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Dois dias de evento, 8 grandes conferências de especialistas de diferentes áreas e diferentes partes do mundo, 9 sessões práticas relativas a diferentes disciplinas da Ginástica (Ginástica Artística Masculina, Ginástica Artística Feminina, Ginástica Rítmica, Ginástica de Trampolins, Ginástica Acrobática, Ginástica Aeróbica) e coordenação motora, 30 comunicações livres distribuídas em várias áreas como:
• Formação e Educação
• Treino e Ginástica
• Investigação e inovação
• Saúde e nutrição
• Inclusão pela Ginástica
Um dos grandes objetivos foi estabelecer uma relação próxima entre a teoria e a prática, entre a investigação e o treino, meta que foi alcançada com sucesso.
Neste congresso foi bem evidente a componente prática, não só através das práticas gímnicas propriamente ditas, mas também através da partilha da experiência e realidade de outros países de referência na Ginástica Mundial.
A referida aproximação entre a teoria e prática não se esgota nestes congressos. Queremos mais e mais tem sido feito, em ações de formação sistematicamente organizadas, acompanhamento na preparação de alguns atletas para grandes competições, publicação de livros, boletins técnicos e de uma revista técnico-científica.
Apesar da diversidade de temas abordados neste congresso, duas questões transversais às disciplinas gímnicas foram referidas mais que uma vez e por vários oradores:
-A segurança dos ginastas é uma das preocupações centrais. Aliás, é um dos fundamentos apresentados nos “Age Group Development Programs”, está bem presente nos Códigos de Pontuação e nos conteúdos das Academias FIG. O problema das lesões e segurança dos ginastas esteve presente em quase todas as comunicações das autoridades da Ginástica presentes;
-A qualidade de execução em detrimento da dificuldade parece ser o rumo a seguir, até para garantia da referida segurança.
Relativamente às experiências trazidas das realidades de um clube e uma federação de sucesso, não temos que copiar os modelos, mas podemos aproveitar algumas ideias que conduziram a esse sucesso e aplica-las à nossa realidade.
Reforçar o papel do desporto na sociedade foi uma das linhas de força do Congresso.
José Manuel Araújo, Secretário Geral do Comité Olímpico de Portugal, abordou a valorização do desporto e a importância do fato da nota da disciplina de Educação Física passar a contribuir para a media de acesso ao ensino superior. Este referiu ainda que o objetivo principal neste momento é olhar o futuro com responsabilidade para que o projeto Tóquio 2020 e os resultados correspondam as expetativas.
O Vice-Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, defendeu a necessidade de olharmos para os atletas paralímpicos como atletas com necessidades especiais e não como doentes, que estes devem ser tratados com igualdade e inclusão e que lhes devem ser oferecidas as condições necessárias para atingir a excelência desportiva pois como foi demonstrado há capacidades para tal.
Hardy Fink falou-nos sobre os programas de desenvolvimento dos Age Group, sobre a importância da qualidade que se aplica no processo de preparação dos ginastas em fase inicial. Este explicou como se deve apostar em termos qualitativos nos treinos e como é essencial manter os ginastas tempo suficiente na modalidade para mais tarde poderem vir a demonstrar todo o trabalho que foi realizado. Hardy reforça que a segurança dos ginastas é fundamental. Nos últimos 10 anos tem estado a desenvolver um programa que irá contribuir para a democratização da Ginástica e poderá revolucionar o futuro das diferentes disciplina gímnicas.
Tomasz Niznikowski da Universidade de Varsóvia apresentou as metodologias e as razões porque a Ginástica faz bem às nossas crianças e a riqueza do desenvolvimento da sua coordenação motora pela prática gímnica.
Para João Paulo Rocha, Presidente da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), que com grande orgulho e satisfação encerrou esta edição do Congresso, a organização deste Congresso por parte da FGP teve como principal foco a partilha de conhecimentos e experiências para que as comunidades gímnicas se tornem cada vez mais esclarecidas e mais fortes, algo que é essencial na evolução da modalidade.