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Rosa Vaz - Artista Plástica, Promotora cultural, Ilustradora, Poetisa ...

 

 

Vamos conhecer Rosa Vaz, Artista Plástica, Promotora cultural, Ilustradora, Poetisa. Nasceu em, Angola. Tem mais de 30 anos de carreira, vive em Portugal, em Braga.

 

De pai originário de Monção, no  Norte de Portugal e  mãe angolana de Huambo, Rosa nasceu em Malange, nos anos 60 e aí viveu a sua infância. Esta genética territorial, por assim dizer, reforçou os seus laços com o Norte de Portugal e as matrizes africanas que ficariam para lá do mar, depois da guerra civil de Angola, mas vivem e habitam no seu coração, no imaginário e no olhar sorridente que procura sempre o mar e o pôr do sol, como se de um equilíbrio intrínseco e de pele, se tratasse.

 

Durante a guerra na sua terra natal veio para Monção, onde estudou no liceu. Seguiu os seus estudos na Universidade no Porto tendo-se mudado mais tarde para Braga onde os concluiu e fixou a sua residência atá hoje.

 

A sua obra está  representada, através de trabalhos em pintura em acrílico, aguarela, Pintuta Textil, pintura Cerâmica, desenhos, murais cerâmicos, ilustração de livros e poesia.

 

Rosa Vaz participa em vários grupos de promoção e divulgação cultural, de forma especial ligados à Lusofonia, como o Projecto ARTÁFRICA da Fundação Calouste Gulbenkian, a Associação de Escultura e Arte Contemporânea de Vila Nova de Famalicão, a ONGD Engenho e Obra, em Braga, o projecto Porlith (Portugal Litânia), o Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora, entre muitos outros.

 

A actividade de escritora e poetisa, teve início muito cedo, participando com os seus escritos em jornais, colectâneas e actividades culturais. Nesta área tem representação na Antologia Universal Lusófona, editada pelo CEMD, e ainda no Guia de Autores e escritores de Angola, de Tomás Gavino Coelho.

 

Das reminiscências de África, desse mundo colorido, alegre, sorridente, saltitante, trouxe as memórias das cores da terra, o colorido dos frutos, a magia do azul do mar, e a suavidade dos pôr de sol numa simbiose perfeita com as cores mais monótonas da Europa, recortadas aqui ali por pequenos contrastes. O azul a sua cor de eleição.

 

‘’Nas minhas obras, revivo na temática urbana todos os contrastes evidentes da sociedade que me rodeia, e projeto-os em reticulados constantes da vida, do corre-corre diário, nas linhas divagantes das construções irreverentes e angustiantes onde muitas vezes, o homem é só mais uma peça de arrumação temporária esvaziado de sensações puras e livres que lhe adormecem as memórias e os sonhos’’ Rosa Vaz.

 

A artista plástica participou em exposições individuais e coletivas tanto em Portugal como no Estrangeiro. Desde Monção a Melgaço, Vigo, Corunha, Villa Garcia de Arosa, Ferrol, Santiago de Compostela, Guimarães, Porto, Esposende, Lisboa, Caminha, Valença, Montemor-o-Novo, Póvoa de Lanhoso, Coimbra, Vieira do Minho, Fafe, Braga, Barcelos, Sousel, Viana do Castelo, Bragança, Vilnius, Newark entre outros locais.

 

Está representada em coleções de Arte, de teor público e privado tais como Câmaras Municipais, Bancos e Fundações.

 

A sua interação com outros artistas na promoção da Cultura, levam Rosa Vaz a Promover vários eventos ao longo destes anos como por exemplo, ‘’os Dias de África’’, em parceria quer com a Universidade Católica de Braga, quer com a Biblioteca Lúcio Craveiro de Siva, o Museu dos Biscainhos, o museu D. Diogo de Sousa, etc… ; as Noites de Prata do Museu dos Biscaínhos,, as Conversas Desconcertantes na BLCS  etc… Assim como ilustração de livros e ilustração da capa de um CD dos D’ Alma – ‘’Melodias do Teu Poema”, onde também está presente uma música de um poema seu. E também a ilustração da capa de um CD de Torsten Muller , músico que vive no Canada.

Nos  “Dias de África” em Maio de 2018, organizado por Rosa Vaz,  promoveu  uma tertúlia com o tema “África no Coração”, moderada pela Rosa Vaz, e contou ainda com um Desfile de Moda, um espectáculo de Dança e uma Exposição de Pintura.

 

 

Pela ocasião da comemoração dos seus 30 anos de actividade artística, edita o livro de poesia “Pele de Lua” em conjunto com uma exposição de Pintura intitulada “Rosa Vaz – 30 anos de arte e cultura” em Novembro de 2018, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Sila, em Braga.. 

 

 

E durante um ano fez um ciclo Exposições em vários locais do país para comemorar os 30 Anos de Carreira na Arte e Cultura.

