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Voleibol Sentado seduz em Gondomar

 

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A Convenção Multidisciplinar de Educação – Perspectivas sobre a Educação Especial, que está a decorrer no Multiusos de Gondomar, arrancou hoje da melhor forma.



Grupos de alunos das escolas da zona de Gondomar puderam experimentar um leque apreciável de modalidades paralímpicas e, mais importante ainda, vivenciar o que sentem os atletas que as praticam, tendo-se divertido com a experiência, sobretudo com o Voleibol Sentado.



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Rui Corredeira, Professor na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e responsável pela coordenação do Desporto Adaptado, revela os objectivos da iniciativa organizada pelo pelouro da autarquia gondomarense em colaboração com a FADEUP e as federações desportivas:
"Aquilo que se pretende é por os alunos das escolas de Gondomar, os tais meninos ditos normais por não terem à partida nenhuma necessidade educativa especial em geral, a experienciar esta iniciativa e a experimentar modalidades que são adaptadas aos meninos com necessidades especiais.
Estas iniciativas têm sucesso quando as podemos experimentar, pelo que isto funciona como um laboratório: os miúdos têm de experimentar, de sentir as sensações vividas por quem pratica a modalidade, pois a inclusão também passa por aí, por fazer o percurso ao contrário
".



Os estabelecimentos de ensino escolar aparecem como os palcos perfeitos para a divulgação das modalidades associadas ao Desporto Adaptado:
"O Voleibol Sentado é um desafio que temos experimentado em vários contextos nos últimos tempos, sobretudo nas escolas, e é, de facto, uma modalidade de simples aplicação, pois o material é quase todo o mesmo do Voleibol, há a bola e a rede, e basicamente mudámos muito pouco as regras relativamente à modalidade que é modelo convencional, como a altura da rede ou as dimensões do campo.
Tem-se revelado uma experiência muito interessante porque aqueles que experimentam reconhecem que, realmente, a prática do Voleibol Sentado não é nada transcendente, ao invés, é muito interessante e é fácil.
A primeira vez que assisti a uma competição de Voleibol Sentado marcou-me muito. Foi jogado ao mais alto nível, nos Jogos Paralímpicos e opunha a Rússia ao Irão.
Foi absolutamente espectacular, pelo dinamismo e velocidade de execução.
Não tem nada a ver com as ideias pré-concebidas. O Voleibol Sentado não é estático, muito pelo contrário, e a sua execução dos gestos técnicos até é fácil e é isso que nós queremos que os alunos sintam neste espaço da Convenção.
As experiências que eles têm aqui irão ser partilhadas com os seus colegas que não puderam vir, com amigos e famílias e acredito que irá ser um sucesso"
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Ana Sousa, professora na FADEUP responsável pelo Voleibol Sentado, afina pelo mesmo diapasão.

"O Voleibol Sentado é extremamente fácil e é extremamente apelativo para miúdos e adultos, experimentarem, pois divertem-se imenso.
Jogado ao nível da alta competição é difícil, como qualquer modalidade a esse nível, mas a este nível básico de experimentação é extremamente divertido e apelativo para os praticantes", reconhece, adiantando:
"No âmbito da Faculdade, temos feito várias iniciativas, já tivemos workshops de Voleibol Sentado, actividades em escolas e no âmbito do Dia Paralímpico na escola e a aceitação dos alunos tem sido fantástica. Eles só querem é ficar mais tempo a jogar. Como viram aqui, grupos com maiores limitações e que com adaptações também conseguiram participar e por isso é uma modalidade que tem tudo para se desenvolver e expandir
".



A mensagem mais importante a passar é que:
"Ainda há quem ache que é uma modalidade para pessoas com amputações, mas o Voleibol Sentado é para todos, sendo praticado até por ex-atletas de Voleibol, que, por exemplo, tiveram lesões nos joelhos que os impedem de saltar.
O Voleibol Sentado pode ser praticado por pessoas com diferentes níveis de amputação, pessoas com paralisia cerebral, mas com poucas limitações, com lesões vertebro-medulares, mas o que chamamos lesões baixas e que não limitam o trem superior.
As pessoas têm de se sentar, jogar e sentir realmente a emoção que é praticar a modalidade e o local privilegiado para cativar praticantes são as escolas. Devemos começar por fazer os alunos experimentar a modalidade e eles acabarão por chamar outros para a prática da modalidade
".

