Atleta já com provas dadas mas em quem poucos apostariam, o ucraniano Ruslan Dmytrenko venceu esta madrugada (manhã na China) os 20 km masculinos que encerraram a 26.ª Taça do Mundo de Marcha, em Taicang. Dmytrenko registou 1.18.37 h, marca que constitui novo recorde nacional da Ucrânia. Fechando a participação na taça do mundo com chave de ouro, a Ucrânia garantiu também a vitória colectiva na prova, graças ainda ao sétimo lugar de Igor Glavan (1.19.59) e ao décimo de Nazar Kovalenko (1.20.11), superando a China (23), o Japão (35) e o surpreendente Canadá, que com 11.º (Evan Dunfee), 12.º (Iñaki Gómez) e 13.º lugares (Benjamin Thorne), ficou a um ponto do pódio colectivo.
A vitória de Dmytrenko só na volta final começou a desenhar-se com clareza, quando o eslavo se desenvencilhou definitivamente do chinês Zelin Cai, do colombiano Eider Arévalo, do espanhol Miguel Ángel López, do japonês Yusuke Suzuki e dos russos Andrey Ruzavin e Aleksander Ivanov. Arévalo e Ivanov, campeão mundial em título, seriam mesmo desclassificados logo à passagem dos 18 quilómetros e Dmytrenko não mais seria alcançado na frente. Para alguma satisfação do público, que menos de duas horas antes vibrara com o sucesso das juniores chinesas (1.ª e 2.ª), Zelin Cai conseguiu garantir o segundo lugar, com 1.18.52 h, enquanto Ruzavin segurava a medalha de bronze, ainda que colectivamente a Rússia estivesse já arredada do pódio.
A prova teve um início bastante lento, com mais de cinquenta atletas a passarem em pelotão aos cinco quilómetros, entre 20.22 m e 20.30 m. Nesse grupo encontravam-se os dois primeiros portugueses, João e Sérgio Vieira. No entanto, João abandonaria a prova pouco depois dos dez quilómetros e Sérgio, que foi ganhando lugares até pouco depois dos 15 quilómetros, acabaria a cair para 60.º lugar final, com 1.24.13 h. Miguel Carvalho, o menos experiente dos três portugueses em prova, faria uma prova acautelada nos finais do pelotão, mas subindo na classificação até concluir no 83.º lugar, com um grande progresso no recorde pessoal para 1.28.41 h (antes, 1.30.10).
Lá na frente, a meia prova era passada com quase trinta unidades no grupo da liderança, sempre com Aleksander Ivanov e Yusuke Suzuki a fazer as despesas do andamento. Era nessa fase da competição que começava a fazer-se a separação das águas, com a diminuição gradual do grupo da frente. Zelin Cai, Zhen Wang e o campeão olímpico Ding Chen marcavam aí a posição chinesa, mas os japoneses Suzuki e Eiki Takahashi não davam tréguas.
Perto dos 15 quilómetros, o campeão olímpico começou a ceder, o mesmo sucedendo a seguir com Wang, enquanto Zelin Cai, Suzuki, Ruzavin e Ivanov iam desferindo ataques mais ou menos inconsequentes, mas que tinham o condão de impor aumentos de ritmo. Miguel Ángel López fazia por passar discreto e Ruslan Dmytrenko começava a mostrar-se mais nos ombros dos atacantes até ao momento em que ele próprio tomou a opção decisiva e definitiva do ataque ganhador.
Com Zelin Cai e Andrei Ruzavin a completarem o pódio, dele ficaria arredado aquele que terá sido o principal animador da prova, Yusuke Suzuki (4.º, 1.19.19). Quanto ao espanhol, registava um novo recorde pessoal de 1.19.21 h, a que correspondeu o quinto lugar.
Classificação
20 km masculinos
1.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 1.18.37
2.º, Zelin Cai (China), 1.18.52
3.º, Andrey Ruzavin (Rússia), 1.18.59
4.º, Yusuke Suzuki (Japão), 1.19.19
5.º, Miguel Ángel López (Espanha), 1.19.21
6.º, Zhen Wang (China), 1.19.40
7.º, Igor Glavan (Ucrânia), 1.19.59
8.º, Omar Segura (México), 1.20.03
9.º, Eiki Takahashi (Japão), 1.20.04
10.º, Nazar Kovalenko (Ucrânia), 1.20.11
11.º, Evan Dunfee (Canadá), 1.20.13
12.º, Iñaki Gómez (Canadá), 1.20.18
13.º, Benjamin Thorne (Canadá), 1.20.19
14.º, Dane Bird-Smith (Austrália), 1.20.27
15.º, Ding Chen (China), 1.20.28
16.º, Caio Bonfim (Brasil), 1.20.28
17.º, Petr Trofimov (Rússia), 1.20.33
18.º, Hyunsub Kim (Coreia do Sul), 1.20.39
19.º, Álvaro Martín (Espanha), 1.20.39
