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Está em... início Informação Cultural Fred Martins edita o CD "Para Além do Muro do Meu Quintal", disco gravado em Portugal e o primeiro a ser editado na Europa
Um verso de Alberto Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa), Para Além do Muro do Meu Quintal, extraído do poema Noite de São João, também musicado por Fred Martins, dá nome ao primeiro álbum do cantor e compositor brasileiro gravado na Europa. O trabalho foi gravado em Lisboa, Portugal, com produção musical do pianista e arranjador açoriano Paulo Borges e traz participação especial da cantora cabo-verdiana Nancy Vieira e do paulistano Renato Braz.
Com três CDs e um DVD lançados no Brasil, Fred Martins registra neste disco algumas das canções mais marcantes de sua trajetória. São composições que se tornaram indispensáveis em seus concertos, inclusive aquelas que ficaram também conhecidos nas vozes de outros intérpretes como Ney Matogrosso, Maria Rita, Renato Braz e Zélia Duncan. “É um disco comemorativo que reúne minha experiência no Brasil e pelo mundo fora, reúne também parceiros e músicos que admiro”. Vivendo na Espanha (região da Galiza, há cinco anos), o artista explica que o novo trabalho registra a impressão que teve da Europa. O disco - de música brasileira - dialoga com essas outras culturas e traz as sonoridades experimentadas nas duas décadas de carreira. “Reconhecer Brasil na Península Ibérica, nossos colonizadores, com sua música popular forte e poética, foi inspirador e ampliou as fronteiras da arte”.
O disco agora lançado em Portugal pela AMPLA PORTUGAL e distribuído pela Compact Records traz o estilo arrojado e contemporâneo de Fred Martins, combinando fluidez e densidade estética que dialoga com a bossa de João Gilberto, com o samba de Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e Cartola, incluindo o nordeste modal brasileiro e também elementos do blues e do rock. Seguindo a linhagem dos clássicos autores da música brasileira, a poesia permeia de forma intensa todo o trabalho do autor, não só na já citada canção poema, como na parceria frequente com os poetas Marcelo Diniz (“Depressa a Vida Passa”), Manoel Gomes (“Poema Velho”), Fred Girauta (“Meu Silêncio”), Roberto Bozzeti (“Terras do Sem Fim”), Alexandre Lemos (“Novamente") e Francisco Bosco (“Sem Aviso).
Tendo como fio condutor a voz e o violão de Fred Martins, as canções recebem tratamento camerístico e predominantemente acústico ou eletroacústico (com filtragem sonora, teclados vintage e piano minimalista de Paulo Borges). O violoncelo, de Sergio Menem, ganha destaque entre as percussões de Márcio Bahia, Alexandre Frazão e João Ferreira e a sonoridade árabe é acentuada pelo uso do cumbus (instrumento de cordas de origem turca). Também atuam neste disco os músicos Bony Godoy (baixo), Marcelo Martins (flautas) e Pedro Pascual (acordeão diatónico). E o projeto gráfico tem assinatura do premiado artista Pablo Giraldez, o Pastor.