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A prova de fundo para a elite masculina do Campeonato do Mundo de Estrada, hoje disputada entre Winterthur e Zurique, Suíça, foi uma montanha-russa de emoções para Portugal. A esperança de João Almeida ficou por terra com uma queda, enquanto Rui Oliveira animava as hostes nacionais com uma fuga. No final, Rui Costa e Nelson Oliveira foram os resistentes da Seleção Nacional.
Sabia-se que os 273,9 quilómetros de corrida seriam muito duros, mas as dificuldades de Portugal começaram bem cedo. João Almeida, a aposta da Seleção para um lugar entre os primeiros, sofreu uma queda ainda antes da primeira das oito passagens pela meta.
O desconforto físico provocado pelo impacto com a estrada impediu o português de continuar, o mesmo tendo acontecido a outras vítimas da queda também com ambições, como Mikel Landa, Julian Alaphilippe e Mattias Skjelmose.
Enquanto João Almeida ficava arredado da corrida, os adeptos portugueses animavam-se com a presença de Rui Oliveira numa fuga de seis homens, que comandou a prova até faltarem menos de 100 quilómetros para final, altura em que um ataque do esloveno Tadej Pogačar mudou a configuração da corrida.
O esloveno rapidamente chegou à frente e obrigou o pelotão a reagir, fazendo-se uma seleção de valores em ritmo acelerado. Nessa altura, Ivo Oliveira perdeu o contacto com o grupo dos mais fortes, onde resistiram Rui Costa e Nelson Oliveira.
Afonso Eulálio acusou a passagem dos quilómetros e, sobretudo, as recuperações que antes fizera devido a dois infortúnios. Primeiro recolou ao pelotão após avaria e mais adiante teve de fazer nova reentrada, após queda.
Com a triagem a continuar a ser feita, Nelson Oliveira era o mais bem colocado à entrada para as duas voltas finais, mas acabaria por sentir-se “vazio” de forças, perdendo posições para terminar em 55.º, a 12m09s de vencedor, Tadej Pogačar, cujo ataque de longe nunca seria neutralizado.
“Como se esperava, foi uma corrida bastante dura. Tentei seguir o grupo da frente o mais possível, mas houve um momento da corrida, já nas duas voltas finais, em que fiquei completamente ‘vazio’. A partir daí foi lutar para terminar a corrida, o que, hoje, já não era fácil”, afirmou Nelson Oliveira.
Rui Costa, acusando a falta de ritmo provocada pela queda na Volta a Espanha, entregou tudo o que tinha, fazendo uma corrida consistente, que o colocou como melhor português, no 42.º lugar, integrado no mesmo grupo de Nelson Oliveira.
“Dei o máximo, mas a condição física não era a melhor. Não estou satisfeito com o resultado, mas deu o meu melhor. Soube a pouco, porque queremos sempre estar nos lugares cimeiros de um Mundial, mas as pernas hoje não deram mais”, explicou Rui Costa.
Os olímpicos Rui Costa e Nelson Oliveira foram os únicos portugueses a terminar a corrida. “O resultado não foi aquele que queríamos. As circunstâncias da corrida não permitiram que estivéssemos na discussão, como era o nosso objetivo. O Rui Costa e o Nelson Oliveira voltaram a provar a consistência que todos lhes reconhecemos, apesar de não estarem na máxima condição, o Rui devido à paragem após a queda na Vuelta e o Nelson devido a uma época muito longa e preenchida”, resume o selecionador nacional, José Poeira.
Com Tadej Pogačar num nível diferente face à concorrência, a luta pela medalha de prata foi animada, acabando por viajar para a Austrália, na bagagem de Ben O’Connor, segundo, a 34 segundos do vencedor. O terceiro classificado foi o campeão de 2023, o neerlandês Mathieu van der Poel, a 58 segundos do esloveno.
Flávio Pacheco cumpre objetivo
Flávio Pacheco concretizou hoje o objetivo de terminar a prova de fundo do Campeonato Mundial de Paraciclismo, em Zurique, Suíça, entre os oito melhores de classe H4, sendo o oitavo classificado.
A prova de 57,8 quilómetros apresentou uma dureza pouco comum para o paraciclismo, com os corredores a cumprirem uma volta ao seletivo circuito de Zurique, onde se têm decidido as provas de ciclismo, além de seis voltas a um circuito para curto, totalmente dentro da cidade.
Flávio Pacheco deu-se bem com a exigência, sendo o sétimo melhor na parte mais dura da corrida. No regresso á cidade perdeu algumas posições, mas com o passar dos quilómetros acabou por ganhar fôlego, subindo ao oitavo lugar final, cumprindo o objetivo a que se propôs para este Mundial, de forma a ser integrado nos programas de alto rendimento paralímpico.
A vitória pertenceu ao francês Joseph Fritsch, que revelou grande superioridade sobre a concorrência, terminando com 4m31s de vantagem sobre o segundo classificado, o austríaco Thomas Fruhwirth. O terceiro, a 6m27s, foi o Fabian Recher. Só os quatro primeiros conseguiram termina na mesma volta do vencedor. Flávio Pacheco ficou a uma volta.