20.º, Giorgio Rubino (Itália), 1.20.44
21.º, Wei Yu (China), 1.20.47
22.º, Takumi Saito (Japão), 1.20.51
23.º, Robert Heffernan (Irlanda), 1.21.00
24.º, Kevin Campion (França), 1.21.07
25.º, Isamu Fujisawa (Japão), 1.21.07
26.º, Irfan Kolothum Thodi (Índia), 1.21.09
27.º, Gurmeet Singh (Índia), 1.21.20
28.º, Matej Tóth (Eslováquia), 1.21.33
29.º, Mauricio Arteaga (Equador), 1.21.46
30.º, Denis Strelkov (Rússia), 1.21.58
31.º, Julio César Salazar (México), 1.21.58
32.º, José Leonardo Montaña (Colômbia), 1.22.03
33.º, Singh Devender (Índia), 1.22.07
34.º, Marius Žiukas (Lituânia), 1.22.09
35.º, Anton Kucmin (Eslováquia), 1.22.12
36.º, Jesús Tadeo Vega (México), 1.22.13
37.º, Alberto Amezcua (Espanha), 1.22.19
38.º, Koichiro Morioka (Japão), 1.22.21
39.º, Antonin Boyez (França), 1.22.21
40.º, Ivan Trotski (Bielorrússia), 1.22.24
41.º, K. Ganapathi (Índia), 1.22.41
42.º, Marc Tur (Espanha), 1.22.46
43.º, Tom Bosworth (Grã-Bretanha), 1.22.53
44.º, Pavel Parshin (Rússia), 1.22.59
45.º, Tongda Bian (China), 1.23.00
46.º, Massimo Stano (Itália), 1.23.01
47.º, Dzmitry Dziubin (Bielorrússia), 1.23.13
48.º, Basanta Bahadur Rana (Índia), 1.23.15
49.º, Georgiy Sheiko (Casaquistão), 1.23.18
50.º, Byeong Kwang Choe (Coreia do Sul), 1.23.32
51.º, Marco De Luca (Itália), 1.23.34
52.º, Ivan Losev (Ucrânia), 1.23.40
53.º, Rafal Fedaczynski (Polónia), 1.23.41
54.º, Anatole Ibañez (Suécia), 1.23.43
55.º, Lukasz Nowak (Polónia), 1.23.48
56.º, Rafal Augustyn (Polónia), 1.23.53
57.º, Rhydian Cowley (Austrália), 1.23.58
58.º, Iván Garrido (Colômbia), 1.23.58
59.º, Máté Helebrandt (Hungria), 1.24.03
60.º, Sérgio Vieira (Portugal), 1.24.13
61.º, Lebogang Shange (África do Sul), 1.24.18
62.º, Grzegorz Sudol (Polónia), 1.24.29
63.º, Andrei Talashka (Bielorrússia), 1.24.36
64.º, Adam Rutter (Austrália), 1.24.44
65.º, Aurelien Quinion (França), 1.25.00
66.º, Håvard Haukenes (Noruega), 1.25.06
67.º, Igor Liaschenko (Ucrânia), 1.25.23
68.º, Marco Antonio Rodríguez (Bolívia), 1.25.42
69.º, Vito Minei (Itália), 1.25.51
70.º, Francesco Fortunato (Itália), 1.25.57
71.º, Wayne Snyman (África do Sul), 1.26.03
72.º, Mohamed Ragab (Egipto), 1.26.10
73.º, Dušan Majdan (Eslováquia), 1.26.12
74.º, Patrik Spevák (Eslováquia), 1.26.14
75.º, Genadij Kozlovskij (Lituânia), 1.26.41
76.º, Rafal Sikora (Polónia), 1.26.49
77.º, Brendan Boyce (Irlanda), 1.26.55
78.º, Moacir Zimmermann (Brasil), 1.27.16
79.º, Sahin Senoduncu (Turquia), 1.27.32
80.º, Luke Hickey (Irlanda), 1.27.51
81.º, Joakim Saelen (Noruega), 1.28.05
82.º, Benjamín Sánchez (Espanha), 1.28.26
83.º, Miguel Carvalho (Portugal), 1.28.41
84.º, Cian Mcmanamon (Irlanda), 1.28.51
85.º, Anders Hansson (Suécia), 1.28.57
86.º, Mert Atli (Turquia), 1.29.20
87.º, Gabriel Calvo (Costa Rica), 1.29.21
88.º, Hendro Hendro (Indonésia), 1.29.24
89.º, Alejandro Chavez (E.U. América), 1.29.47
90.º, Emerson Hernandez (São Salvador), 1.29.57
91.º, Nicholas Christie (E.U. América), 1.32.19
92.º, Ozan Pamuk (Turquia), 1.32.36
93.º, Bruno Carrière (Canadá), 1.33.08
94.º, Adrian Ionut Dragomir (Roménia), 1.33.26
95.º, Muhammad Harun (Malásia), 1.33.31
96.º, Michael Mannozzi (E.U. América), 1.35.36
97.º, Chun Hung Tse (Hong Kong), 1.39.15
98.º, Eswaran Rajan Deren (Malásia), 1.39.21
99.º, Edmund Sim (Singapura), 1.40.11
100.º, Mukhiddin Fakhritdinov (Tajiquistão), 1.41.27
Desclassificados: Stanislav Tanchev (Bulgária), Creighton Connolly (Canadá), Yerko Araya (Chile), Eider Arévalo (Colômbia), Erick Barrondo (Guatemala), Alejandro Francisco Florez (Suíça), Aleksandr Ivanov (Rússia) e Andreas Gustafsson (Suécia).
Desistentes: João Vieira (Portugal), José Alessandro Bagio (Brasil), Diego Flores (México) e Erik Tysse (Noruega).
Por equipas
1.ª, Ucrânia, 18 pontos
2.ª, China, 23
3.ª, Japão, 35
4.ª, Canadá, 36
5.ª, Rússia, 50
6.ª, Espanha, 61
7.ª, México, 75
8.ª, Índia, 86
9.ª, Itália, 117
10.ª, França, 128
11.ª, Austrália, 135
12.ª, Eslováquia, 136
13.ª, Bielorrússia, 150
14.ª, Polónia, 164
15.ª, Irlanda, 180
16.ª, Turquia, 257
17.ª, E.U. América, 276
O Marchador