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Europeu encerra com recorde nacional absoluto

A Seleção Nacional encerrou hoje a participação no 31.º Campeonato da Europa, em Debrecen, na Hungria, com a obtenção de um novo recorde nacional na prova de 4x100 estilos.

A equipa portuguesa, constituída por Pedro Oliveira (costas, 56.21), Carlos Almeida (bruços, 1:01.68), Simão Morgado (mariposa, 52.28) e Tiago Venâncio (livres, 50.02), fez o tempo de 3:40.19, melhorando o máximo nacional em mais de quatro segundos. O anterior máximo, de 3:44.8, tinha sido obtido no Europeu de Berlim 2002 por Nuno Laurentino, Henrique Neiva, Simão Morgado e Luís Monteiro.

Na prova de 400 estilos, Alexis Santos foi 9.º, com 4:20.01, que corresponde a um novo recorde pessoal, e Diogo Carvalho 14.º, com 4:22.19. Diogo Carvalho já tem mínimos COP de qualificação para os Jogos Olímpicos de Londres na distância e detém o recorde nacional absoluto desde o Mundial de Roma 2009, quando registou o tempo de 4:18.08.

No Europeu, a Seleção Nacional alcançou a qualificação para uma final, por intermédio de
Carlos Almeida (100 bruços), oito meias-finais por Carlos Almeida (100 bruços), Pedro Oliveira (100 e 200 costas), Diogo Carvalho (200 estilos), Sara Oliveira (100 e 200 mariposa), Alexis Santos (50 costas) e Ana Rodrigues (50 bruços). Os nadadores portugueses estabeleceram seis novos recordes nacionais absolutos, através de Carlos Almeida (50 e 100 bruços), Pedro Oliveira (100 e 200 costas), Alexis Santos (50 costas) e estafeta de 4x100 estilos (Pedro Oliveira, Carlos Almeida, Simão Morgado e Tiago Venâncio). 

Carlos Almeida (100 bruços) e Pedro Oliveira (200 costas) atingiram mínimos COP para Londres 2012, aumentando para quatro o número de nadadores qualificados: Diogo Carvalho nos 200 estilos (mínimo A) e  400 estilos (mínimo  COP),  Carlos  Almeida (100  bruços),  Pedro  Oliveira (200  costas)  e Sara Oliveira (100  costas).
 
Rui Magalhães: “Participação até foi bem conseguida”

O Selecionador Nacional referiu que “o principal objetivo que nos trouxe a este Europeu era fazer mínimos para os Jogos, era a perspetiva de dobrar o número de elementos participantes em Londres. Apenas conseguimos um.
 
Fazendo uma análise a todo o evento, penso que a participação até foi bem conseguida e isso traduz-se claramente na qualificação para uma final, oito semifinais e seis recordes nacionais que atingimos, que era algo que já não conseguíamos há bastante tempo. Os Jogos de Pequim foram a última grande competição em que batemos cinco recordes nacionais. Por isso, no espaço de quatro anos voltámos a quebrar uma série de recordes em grandes competições internacionais e isso também é relevante.”

Rui Magalhães referiu ainda que “a acrescentar às oito semifinais, tivemos mais duas posições equivalentes, ou seja, tomando o histórico dos nossos Europeus, a participação é melhor relativamente aos últimos Europeus. Apesar de não conseguirmos continuar a traduzir em mais finais os dois nonos lugares que fizemos e os dois 10.ºs que alcançámos.”
 
Simão Morgado: “Campeonatos atípicos para mim”

O capitão de equipa considera que “foram uns Campeonatos atípicos para mim. A primeira prova não saiu como eu queria, já fiz seis vezes o tempo de 24.3 nos 50 mariposa no último ano. Queria ter começado um bocadinho melhor, mas pus isso de parte e pensei que nos 100 ia dar a volta.”

Simão Morgado explicou que quando disputou os 100 metros mariposa, “acordei num dia menos bom, às vezes acontece, tenho pena de não ter feito o tempo que fiz hoje, mas é assim… Este é o meu sétimo Europeu, nos últimos seis estive sempre em grande, bati recordes em todas as participações, consegui muitas meias-finais e finais e não estava habituado a falhar na altura certa. Acontece a todos e aconteceu comigo. Felizmente tive uma oportunidade para remediar, que foi hoje. Fiz um tempo brilhante, 52.28, e estou a pensar que eventualmente para a semana posso ir a Espanha fazer o mínimo.”
 
Diogo Carvalho: “Ótima preparação para os Jogos Olímpicos”

Diogo Carvalho faz um balanço positivo da prestação em Debrecen, porque “vim aqui para treinar, para estar a competir ao mais alto nível e foi isso que aconteceu. Apesar dos 9.ºs lugares a que estou sujeito frequentemente, e aos 4.ºs e 16.ºs, mas foi positivo.”

Para o nadador, o Campeonato da Europa “foi uma ótima preparação, quer física quer psicológica, para estar ao mais alto nível nos Jogos Olímpicos.”

Em Londres, Diogo Carvalho tem mínimos para os 200 e 400 estilos e afirma que “os 200 estilos vou nadar de certeza, os 400 ainda tenho que ponderar bem se vale a pena o esforço tão desgastante, mas isso é uma conversa que tenho que ter com o meu treinador.”
 