 

A sua exposição colectiva mais recente foi “No Feminino” em conjunto com mais 4 artistas Plásticas. Foi inaugurada a 7 de Março com previsão de encerramento a 19/04 em Barcelos.

 

" Tenho uma necessidade permanente de uma viagem emocional, onde me cruzo com as memórias, com os cheiros de África que me embebedam de saudades das cores fortes, do cheiro do mar, do anoitecer macio, dos rostos e gestos sorridentes, daquelas cores terra que por entre as janelas da cidade cinzenta eu exalto, eu construo em cada pedaço de espaço, em cada olhar que registro num tempo sem fim, num tempo infinito... porque, - “Pintar é escrever o mistério da imaginação!"

Rosa Vaz

25 de fevereiro de 2014

 

AMMA: Onde deu os seus primeiros passos na arte? Ainda em Malange ou já em Portugal?

 

Rosa Vaz: A Arte nasce connosco, A gente vai apercebendo-se que tudo que vê, pinta, desenha, escreve é carregado de uma sensibilidade que outros não têm.

 

AMMA: Com que idade veio para Portugal?

 

RV:Com 12 anos

 

 

AMMA: Quais são as suas influências do tempo de infância passada em Angola?

 

RV:Os sorrisos, o calor, o abraço, a felicidade, a Natureza próspera e colorida, os dias quentes, o amanhecer de cores incríveis às 5 da manhã, a chuva que caia de repente e se ia em bora deixando tudo enlameado, e aquelas danças à chuva dos putos da escola que fugiam das salas para vir abraçar a cuva….tão bom!! Que saudades!

 

AMMA: Expôs com vários pintores durante estes anos. Também visitou vários museus e galerias de grandes nomes da Arte que já cá não estão. Destacaria alguns com cujas obras  se identifica mais?

 

RV:Sim, Expus com muitos artistas, posso destacar, o Roberto Chichorro, a Carmen Touza, gosto muito das suas obras, além de serem  seres humanos muito simples e acessíveis; dos que cá não estão destaco a Vieira da Silva, sem dúvida e o Pollock

 

AMMA: A paixão pela pintura e pela escrita nasce em que altura da sua vida?

 

RV:Pintar ou escrever é uma forma de comunicação, faz parte do artista, é como se fosse a nossa pele e coração, sempre a vibrar, a sentir.

 

AMMA: Quando pinta temas africanos, sente nostalgia?

 

RV:Não se trata só de nostalgia, é uma forma de  recordar e tornar vivas as memórias da minha Infância

 

 

AMMA: Prefere a tela, a cerâmica ou acrílico sobre o papel? Quais as suas técnicas e materiais preferidos?

 

RV:Não tenho preferência. Depende da criatividade do dia, ou das encomendas. Não importa o suporte, o que gosto mesmo, é de criar Arte.

 

 

AMMA: Qual a sua conjugação de cores preferida?

 

RV:Azuis, ocres, laranjas, vermelhos, dourados

….

AMMA: O Norte de Portugal inspira-a nos seus trabalhos? Em que aspecto? O que lhe dá mais prazer pintar?

 

RV:O Norte fascina-me pelos recortes de paisagens, aglomerados de casarios como se abraçassem para não se perderem uns dos outros, os campos e caminhos na natureza, preenchidos de gente que sorri e tem sempre uma história para contar, as montanhas a tocar os céus, o mar azul, fresco, ondulado, com personalidade,,,,, Amo o Norte!

 

AMMA: E na escrita, sobre que temas incide mais a sua poesia e o que a move?

 

RV:Sobre coisas simples, que nos roubem sorrisos, sobre a beleza  dos afetos na vida, sobre o Amor, sempre o Amor por tudo.

 

AMMA: Costuma ir na rua e de repente puxar pelo bloco para escrever?

 

RV:Imensas vezes, e pintar também. Muitas vezes pinto, com restos de café, quando tomo o meu cafezito!!!

 

AMMA: Alguns dos seus trabalhos referem-se à dança, porquê?

 

RV:Fui bailarina em miúda, portanto tenho um fascínio enorme pelo ballet por música clássica, em especial por Bach

 

AMMA: Todas as artes estão ligadas entre si?

 

RV:Sem dúvida . É fácil uma poesia criar um quadro, como um quadro gerar um poema, uma história, uma música.

 

AMMA: Também necessita de ter o seu espaço, o sossego, o seu cantinho sem ser interrompida?

 

RV:Verdade, Desligo o telemóvel e conduzo até ao mar, de preferência, Moledo e depois continuo viagem atá Monção, a minha terra de adoção, onde gosto de ir, de estar e rever os locais e amigos de antigamente.

 

AMMA: Quando é interrompida num momento de inspiração como reage?

 

RV:Sorrio… faço de conta que não percebo, e mudo de lugar… para continuar com a inspiração.

 

 

 

AMMA: O seu atelier como o descreve?

 

RV:O meu atelier é o local onde eu solto a minha inspiração, é a ‘’casa’’ onde guardo os meus pensamentos.

