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Informação Cultural
Autarquia e Junta de Freguesia de Moinhos da Gândara homenageiam o escritor "Idalécio Cação"


O Município da Figueira da Foz e a Junta de Freguesia de Moinhos da Gândara promovem no próximo domingo, 13 de agosto, pelas 15h30, na sede da Junta de Freguesia de Moinhos da Gândara, no lugar de Quinta dos Vigários,uma cerimónia de homenagem ao escritor, recentemente falecido, e filho da terra, Idalécio Silva Cação.
A homenagem integra: a inauguração da Biblioteca da Junta de Freguesia, criada a partir do legado bibliográfico que Idalécio Cação deixou à Junta de Freguesia; a inauguração do Largo Idalécio Cação que será embelezado por uma obra de arte da autoria de Marques André, representativa do escritor e o lançamento pelo Município da Figueira da Foz, a título póstumo, do primeiro romance do escritor, “O Cerco”.
“A primeira versão deste romance, ainda com o título de A Muralha da China, remonta a 2007, tendo sido escrita e rescrita pelo autor inúmeras vezes ao longo de anos. Essa última versão foi corrigida pelo próprio Idalécio Cação, ainda em vida, expurgando com o lápis dezenas de linhas de texto (alterando-lhe inclusive o título), num trabalho de revisão quase até à exaustão. Foi nesta fase indispensável a colaboração de António Canteiro (que bem conhece a forma idaleciana de escrita), e que consertou com o autor de “O Cerco” a fixação final da obra.
Biografia
Idalécio Silva Cação, de seu nome completo, nasceu a 22 de Março de 1933, no lugar de Lafrana, freguesia de Alhadas, concelho da Figueira da Foz. Porém, a sua aldeia natal pertence hoje à novel freguesia de Moinhos da Gândara, desmembrada que foi da anteriormente referida.
Fez os seus estudos secundários na Escola Bernardino Machado da sua cidade, aí tendo concluído o Curso Geral de Comércio. Enquanto não conseguiu emprego, trabalhou nas courelas das areias da Gândara e também, curiosamente, nos arrozais da Quinta de Foja numa leira que os pais aí traziam de arrendamento.
Com 21 anos, empregou-se finalmente numa grande empresa do concelho de Aveiro, em cuja região constituiu família e onde ainda continua a habitar, mas conservando sempre bem vivas as suas vivências gandaresas, que estão sempre presentes como pano de fundo da sua obra de ficção, como facilmente se constata. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde ingressou através dos primeiros exames ad hoc realizados no nosso país, tendo estudado sempre na condição de trabalhador-estudante. Não obstante, este e outros handicaps não o impediram de obter uma alta classificação no final do seu curso.
Fez teatro amador no Círculo Experimental de Teatro de Aveiro e foi seu dirigente em vários mandatos. Por essa altura, militava na oposição democrática, tendo feito parte da Comissão Administrativa da Câmara Municipal (Pelouro da Cultura), aquando do 25 de Abril. Logo após esta data, foi co-fundador do semanário aveirense Libertação, e membro da sua redacção. Aqui trabalhou com Álvaro de Seiça Neves, João Sarabando, Fernando Lavrador e Flávio Sardo, entre outros. Enquanto professor, pertenceu à Direcção dos Professores da Região Centro, de que faziam parte, entre outros, Linhares de Castro e Mário Nogueira, actualmente Presidente da Fenprof.
Para além dos livros já publicados, colaborou nos suplementos literários do extinto Diário Popular, e do Jornal de Notícias, nas revistas Vértice (Coimbra) e Seara Nova, A Xanela (Galiza), Cadernos de Literatura Universidade de Coimbra), Encontro (Brasil), Gandarena (Mira), Letras & Letras (Porto), Mar Alto (Figueira da Foz), Revista da Universidade de Aveiro, Sol XXI e muitas outras publicações, entre elas O Professor.
