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Mundial Doha 2024 - Angélica André de Bronze nos 10 km

 
Angélica André conquistou hoje a medalha de bronze nos 10 km do Mundial de Doha (Qatar) e garante presença em Paris 2024. A portuguesa obteve a melhor classificação de sempre para num mundial para Portugal em águas abertas apenas superada nos derradeiros metros, pela neerlandesa Sharon Van Rouwendaal, ouro, e pela espanhola Maria de Valdes, medalha de prata.
 
Mafalda Rosa terminou na 19.ª posição.
Angélica André: «Não tenho palavras para expressar a alegria por esta medalha de bronze. Estou mesmo muito contente com este resultado, um resultado para mim e para todos que me acompanham nesta carreira: FC Porto, Federação, Portugal. A primeira medalha no sector feminino. Obrigado a quem treina comigo, aos meus treinadores, colegas de equipa, de seleção, eles também fazem parte do processo. Claro que é muito mérito meu porque seu eu que faço por isso, mas também é mérito dos que estão ao meu lado e me acompanham e dão tudo para que estejamos aqui a celebrar o terceiro lugar. Senti que poderia chegar às medalhas quando na última volta, faltava duas boias. Estava com força suficiente para lutar pelo pódio. Claro que tínhamos consciência que isso poderia acontecer, nunca o dissemos, mas sabíamos que tínhamos potencial para lutar por isso.»
 
Daniel Viegas, DTN para as Águas Abertas: «Uma prova muito dura. As condições mudaram um pouco com o aparecimento de vento o que tornou a prova mais complicada. Já era previsível o arrefecimento da temperatura, acabando a água por descer um grau, estando a 20,2, dentro do regular. Um pouco mais difícil para a Mafalda Rosa, que não se adapta tão bem, embora não haja razão para qualquer baixa de rendimento.
A prova foi dura, mas não teve um ritmo demasiado alto, bom para as portuguesas. Estiveram bem enquadradas durante toda a prova: a Mafalda um pouco mais colocada à frente por estratégia dela; a Angélica um pouco mais resguardada mas também sempre entre o top-15, por vezes deixou-se cair por causa dos contactos físicos nas boias mas tudo dentro do normal. A prova foi acelerando, principalmente na última volta, muito rápida.
 
Divido a prova em dois pontos: o lado da Mafalda que nos deixou um sabor agridoce porque está muito bem, fez uma boa prova, esteve muito bem. A qualificação mudou, reduzindo em três as nadadoras a apurar para os Jogos, de 25 para 22. Portanto fez um resultado que se fosse com as regras antigas estaria muito perto de Paris. Com as regras novas, mais difíceis, a Mafalda com o 19.º  fica entre as 22 mas por causa das vagas para os outros continentes fica muito perto do apuramento, a 6,9 segundos que a deixam de entrar nos jogos que teria de ser o 16.º lugar.
 
Por isso deixa-nos um sabor agridoce. Como DTN não me deixa 100% satisfeito perceber que fez uma excelente prova, que esteve muito bem, e que não conseguiu atingir o nosso objectivo, de toda a equipa, que era colocar as duas nos Jogos, embora soubéssemos que era difícil, mas que fizeram tudo bem feito. A Mafalda, tem apenas 20 anos, já tem um percurso invejável. É uma lutadora, vai dar a volta por cima.
A Angélica foi fantástica, fez uma prova boa. Uma nadadora com muita experiência. Uma nadadora com 29 anos já na sua quarta qualificação olímpica. Começou a fazer as qualificações em 2012, ainda que a experimentar, em 2016 ficou de fora com algum infortúnio por uma estratégia ansiosa de querer ir para a frente e deixou escapar a hipótese de entrar nos jogos por pouco. Depois consegui o apuramento nos últimos jogos de Tóquio e agora encontra-se numa forma incrível no melhor da sua vida e faz um lugar histórico: a  melhor classificação portuguesa em águas abertas; no todo da natação nacional é a melhor classificação feminina. O único pódio numa prova olímpica.
 
Por isso estamos todos muito felizes, obviamente fruto do trabalho que desenvolve no dia a dia com os seus treinadores no FC Porto com todo o apoio da FPN do COP baseada na estratégia que tem sido definida em conjunto com os treinadores para que tenha as condições necessárias. E tudo culminou nesta qualificação de luxo. Agora sonhamos mais alto. Não é fácil. Esta prova é muito “sui generis” e este resultado provam isso mesmo, que nadadores do “top ten” pode chegar à medalha, e isso tem as suas dificuldades e as suas coisas boas e hoje Angélica provou.
 
Amanhã temos a prova masculina de 10 km (07h30) que será muito competitiva e estamos na luta por mais uma vaga amanhã com Tiago Campos e Diogo Cardoso.»
 

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sexta-feira, 4 de outubro de 2024 – 11:30:05

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