rodrigues, Marta Vieira, Rita Nazário e Sofia Sousa. As doze “guerreiras” que, no campo de batalha, se ergueram mais alto que as adversárias, na mais renhida das disputas, e que, agigantando-se, levam consigo o orgulho de representarem esta nação num dos seus mais altos momentos no que ao Basquetebol diz respeito.
Agostinho Pinto tinha avisado: “Deixem-nos sonhar”. É o primeiro treinador português a garantir o apuramento para dois Mundiais - depois de se ter sagrado vice-campeão da Europa em 2015, com a Seleção Sub16, que participou depois no Mundial de Sub17. Sonhou alto, e ainda bem. Quanto maior o sonho, maior a queda, diz-se, mas Portugal nunca caiu. Tropeçou, mas voltou a erguer-se, pois é nestes momentos que se agigantam os que trabalham para tal.
A par de Agostinho, destacamos o corpo técnico de Marco Rodrigues, Margarida Pereira, José Carruna, Ana Rodrigues e Marta Ribeiro. Todos eles estão de parabéns - tal como todos os clubes de formação; os treinadores que desde cedo colocaram uma bola nas mãos destas atletas; os pais que diariamente percorrem dezenas de quilómetros para levar os filhos aos treinos e aos jogos; a estrutura federativa, sempre empenhada em dar as melhores condições às Seleções Jovens, o futuro tão presente; e aqueles que contribuem de corpo e alma para o desenvolvimento do Basquetebol nacional. Sem o contributo de todos, seria impensável chegar hoje aqui.
11 de agosto de 2024. O dia em que o Basquetebol Português deu um novo passo em frente. Não vamos parar.