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Daniel Lacerda, técnico federativo responsável pela coordenação do Voleibol Sentado, destaca a importância do Voleibol Sentado na “inclusão activa” dos seus praticantes:
"Esta aposta está englobada numa linha de acção que a Federação vem desenvolvendo há mais de uma década, nomeadamente através do Gira-Volei, e que é a função social das federações desportivas.
Esta linha de acção é fundamental neste momento porque tem associado a ela um comportamento em termos de desenvolvimento desportivo que passa pela transferência de governação das modalidades adaptadas para as federações de modalidades.
A população-alvo associada ao Desporto Adaptado necessita de estímulos em qualquer prática desportiva e esta tem sido a nossa experiência neste curto espaço de tempo, pois o projecto federativo está a dar os primeiros passos. E o que nós temos sentido é que há muita receptividade pela prática do desporto, embora no mundo do desporto adaptado ainda exista muita falta de conhecimento e de prática e ausência de profissionais de desporto.
O que nós queremos passar é a mensagem do potencial que o desporto tem para um processo de inclusão, sobretudo de uma inclusão activa. Não pretendemos que a modalidade seja apenas para pessoas com deficiência mas sim para pessoas com e sem deficiência e que todas elas possam participar activamente, jogando Voleibol. Isto é o mais importante
".



O desenvolvimento do Desporto Adaptado implica uma «educação social e desportiva»:
"A falta de vivências de desporto adaptado passa pela ausência desses conteúdos nas escolas. O que nós estamos a potenciar é demonstrar que o Voleibol Sentado existe, pode ser praticado e a forma mais fácil é através das vivências nas escolas.
É preciso imprimir uma dinâmica muito forte nas escolas e é isso que hoje está acontecer na Convenção Multidisciplinar de Educação, aqui, em Gondomar.
O feedback por parte dos alunos tem sido fantástico porque na realidade eles têm muita vontade de experimentar algo novo e o que fizemos aqui ao incluir no mesmo grupo pessoas com deficiência e sem deficiência foi fundamental para haver uma inclusão muito positiva e, acima de tudo, para eles sentirem as dificuldades que existem na prática de uma modalidade sentirem também os condicionamentos de quem a pratica. E a receptividade tem sido muito boa
".



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Ana Gomes, aluna da FADEUP, voluntária na Convenção e jogadora da equipa de seniores femininos do Esmoriz GC, vê o Voleibol Sentado como um exemplo a seguir.

"É uma óptima experiência. Acho que o Voleibol Sentado devia ser mais divulgado e partilhado, principalmente com as crianças, pois se isso acontecer, poderá vir a ter um grande futuro.
Aliás, defendo que todos deviam experimentar, sobretudo os atletas do Voleibol, pois não têm a mínima noção de como é jogar como as pessoas com algumas limitações jogam, nem a força de vontade que é preciso ter para conseguir estar em campo com tanta ou mais raça do que as pessoas que praticam o Voleibol dito normal", salienta, concluindo:
"Já tinha ouvido falar do Voleibol Sentado, mas só na Faculdade é que tive mais noção sobre essa vertente e é uma vertente na qual quero mesmo apostar para o meu futuro.
Sem dúvida que o desporto é a melhor via para a inclusão. O Desporto, aliado as pessoas que queiram estar no desporto de uma maneira saudável e enriquecedora, só pode trazer benefícios a toda a gente
".



Informações adicionais sobre o Voleibol Sentado / Vídeo aqui



A Convenção Multidisciplinar de Educação – Perspectivas sobre a Educação Especial pretende ser um espaço de diálogo dos vários domínios do saber que concorrem para uma intervenção educativa.
A abordagem multidisciplinar e as diversas temáticas do evento criarão espaços de partilha de boas práticas.
Ao longo de três dias existirão momentos de exibição de projectos, conferências, workshops, exposição de posters, exposição de trabalhos e uma mostra multidisciplinar e interactiva, com a participação de várias instituições, desde as escolas às empresas.
Os vários espaços estarão acessíveis ao publico em geral, havendo outros destinados aos profissionais com interesse na área da intervenção educativa no âmbito da educação especial e/ou pessoas com deficiência.

 

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sexta-feira, 19 de abril de 2024 – 04:09:24

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