Carlos Almeida: “Foi um bom Campeonato”

Carlos Almeida avaliou a prestação no Europeu: “Não foi muito positiva, mas não foi negativa. Fui à final dos 100 bruços, depois nos 200 bruços foi mau mesmo. Mas tenho explicação de porquê é que aconteceu, por isso acabou por ser bom, porque temos de aprender sempre com as coisas más que nós fazemos.” O nadador olímpico acrescentou que “nos 50 fiz uma prova razoável e na estafeta o meu percurso não foi mau. Como equipa acabámos por tirar quase cinco segundos ao recorde nacional, embora tenhamos pensado que dava para ir à final, mas a prova foi muito forte e ficámos em 11.º, o que ficou um bocadinho aquém das nossas expetativas. Foi um bom Campeonato para começar a minha carreira nesta fase.”

Pedro Oliveira: “Agora é concentrar para os Jogos”

Pedro Oliveira, que se encontra a estudar na Universidade de Louisville (EUA, Kentucky) desde Agosto de 2008 referiu que “bati mais recordes nacionais nestes Europeus do que nos últimos três anos todos juntos. É bom estar de volta à boa forma e agora é concentrar para os Jogos e fazer o melhor possível, que passa por fazer 1.58 minutos nos 200 costas.” Na sexta-feira o nadador tornou-se o mais rápido de Portugal ao fazer a marca de 1:59.72.

O apuramento para a meia-final em Londres “era um objetivo bom, depende de como correr. Tivemos cerca de um mês de treino intensivo até agora, depois dos Campeonatos Americanos, e se num mês consegui fazer mínimo COP acho que daqui a dois meses consigo melhorar um bocadinho e 1.58 é o objetivo.

Tiago Venâncio: “É sempre um prazer podermos nadar pelo nosso país”

O nadador, que está a viver no Dubai desde o início desta época, começou por dizer que “O Europeu não correu como eu queria, especialmente as provas de 100 e 200 livres. Vim tentar os mínimos, mas houve algum planeamento que falhou.”

Tiago Venâncio disse que “saio com um misto de emoções. Fico contente porque estou a fazer os mesmos tempos que fazia há quatro anos, mas saio triste por ter falhado os mínimos. Os 100 mariposa correram bem, fiz a minha melhor marca e agora para finalizar batemos o recorde nacional na estafeta. É sempre um prazer podermos nadar pelo nosso país, especialmente com estes atletas, com quem não podemos competir sempre. O Pedro e o Carlos estão nos Estados Unidos, eu também estou fora, e é sempre um prazer competir com eles. “
 
Arthur Albiero (Treinador de Carlos Almeida e Pedro Oliveira)

Arthur Albiero é treinador de Carlos Almeida e Pedro Oliveira na Universidade de Louisville e começou por afirmar que “não conseguimos alcançar todos os objetivos. Mas conseguimos o mais importante, que era o Pedro fazer mínimo COP e o Carlos melhorar a marca nos 100 bruços. Por isso alcançamos os objetivos principais.”

Para o técnico brasileiro, “agora temos outra oportunidade à nossa frente e esse era o objetivo principal. Claro que queríamos ter obtido o apuramento para mais finais e continuar a melhorar, treinámos para isso.”

Albiero considera que “foi um bom Campeonato e estou feliz com o desempenho dos dois nadadores. Eles fizeram a preparação numa fase difícil para nós, porque saímos do Campeonato Americano no final de Março e fomos para Indianápolis na primeira semana de Abril para tentar os mínimos. O Pedro ficou muito perto e tive um pouco de receio. Era um ciclo de treino muito pequeno mas honestamente não tinha dúvidas que íamos conseguir, porque treinámos para isso e quando se treina as coisas acontecem. Saio daqui contente e muito agradecido à Federação e aos técnicos pelo apoio e por me terem feito sentir como parte da equipa.“

Ter dois nadadores apurados para os Jogos Olímpicos, “é um marco na carreira. No caso do Pedro e do Carlos, como já estiveram em Pequim 2008, o objetivo não é só ir aos Jogos. É ir aos Jogos e ter um bom desempenho, representar Portugal em primeira classe. A preparação que temos feito é para isso. Conseguimos atingir aqui um nível, que nos leva para o próximo nível.”
 
José Silva (Treinador de Sara Oliveira)

Para o treinador de Sara Oliveira, “os objetivos que tínhamos previamente definido não foram de todo alcançados. Não era isto que esperávamos e não foi para isto que treinámos, treinámos para mais, principalmente para conseguir a obtenção do mínimo aos 200 mariposa. Isso não foi conseguido e sendo esse o objetivo principal que nos trouxe cá, ou que estava associado à nossa vinda aos Europeus, temos que assumir que não conseguimos.”

José Silva acrescentou que “agora temos que fazer uma análise, com calma, de forma fria e ponderada, e ver onde se falhou. Não tendo conseguido esse objetivo, alguma coisa falhou e tem que ser corrigida, para posteriormente se conseguir alcançar os objetivos definidos.”
 
Élio Terrível (Treinador de Diogo Carvalho)

Élio Terrível considera que o balanço do Campeonato da Europa “é positivo, tendo em conta o momento da época e o objetivo final, que são os Jogos Olímpicos. Contudo, fica sempre um sabor agridoce porque tenho a consciência que podia ter sido um bocadinho melhor e pelo 9.º lugar.”
 
Carlos Cruchinho (Treinador de Alexis Santos)

Carlos Cruchinho afirmou que “os aspetos positivos da prestação do Alexis são que melhorou os tempos em todas as provas – 50 costas e 400 estilos – bateu um recorde nacional e obteve um 9.º lugar e um 16.º. Obviamente que o objetivo era fazer o mínimo para os Jogos Olímpicos nos 400 estilos e esse não foi atingido. Fica para a próxima…”

 

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sexta-feira, 29 de março de 2024 – 10:28:50

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