>
Há campeões a perder apoios e patrocinadores. Atletas que não conseguem representar Portugal em competições no estrangeiro por falta de verbas. Não é nada que nunca se tenha ouvido, principalmente afiliados de Federações mais pequenas, ou mesmo que pratiquem a nível de associações também elas de menor dimensão.
Outros, que estão em patamares mais elevados e perdem o apoio mesmo apresentando resultados. Aí não dá para se compreender.
Vamos ver o ponto de vista de cinco desportistas e técnicos em que eles próprios passaram por isso, tiveram alunos ou conheceram casos concretos e no final um atleta/seleccionador que apresenta uma reflexão interessante.
Queremos perceber o que se passa de errado para que esses atletas tenham ficado de fora, o seu ponto de vista e opinião, para que talvez alguém pense numa forma criativa de não se perder tantos talentos por ano. Não podemos ver e ficar a “assobiar para o lado”. Vamos ver o que os nossos interlocutores têm para nos contar das suas “dores”. Temos casos de superação e até um caso com criatividade financeira, que quem sabe, pode vir a ser pensada e materializada.
Começamos por falar com Elisabete Jacinto, Piloto de Todo-o-Terreno iniciou-se no com motos nestas provas e terminou a sua carreira nos camiões.
AMMA: Uma piloto como a Elisabete Jacinto que vence o Africa Eco Race, passa à frente de pilotos com camiões protótipos, sendo o seu de fábrica adaptado à competição, eleva a bandeira nacional no mais alto lugar do pódio, ouve-se o hino nacional, chega a Portugal deixa de competir por falta de apoios. O que está de errado nisto?
Elisabete Jacinto: Portugal é um país que não valoriza o desporto. Isto significa que, em termos gerais, não se reconhece os benefícios do desporto quer a nível de saúde física, mental e ou até mesmo social. Por essa razão, não são tomadas medidas que beneficiem esta actividade. Eu diria que os nossos governantes desconhecem em que medida o desporto pode ser benéfico ao nível da prevenção de algumas doenças e, consequentemente, para uma melhoria generalizada da saúde publica. Já existem cálculos de quanto uma maior actividade física poderia contribuir para diminuir os gastos com a saúde. Desconhecem ou ignoram a importância do desporto a nível educativo, de que forma pode contribuir para a aquisição de método e capacidade de trabalho, para o desenvolvimento de uma grande variedade de competências, da disciplina, do estabelecimento de objectivos, da resiliência, da sociabilização… todos estes aspectos são fundamentais se pensarmos que queremos formar adultos responsáveis e competentes. Se formos um bocadinho mais longe, podemos perceber até que ponto a prática desportiva ou simplesmente o estabelecimento de uma maior actividade física em geral, pode contribuir para uma população idosa mais autónoma e mais saudável. A actividade física facilita a socialização que é uma grande necessidade destas pessoas. Os nossos idosos são de uma maneira geral, doentes, inativos e solitários. Os primeiros estudos científicos sobre os benefícios da actividade física datam dos anos 50 do século passado. Só agora é que, impulsionados pela União Europeia, se começa a desenvolver algumas iniciativas a nível governamental que visam consciencializar e motivar a população em geral para um maior dinamismo em termos físicos. Portanto, somos ignorantes no que se refere aos benefícios da actividade física e do desporto. Naturalmente, não conseguimos gostar e valorizar algo que não conhecemos. Assim se compreende a ausência de iniciativas que incentivem as pessoas a uma vida mais activa e mais saudável. A Comunicação Social vira-se totalmente para o futebol porque é a única modalidade de que aprenderam a falar. Não é preciso investir-se muito para se saber falar de futebol!… Para se comunicar outras modalidades é preciso conhece-las, estuda-las, eventualmente pratica-las. Claro que isto dá trabalho, exige tempo, formação. Logo, não se dá destaque às outras modalidades desportivas e isso tem as suas limitações. Uma delas é a ausência de retorno mediático. Sem retorno mediático não há investimento no desporto que valha a pena, e as empresas não investem. Para além disso, as empresas não investem porque desconhecem como, em termos de marketing e publicidade, podem tirar partido desse investimento. Assim se compreende que tantos bons desportistas não consigam ter uma carreira, simplesmente porque nasceram em Portugal. Felizmente há sempre a excepção que confirma a regra e eu tive a oportunidade de viver uma dessas excepções. Encontrei um empresa que percebeu a dimensão do investimento no desporto e, graças a isso, consegui alimentar os meus sonhos, lutar por eles e concretiza-los. Estou muito grata à Medinfar pelo apoio e a confiança dados ao longo destes anos. Da minha parte trabalhei e investi muito para dar notoriedade às marcas que representava mas, muitas vezes, sentia-me a remar contra a maré. Principalmente quando, na edição, as revistas apagavam os logotipos do meu equipamento ou escolhiam as fotos em que não fosse possível ver os logos dos patrocinadores, quando me convidavam para entrevistas na televisão na condição de não usar marcas no meu vestuário, ou não emitiam imagens do meu camião… Estou convicta de que muitos jornalistas nunca chegaram a perceber se a actividade que eu desenvolvia tinha ou não algum valor.
