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Nuno Vitorino, Marta Paço e Camilo Abdula são candidatos às medalhas no Ampsurf ISA Para Surfing World Championship, nova designação oficial para o surf adaptado
A Seleção Nacional de Para Surfing prepara-se para uma campanha que se espera de grande sucesso no Ampsurf ISA Para Surfing World Championship (nova designação oficial da International Surfing Association para este tipo de competição em vez de surf adaptado) que terá lugar em La Jolla, Califórnia entre 11 a 15 de Março.
Portugal far-se-á representar por uma equipa nacional com um palmarés riquíssimo: os campeões da Europa Nuno Vitorino e Marta Paço e o vice-campeão europeu Camilo Abdula. Títulos aos quais somam o terceiro e quarto lugares no Mundial do ano passado, através de Marta Paço e Nuno Vitorino, respetivamente.
É, assim, legítimo ter as máximas aspirações, conforme afirma Nuno Vitorino, ex-nadador paralímpico e pioneiro do surf adaptado em Portugal: “Vou à Califórnia para ser campeão do Mundo. Não vou fazer uma participação honrosa. Estou motivado, focado, tenho treinado intensamente no mar, no ginásio, na piscina e não me passa pela cabeça outra coisa que não ganhar.”
A atitude daquele que é o mais experiente dos elementos da Seleção é emulada por todos no grupo, com Camilo Abdula, de 40 anos, mais comedido nas suas declarações, mas igualmente ambicioso: “O meu objetivo é estar nos quartos de final e depois...seja o que Deus quiser, mas gostava mesmo de trazer uma medalha para Portugal, de preferência a de ouro.”
Marta Paço, surfista invisual de apenas 15 anos, quer aproveitar o ano a mais de evolução técnica e de natural crescimento para capitalizar na competição: “Este ano vou com muito mais expectativas porque tenho outra experiência e sei como funcionam as competições e isso vai ajudar-me a melhorar o meu resultado e a trazer melhor que a medalha de bronze.”
O treinador de Marta, Tiago Prieto vai mesmo mais longe, elogiando o espírito da Seleção e o progresso da pupila: “Gostei bastante do que observei no último estágio, a Seleção está bastante mais unida e motivada. A Marta, em particular, está bastante mais forte, teve uma evolução técnica e física bastante significativa pelo que ambicionamos é mesmo o ouro e um bom resultado coletivo.”
Um grupo que respira ambição e confiança alicerçados em trabalho e investimento sérios por parte da Federação Portuguesa de Surf, conforme explica Nuno Vitorino: “As Federações estão obrigadas, desde 2012, a integrar o desporto adaptado mas a verdade é que temos especificidades e características técnicas particulares e a FPS tem feito um esforço financeiro, a par dos patrocinadores, para que esta Seleção esteja preparada para lutar olhos nos olhos com qualquer adversário neste Mundial.”
A Seleção Nacional parte para a Califórnia no dia 7 de Março, numa comitiva liderada pelo presidente da Direção João Aranha.
Nuno Vitorino compete na classe Prone 2, Camilo Abdula na classe Stand 1 e Marta Paço em PSVI 1.