A Selecção Nacional/Liberty Seguros cumpriu hoje o objectivo estabelecido para a estreia portuguesa no Campeonato do Mundo de Maratonas BTT, colocando um homem nos 30 primeiros, mas terminou a prova, disputada em Ornans, França, com o amargo de boca provocado pela sensação de que, sem azares, o resultado poderia ter sido histórico.

 

O campeão nacional desta disciplina de BTT, Rúben Almeida, foi o melhor português, concluindo os 84 quilómetros da maratona, corridos sob condições muito adversas, na 29.ª posição. O corredor natural de Águeda gastou mais 23m01s do que surpreendente vencedor, o grego Periklis Ilias. O alemão Mortiz Milatz foi o segundo e o checo Kristian Hynek fechou o pódio.

 

O outro luso presente, Luís Leão Pinto, foi travado pelo azar, devido a ter rasgado um pneu, quando estavam percorridos 12 quilómetros e ainda se encontrava muito longe da zona de abastecimento, onde teria meios para proceder à reparação. Devido ao percalço acabou por desistir.

 

“O Luís Leão Pinto seguia no grupo, de cerca de dez corredores, que liderava a corrida e tinha sido ele próprio a desferir um ataque que provocou uma primeira selecção de valores. Dava-nos a esperança de poder lutar pelos melhores lugares, mas o furo, naquela altura, deitou tudo a perder. O resultado do Rúben Almeida insere-se dentro que tínhamos perspectivado, mas mesmo este ciclista teve azar, pois também furou e chegou ao final com essa avaria, motivo por que perdeu algumas posições nos últimos quilómetros”, explica o seleccionador nacional, Pedro Vigário.

 

O técnico admite ter ficado com “algum amargo de boca”, mas destaca o bom desempenho do campeão nacional, que “partiu da posição 117 e foi recuperando lugares numa prova duríssima, corrida sob chuva, frio e com o terreno muito enlameado”, o que endureceu ainda mais a tarefa dos corredores, que enfrentaram o mau tempo e ainda subidas íngremes e descidas muito técnicas.