AMMA: Conseguir patrocínios em Portugal é uma dor de cabeça?
EJ: Claro que é, por todas as razões que acabei de explicar. Considere o meu exemplo. O ano de 1997 foi o ano de preparação para o meu primeiro Dakar. Trabalhei muito para conseguir o necessário apoio financeiro. Fui aceitando as respostas negativas, algumas respostas bizarras e até a ausência de resposta por parte das empresas porque não era conhecida, não tinha provas dadas… tratava-se de um projecto do qual as pessoas podiam, realmente, duvidar. Vinte e dois anos depois voltei à mesma tarefa de procurar patrocínios para continuar a correr. Agora já bastante conhecida das pessoas em geral, tendo provas dadas em termos desportivos (consegui tornar-me a única mulher a nível Mundial a ter conseguido ganhar a Classificação Geral da categoria Camião) e também demonstrado ser uma pessoa fidedigna… verifiquei que a mentalidade empresarial era exactamente a mesma. Continuei a receber o mesmo tipo de respostas. Nada mudou em 20 anos. É incrível.
AMMA: Perder os seus apoios ditou uma antecipação no fim da sua carreira de piloto de uma forma dura. Com patrocínios ainda estimava correr mais quantas épocas?
EJ: Tinha como objectivo correr mais dois ou três anos para usufruir da minha conquista e participar nas corridas como piloto de referência. Tal não foi possível porque me cansei de ouvir repostas desenquadradas dos responsáveis pelo marketing de algumas empresas e achei que, tendo já atingido o meu principal objectivo… talvez fosse hora de parar. É claro que a pandemia Covid também veio dar uma ajudinha.
AMMA: Sabe-se que trabalha com jovens no programa Be-active. O que lhes quer deixar como mensagem sobre a captação de apoios e patrocinadores para poderem progredir nas suas modalidades, tanto em Portugal, como indo ao estrangeiro?
EJ: O Be-Active é uma iniciativa levada a cabo em Portugal pelo IPDJ que é desenvolvida pela Comissão Europeia. Pretende promover o desporto e a actividade física junto da população em geral. Associo-me a este movimento porque, tendo praticado desporto de uma forma séria (continuo ainda hoje a pratica-lo embora numa versão não competitiva) estou consciente dos múltiplos benefícios desta actividade. O desporto mudou a minha vida para melhor e pode também mudar a sua. A todos os jovens que queiram progredir nas suas modalidades e que dependam de apoios de empresas privadas, aconselho persistência e paciência. Capacidade para lidar com as respostas de quem não entende o que é o desporto e para que serve. Honestidade e correcção são dois atributos fundamentais para se conseguir progredir neste meio.
