XVIII GP de S.Vicente de Fora

Curiosamente, cerca de 12 horas depois da Corrida de Santo António, gigantesca máquina, polvo poderoso a chamar e a captar as massas para correr, decorreu na mesma cidade, capital de Portugal, no domingo dia 10 de Junho, quase em silêncio, o XVIII Grande Prémio de S.Vicente de Fora, a cargo da Junta de Freguesia com o mesmo nome. Curioso também é ser este santo, S.Vicente, ele o padroeiro de Lisboa, e não Santo António como a maioria dos portugueses julga e ainda assim ele usufruir nem de um décimo da popularidade do primeiro, tal qual como a Corrida.
 
No entanto, ou precisamente por isso, não  deixa de ser o Grande Prémio de S.Vicente de Fora meritório dos mais rasgados elogios, pois realizou-se pela 18ª vez, com os escassos meios que facilmente se adivinham, em contraste com a titânica vontade das pessoas.
 
Assim tivemos de novo um caixote do lixo acompanhado das fitas plásticas a marcar a meta, o apoio inestimável, incansável e grandiosamente humano dos Bombeiros, uma Polícia que não aparece a horas e quando aparece não é em número suficiente, "obrigando" a encurtar a prova das Veteranas para uns rápidos e violentos 1.600 metros para evitar problemas com o trânsito que se manifestaram na prova maior, onde os atletas tiveram de ir a outras artérias da cidade, e onde apesar do voluntariado do pessoal da organização, não se conseguiu um controle adequado do trânsito. Houve suficientes abastecimentos de água, muitas taças para todos os escalões e para as equipas, tendo mesmo ficado taças por dar devido ao número insuficiente de participantes.Uma manhã de desporto e de convívio em que se promoveu a Corrida para todos. Numa época em que se ameaça extinguir muitas Freguesias do Portugal dos pequeninos, deseja-se a esta prova e a esta gente que tenha força e meios para a continuar a realizar, pois estão claramente de parabéns e promovem de facto a Corrida.
 
Tudo isto ali, vida que fervilha e sangue que pulsa, bem no coração de Lisboa, no Campo de Santa Clara, à volta do Panteão Nacional, onde jazem distintas figuras...mas mortas.
 
 
Ana Pereira
 
http://mariasemfrionemcasa.blogspot.pt/ 

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