A 3.ª edição do FAZUNCHAR, que decorreu de 14 a 22 de agosto, voltou a confirmar Figueiró dos Vinhos como palco privilegiado de criação artística, demonstrando que é possível e desejável uma maior atenção para estes territórios interiores e de baixa densidade, mas de elevada qualidade no que se refere a matéria de inspiração, questionamento, produção e (curiosa) audiência.

Os 9 dias de programação responderam a todas estas dimensões e superaram as expectativas iniciais. Os artistas entregaram-se de corpo e alma a esta missão e as gentes de Figueiró dos Vinhos e não só, responderam em peso à chamada para esta experiência de comunhão e diálogo entre território, comunidade de arte(s).

A Mistaker Maker, plataforma responsável pelo conceito e organização do evento, faz um pequeno resumo com alguns dos números e destaques que marcaram esta edição: 

- A 3.ª edição contou com a presença de 16 artistas, nacionais e internacionais, emergentes e consagrados, de várias disciplinas artísticas que foram unânimes em resumir o FAZUNCHAR como uma "experiência humana e artística inesquecível";

- Ao roteiro de arte pública FAZUNCHAR, que contava até à data com 42 intervenções por todo o território de Figueiró dos Vinhos, adicionam-se 8 murais, 21 instalações e 9 'Versos' da exposição de Rute Ferraz, cuja componente indoor estará patente até 3 de setembro no Museu e Centro de Artes de Figueiró dos Vinhos;

- As visitas guiadas, orientadas pela curadora Lara Seixo Rodrigues assumem-se uma vez mais como uma das actividades de maior procura, mobilizando em 3 sessões mais de 140 pessoas, oriundas de geografias tão distintas como: Ovar, Lisboa, Seixal, Barcelona (ES), Coimbra, Porto de Mós, Ansião, Leiria, Aveiro, Pombal, Porto, Caldas da Rainha entre outras; 

- Os 2 workshops programados viram as suas vagas esgotadas dias antes da sua realização, o que acabou por ditar um alargamento das dimensões previstas para: 25 pessoas (Ilustração com plasticina orientado por Mantraste) + 18 pessoas (stencil orientado por Samina);

- Os concertos programados, de Fred (com apresentação da sua residência artística) e Amaura esgotaram o auditório da Casa da Cultura, com capacidade limitada atualmente para 90 pessoas. 

Ainda nesta edição, teremos de destacar o lançamento do Jornal de Cordel, que pretendeu recuperar uma tradição local e gerou (a desejada) interação. Este jornal físico do FAZUNCHAR foi atualizado diariamente (11 atualizações no total) com notícias, curiosidades e mais de 150 fotografias que pretenderam divulgar os trabalhos que estavam a acontecer em vários pontos do território de Figueiró dos Vinhos. Ao desafio de "leve uma imagem, deixe uma mensagem" a comunidade residente e visitante, não se poupou e testemunhámos várias dezenas de mensagens penduradas no cordel, com mensagens de apoio, agradecimento, sugestões e desejos para um novo regresso. 

Para a próxima edição, fica reservada a apresentação dos resultados das residências artísticas de desenho e fotografia, de Francis.co e Miguel Oliveira respetivamente, sendo que o trabalho da realizadora Mariana Vasconcelos se apresentará durante as próximas semanas. 

Por último, uma nota especial sobre todas as intervenções artísticas realizadas, que uma vez mais espelham e perpetuam no tempo a observação, a vivência e a leitura dos vários artistas sobre este território único que é Figueiró dos Vinhos e promovem a sua (re)descoberta à comunidade, numa perfeita resposta à missão central do FAZUNCHAR,.

Trabalho de Isaac Cordal

Duas visões na mesma obra de Bosoletti

mural Mariana Duarte Santos

mural Elisa Capdeviila

mural Samina

mural Perrine Honore

mural Third

mural Pantónio

duas instalações Isaac Cordal

Fotos - Miguel Oliveira