Romeu Leite, Piloto de Motociclismo de Velocidade vice-campeão na última época (2023) e campeão nas duas anteriores (bi-campeão em 2021 e 2022). Romeu com este currículo não consegue patrocinadores para ir para as pistas reconquistar o título. Este ano não corre…
AMMA: Como Vice-Campeão na época passada e nas anteriores Bi-Campeão Nacional de Velocidade no Motociclismo, anualmente lança pedido público de patrocínios para poder voltar às pistas e voltar a lutar pelo título. Este ano não conseguiu entrar na pista. O que se passa todos os anos, e o que se passou mais em concreto este ano para não alinhar na grelha de partida?
RL: Sim, todos os anos temos essa necessidade e a verdade é que nunca são as entidades que entram em contacto connosco, pelo contrário, alguns apoios que vamos tendo é a própria equipa a procurar e a entrar em contacto com as entidades que muitas vezes, sentimos, que aceitam apoiar-nos por uma amizade ou consideração que entretanto se estabelece. Neste ano infelizmente não conseguimos reunir os apoios mínimos necessários para podermos participar, aliás, ficamos muito longe nos números apesar de termos contactado centenas de empresas. Infelizmente os patrocinadores que tinha decidiram alterar as suas politicas internas ao nível do marketing e não conseguimos substituir o seu apoio por novos interessados.
AMMA: Como é que sendo campeão perde apoios?
RL: É uma boa pergunta... que sinceramente não tenho uma resposta totalmente firme! Apesar dos bons resultados que conseguimos, especialmente nos últimos 3 anos, isso aconteceu! Talvez porque o mercado, a economia vai ditando as regras no momento e por exemplo, nesta fase estamos a passar por uma fase de retração económica. Outro fator talvez seja porque o desporto que pratico é muito pouco divulgado na internet e meios de comunicação social, principalmente na televisão, o que não ajuda a que a nossa imagem e a dos patrocinadores chegue mais perto do público.
AMMA: O que poderá estar a motivar situações como esta?
RL: Penso que a cultura e a mentalidade dos portugueses ainda está extremamente ligada ao desporto do futebol. Assiste-se a uma quantidade absurda de vários programas televisivos em diferentes canais e em diferentes horários do mesmo dia, programas muitas das vezes sem conteúdo nenhum e que procuram apenas a polémica para terem algo de que falar! Por outro lado, não há aposta dos empresários (e departamentos de marketing) deste país que não valorizam outros desportos que não seja o futebol, assim como o próprio Estado, que teima em não apoiar os atletas portugueses, muitos deles já com provas dadas. As entidades organizadoras também não apostam na divulgação da própria modalidade, não ajudam as equipas, antes pelo contrário, estas estão cada vez mais sufocadas com os crescentes custos de participação, não trazem novidades ao nível do espetáculo para o evento, isto leva obviamente a um fenómeno sociológico que faz com que as pessoas cada vez mais "só vejam futebol à sua frente" e não liguem a outros desportos, onde existe muita qualidade dos portugueses, mas que por falta de apoio financeiro, na maior parte das vezes, não se consegue chegar mais longe.
AMMA: O que acha que deve ter que mudar em termos de mentalidade em Portugal para que estas situações não aconteçam?
RL: Acho que as entidades competentes (Estado, IPDJ, Grandes empresas, etc.) devem apoiar mais financeiramente outros desportos que não o futebol e apostar-se mais na divulgação nos meios de comunicação social, criar interesse nas pessoas para que estas possam procurar estar mais presentes nos eventos e assim atrair mais atenção e vontade nas empresas em estarem presentes nas diferentes modalidades com a sua imagem, prestando apoio às equipas e participantes. A transmissão de eventos em direto também seria positivo, na minha opinião, pois criaria mais interesse e expectativa no público para seguir ou começar a seguir as diversas modalidades. Atualmente passam resumos curtíssimos na televisão de eventos que já tiveram lugar há semanas (às vezes há meses) atrás, o que é incompreensível!!
Entramos nas Artes Marciais e Desportos de Combate com estes nossos três convidados.
Em 2019 Flávio Ribeiro (Treinador de Luta Greco-Romana, Olímpica, MMA, Capoeira entre outras) contatou a nossa redação pois estava com os tatamis (tapetes onde se praticam artes marciais e desportos de combate de forma segura) estavam danificados. O seu objectivo era fazer um apelo a dojos que pudessem ajudar com tatamis em segunda mão que estivessem operacionais para não fechar as portas da academia, principalmente com alunos campeões.