Foi um dos entusiastas dos serões literários que, nos anos 90, se realizaram um pouco por todo o país (Trancoso, Moimenta da Beira, Oeiras, Tondela, Vila Viçosa, Condeixa, Albufeira), sob a superior direcção de Orlando Neves e António Rebordão Navarro e a colaboração da Associação Sol XXI), e em que estiveram presentes, como convidados, figuras como José Hermano Saraiva, José Manuel Mendes, Zita Namora e Fernando Dacosta. Já nos anos 60 tinha estado ligado aos Encontros das Páginas Literárias dos jornais das províncias, que se realizaram na Figueira da Foz, em Torres Vedras, em Guimarães e em Cascais, o qual não se chegou a realizar por intervenção da Pide. Neles tomaram parte como convidados Armando de Castro, Mário Sacramento, Arsénio Mota, Mário Braga, Nuno Teixeira Neves e João Palma Ferreira.
Tomou parte activa, tendo apresentado comunicações, no Congresso Internacional de Camilo Castelo Branco, organizado pelo Instituto de Língua e Cultura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, de 24 a 29 de Junho de 1991 (Ler Camilo no Ensino Secundário, Actas do Congresso, pág. 599-605, Coimbra, 1994) e no III Congresso dos Escritores Portugueses, organizado pela Associação Portuguesa de Escritores, de 25 a 27 de Novembro de 1991, de que ainda não saíram as Actas das comunicações apresentadas.
Livros publicados
Nas Fronteiras do Tédio(poesia) – 1961;
As Evidências e o Prisma(poesia) - (1963;
Raízes na Areia(contos) – 1968;
Os Sítios Nossos Conhecidos(crónica romanceada) – 1990;
Daqui Ouve-se o Mar(contos) - 1991 (Prémio Literário Miguel Torga);
Gândara Antiga(apontamentos etnográficos) – 1997;
O Chão e a Voz(contos) – 1998;
Sobre a Gândara e a Casa Gandaresa(algumas achegas) – 1999;
Glossário de Termos Gandareses(lexicografia) – 2002;
Memória de João Garcia Bacelar(romance) – 2005 (Prémio Tomaz de Figueiredo, do Lions Club de Braga;
Crónicas Gandaresas– 2006;
Do Alto destas Ameias(romance) – 2008 (Menção Honrosa do Prémio Literário Afonso Duarte, da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho.
O Cerco– 2017 – Edição do Município da Figueira da Foz
Publicados em antologias
Poesia 71, selecção de Fiama Hasse Pais Brandão e Egipto Gonçalves, 1972; Editorial Inova, Porto;
Coisas para Contar, selecção de Mariana Cruz, 1981; Porto;
Contos Premiados, 1983 (Menção Honrosa) – Prémio Joaquim Namorado; Cadernos Municipais, Figueira da Foz;
A Emigração na Literatura Portuguesa, 1985 – Organização de A. M Pires Cabral;
Simbólica, 1994 – Organização de Maria Antónia Jardim; Ateneu Comercial do Porto;
Contos Premiados, 1995 (1º Prémio) – Prémio Joaquim Namorado; Cadernos Municipais, Figueira da Foz;
Cântico em Honra de Miguel Torga, 1996 – Fora do Texto, Coimbra
Federico Garcia Lorca, Homenagem dos Poetas Portugueses, 1998, Universitária Editora, Ldª;
Caminhando pela Rota de Carlos de Oliveira, 2002 – Comissão de Coordenação da R. Centro;
Leiamos, 2006 – Editorial Escritor, Ldª.
Livros para publicação
Poemas da Gaveta- inédito;
Cantos da Terra Chã(contos inéditos – Menção Honrosa do Prémio Alves Redol 2013);
Lele e Meio(novela inédita);
PrémiosLiterários
. Prémio Literário Joaquim Namorado (Menção Honrosa) – 1983 - C. M. da Figueira da Foz;
. Prémio Literário Miguel Torga – 1992 – instituído pela C. M. de Coimbra;
. Concurso Literário Gallaecia 92 - instituído, pelas câmaras das duas margens do rio Minho;
. Prémio Literário Joaquim Namorado (1º Prémio) – 1985 – da C.M. da Figueira da Foz;
. Prémio Literário Hernâni Cidade (Menção Honrosa) – 2001 – da Câmara M. do Redondo;
. Prémio Literário Tomaz de Figueiredo, 2002 – atribuído pelo Lions Club de Braga;
. Menção Honrosa da Câmara Municipal de Portimão