 

AMMA: Como classifica cada obra concluída?

 

RV:Cada obra é mais um capitulo da vida, é mais um registo que ganha voz, espaço, vida própria.

 

AMMA: Qual é a sensação com que fica quando alguém adquire uma obra sua? Além da felicidade do interesse do comprador, sente que é uma parte de si que vai embora?

 

RV:Quando vendo um quadro, sinto que alguém terá o privilégio de conversar com a minha inspiração de vez em quando. Sinto uma partilha de afinidade.

 

AMMA: Na pintura, como foi o seu percurso nos vários estilos ao longo destes 32 anos?

 

RV:Começa-se com o querer ‘’gritar’’ que estamos vivos, …..com o tempo aprendemos a ter tempo de fazer o que queremos escrever com tinta, o que vemos, à nossa volta, com delicadeza

 

AMMA: Como curadora e organizadora de eventos culturais, como é a magia de estruturar a disposição da arte para que os visitantes consigam interiorizar a mensagem que lhes quer passar?

 

RV:É mesmo um momento de magia, de empolgamento.

 

AMMA: As suas exposições costumam ser preparadas somente por si, ou também tem alguém a trabalhar na curadoria delas?

 

 

RV:Depende. Mas seja em que situação for, a última palavra e definição de espaços e luzes e outros pormenores, é sempre minha!. Sou uma artista, muito mãe galinha do que é a minha criação. Não tenho problema nenhum em dizer, NÃO, ou NÃO CONCORDO. Ou até recusar expor em certos espaços com os quais não me identifico.

 

AMMA: Tem uma pegada importante de trabalho seu dedicado à lusofonia. Como é que ele nasce, e o que tem sido construído nesse âmbito? Estamos a falar de que tipo de artes?

 

RV: A Lusofonia, é um território de memória muito alargado a muitas pessoas e países, tento fazer  tudo que posso quando se trata de divulgar e promover nesse âmbito, quer na Pintura, Música, escrita, dança, etc…

 

AMMA: Como se conseguem descobrir e reunir os autores dos vários países de expressão portuguesa?

 

RV: Há um leque muito alargado de autores, pintores, músicos, que de vez em quando, se reúnem, num evento para falar do deu trabalho, e promover a gente nova que vai aparecendo.

 

AMMA: Prefere exposições somente com obras da sua autoria ou em conjunto com outros artistas?

 

RV:Depende das circunstâncias, dos convites, dos espaços.

 

 

AMMA: Sendo um pouco atrevido: é verdade que gosta de pintar com os pés descalços? Sente-se mais descontraída?

 

RV:Verdade…adoro pintar descalça….sentir a energia.

 

 

AMMA: A saúde têm sido traiçoeira ao longo da sua vida, mas como mulher lutadora tem vencido. Como vê cada um desses episódios mais marcantes, e que ensinamentos lhe deram?

 

RV:Vou falar do mais recente. O cancro de mama em 2018, no ano que iria começar as comemorações dos meus 30 anos na Arte e Cultura. Sei que a 3ª cirurgia foi numa 3ªfeira, e eu no sábado dessa semana, estava a fazer a apresentação da 1ª exposição comemorativa dos 30 anos que iria percorrer várias cidades durante um ano, ( mal me tinha em Pé….)  mas fui, e inaugurei a Exposição com um sorriso e uma fragilidade imensa transformada em fortaleza, e apresentei o meu livro de poesia PELE de LUA, ( sempre com o meu filho, o meu guerreiro protetor, ao lado e com os olhos rasos de água) no meio de amigos, familiares, várias entidades, incluindo elementos ca Câmara Municipal de Braga, ( e todos tentavam esconder a emoção…) por me  verem  ali num esforço enorme….foi emocionante! Muito!!!

 

 

AMMA: Relativo a esse último, o cancro da mama, o que quer partilhar com todas as mulheres num  incentivo à vida, baseado na forma de como lutou para vencer o seu?

 

RV:Um dia de cada vez, cumprir com todos os tratamentos e, muito amor pela vida para podermos ter pensamentos positivos.

 

AMMA: Quanto a planos para curto prazo, para além de vencer o Covid-19, em que projectos está a trabalhar para lançar após terminar a pandemia?

 

RV: Nova Exposição de Pintura, e o meu 2º livro de poesia.

 

 

AMMA: Por último e com tema livre, que palavras quer deixar aos nossos leitores?

 

RV: Não se esqueçam de abraçar/amar quem vos faz sorrir e vos dá alegrias. Amem a Natureza, nós somos a Natureza!! O Amor é o segredo para fazer tudo na vida! E, nunca se esqueçam só temos uma vida.

A si, Pedro, o meu sorriso de gratidão por esta oportunidade de levar aos seus leitores um pouco da minha Alma.

Bem Haja!

 

 

Texto: Pedro MF Mestre

Fotos: Arquivo Rosa Vaz

 

 

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terça-feira, 19 de março de 2024 – 06:28:35

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