AMMA: Como correu essa situação? O que conseguiu em termos de apoios? Ia mesmo fechar a actividade se não os conseguisse?
Flávio Ribeiro: Tive que investir a maior parte do dinheiro na compra dos tatamis e contei com a ajuda dos atletas/pais e pessoas próximas na venda de rifas, além de uma pequena contribuição de um dos patrocinadores do clube. Em relação ao encerramento da atividade, seria inevitável pois é muito difícil e dispendioso adquirir os equipamentos necessários para a prática da Luta Olímpica/Greco-Romana. Só com o meu contributo seria complicado conciliar com os meus gastos pessoais e familiares.
AMMA: Qual seria a reacção dos seus atletas, principalmente os mais jovens? Íamos perder jovens talentos?
FR: Certamente que sim, tanto que após termos adquirido os tatamis que faltavam, houve um aumento significativo nas prestações, confiança e evolução técnica, além de prémios coletivos/individuais e muitos atletas chamados para a seleção.
AMMA: Como conseguiu dar a volta aos apoios e patrocínios para continuar a formar atletas? É tarefa difícil a renovação de apoios?
FR: Desde então, não obtivemos nem 1€ para a nossa causa, mesmo após conquistarmos vários primeiros lugares e campeões nacionais em várias categorias, assim como 1° lugares em nível coletivo nas categorias infantis/benjamins/iniciados e nos Cadetes/Seniores Masculinos e Femininos. É muito difícil quando se trabalha dentro de um clube de futebol e os patrocinadores não consideram as modalidades para financiamento. Outro obstáculo é que tenho o clube inserido numa junta de freguesia em que as verbas/transportes destinadas às modalidades dessa freguesia são direcionadas para outras modalidades, principalmente para a Luta Olímpica/Greco-Romana, que pertence à própria junta.
Vitor Gomes é Mestre de Ju-jitsu e Treinador de Luta Greco-Romana, Olímpica, MMA e de uma muito particular a Luta Galhofa (Luta Tradicional Portuguesa), uma Arte Marcial portuguesa, que já existia antes de Portugal ser nação. Ou seja esta arte ainda é do período pré-romano.
AMMA: Relativamente à falta de apoios financeiros tem tido várias dificuldades ao longo da sua carreira de Mestre. No ano 2022 foi inscrito no Livro dos Grandes Mestres de Artes Marciais, uma edição do Brasil, com mestres que se destacam mundialmente. Sabemos que não foi à gala a São Paulo no Brasil para o receber por motivos financeiros. Em 2023 aconteceu o mesmo, quando foi inscrito no Livro Black Belt. Na altura pediu variados apoios e não teve respostas que conseguissem assegurar a sua viagem. O que acha que se falta fazer para que se possa representar Portugal a este nível no estrangeiro e mesmo no vosso dia a dia nas modalidades? Chega a dispor dos seus fundos próprios para as deslocações com os seus atletas e dar aulas sem custos, para que eles não parem. Até quando conseguirá manter a situação? O que necessita para já?
VG: Relativamente os apoios, há mais desportos, que o futebol. Mas como tenho dito mais vezes, o que não é futebol pouco interessa. Podemos ver na América, um exemplo uma cultura que vive muito para o trabalho, mas nos dias de descanso é para estarem a apoiar a família e amigos, vemos que eles apoiam o desporto e muito e começam logo nas escolas e tem bolsas universitárias os bons atletas e não um desporto em concreto, mas sim todas as modalidades, desde o críquete, basquete, natação, beisebol, rugby, wrestling, etc, etc. Na Associação Portuguesa O Samurai, tanto eu como os atletas já deixamos de representar muitas vezes a cidade de Chaves e Portugal nos eventos internacionais. Mais uma vez o governo devia de dar mais apoio a todo tipo de modalidades e os Municípios também deveriam apoiar os clubes e associações locais. Sei bem que é frustrante para um atleta ser selecionado e representar o país e não vai por falta de verbas. Eu em 2019 fiz parte da equipa da Seleção de Pankration e as minhas despesas foram pagas do meu bolso, assim como os restantes elementos da equipa que tiveram que pagar as suas despesas para representar Portugal. Em outros países para além de não pagarem, ainda recebem pelo que fazem não há a carolice do português e vejo muitos atletas a deixar as modalidades por causa disso e ficam completamente desmotivados. Acho que as entidades competentes devem ver bem as coisas, pois o que poderá acontecer é que qualquer dia o associativismo acaba e como já disse, eu acho que será o contrário o caminho é motivar os clubes, associações e federações para que atletas, treinadores e dirigentes mantenham esta maquina em movimento e as modalidades sejam dignificadas e promovidas e principalmente os jovens e menos jovens, tomem um caminho desportivo que será importantíssimo para a sua vida e sem este tipo de associativismo pode-se perder muito jovem para caminhos que não sejam os melhores. Por isso que os apoios, é algo fundamental para qualquer desporto.
Por último Carlos dos Santos, Militar da GNR praticante de Sitck-fighting tendo obtido os títulos de bi-campeão mundial, tetra-campeão europeu e hexacampeão nacional, no combate de Stick-fighting. Numa dada altura deixou de competir internacionalmente. Ele tem uma sugestão criativa para ser legislada para pôr fim para esta situação de perda de talentos nas várias modalidades.
AMMA: O que deu origem a esta paragem e como a superou?
Carlos dos Santos: A única altura que deixei de competir internacionalmente foi na altura do COVID que para além das competições terem parado, durante um determinado período, os patrocinadores tiveram de cortar nos respectivos patrocínios. A alternativa foi continuar a treinar e não perder o foco, sempre na esperança do retorno à normalidade de toda a conjetura económico-social.
AMMA: Voltou a competir como atleta e tem também a actividade de seleccionador. Tem mais facilidade em competir no estrangeiro desta forma, sendo também seleccionador?
CS: Não há qualquer vantagem ou facilidade em acumular a função de selecionador e atleta. A questão é que a única forma de conciliar a minha permanência nas competições internacionais e levar os melhores comigo, é sujeitar-me à referida acumulação. É muito complicado gerir pois tenho de preparar, planear e apoiar os atletas da seleção e a minha prestação. É um trabalho de loucos , mas muito gratificante! Exigir é fácil, o pior é dar o exemplo com a nossa própria prestação!
AMMA: Nesta modalidade é difícil obter patrocínios em Portugal? Há algum motivo aparente para isso? Podemos comparar as boas práticas de sucesso outros países?
CS: Como em qualquer modalidade amadora, em Portugal, é sempre difícil obter patrocínios, tudo se deve ao facto de sermos um país "pequeno" e no que diz respeito à nossa modalidade ainda pior porque é pouco conhecida. Noutros países qualquer modalidade tem mais apoio porque há mais empresas, mais cultura de apoio ao desporto e sobretudo mais pessoas para praticar e competir.
AMMA: Contudo considera que estamos a perder talentos com a falta de apoios? O que podia fazer inverter isso tudo?
CS: Claro que sim, todos os anos ficam campeões pelo caminho...não há motivação ou foco que dê verbas para possibilitar o atleta de viajar para a competição, alimentar-se e dormir. Na minha opinião seria fácil inverter esta situação, bastava o estado beneficiar as empresas que patrocinassem atletas. Quanto maior fosse o apoio, maior seria a redução da TAXA de IRC. Outra medida complementar seria dar contrapartidas às autarquias de residência ou de treino dos atletas, por forma a que possam apoiar o atleta na preparação para as provas internacionais. Por cada atleta, com títulos europeus e mundiais, a autarquia recebia uma verba que se destinava exclusivamente aos gastos comprovados para a preparação do atleta. No final de cada época desportiva, por cada atleta com resultados internacionais as autarquias recebiam um prémio monetário para ser investido exclusivamente na melhoria das infraestruturas desportivas do concelho.
Texto: Pedro MF Mestre
Fotos: (cedidas pelos entrevistados)